Bem-vinda!!

Bem-vinda ao nosso blog!
Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Ter filhos ou ser mãe?

Hoje recebi por e-mail a indicação de um vídeo em que a jornalista e também mãe de duas filhas, Maristela Tesseroli, co-autora do livro "Quero mesmo ser mãe?" (lançamento de 2010), fala sobre maternidade e ressalta a diferença entre querer TER FILHOS e querer SER MÃE.

Embora eu não tenha lido o livro e nem sei se concordo ou não com os valores que ele prega, eu me identifiquei com muitas das partes da sua fala no vídeo e achei que seria proveitoso compartilhá-lo com vocês e aproveitar para comentar alguns pontos sobre ele aqui no blog.


O relato da experiência da Maristela me fez novamente pensar sobre como nossa sociedade está estruturada atualmente. Acho tão importante refletirmos sobre isso!

Em primeiro lugar, parece que a grande maioria das mulheres de nossa geração (e eu me incluo nesta lista!) não teve uma criação focada em nos ensinar a ser mães. Brincamos de bonecas, é evidente, e muito provavelmente também sonhamos em algum dia ter filhos (porque parece que é algo que toda mulher deve fazer), mas no geral parece que a ênfase e a prioridade eram dadas aos estudos e à carreira. Conseguir um diploma universitário e um bom emprego para obter independência financeira era, sem dúvidas, sinônimo de sucesso na vida. E, no caso de filhas de mães donas-de-casa, obtê-los significaria ainda superar a própria mãe e conquistar aquilo que ela sempre desejou e não pôde ter.

Eu senti esse mesmo baque que a Maristela falou quando sua primeira filha nasceu. Como ela, também sempre fui estudiosa, empenhada profissionalmente e ávida leitora. Portanto, durante a gestação da Nicole, eu também recorri aos livros. LI MUITO. Fui atrás de informações, conversei com pessoas, envolvi o meu marido e tentei me preparar o máximo que pude para a maternidade.

E aqui aproveito para contar que este semestre na faculdade o professor de psicanálise fez uma crítica à geração de pais inseguros da contemporaneidade que vão atrás de livros de auto-ajuda porque querem que alguém lhes dite passo-a-passo como é que eles devem fazer para educar os filhos. Eu concordo que isso ocorre. Há sim muita insegurança por parte dos pais de primeira viagem, mas era de se esperar, não?!

A observação que ele deixou de fazer em sua crítica é que, na verdade, o comportamento da atual geração de pais é fruto das mudanças que estão ocorrendo em nossa sociedade, mudanças estas que praticamente impossibilitam que as pessoas consigam aprender sobre a maternidade e paternidade por observação.

É verdade que provavelmente conhecemos muitas mulheres que têm filhos e que nos falam deles no dia-a-dia, mas são RARAS as oportunidades que temos de vê-las exercendo o "ser mãe"! E, pra completar o novo quadro, com o advento da escolarização cada vez mais precoce, nós também estamos compartimentalizando as nossas crianças por faixa etária. Já repararam? Assim, fica ainda mais complicado uma mãe inexperiente (e que passa muito tempo longe dos filhos) conseguir ensiná-los a conviver pacificamente, a se respeitarem, a serem companheiros, etc. Será que a organização serial da escola não está favorecendo que as crianças pequenas 'desaprendam' algo que a vida familiar força por ensinar (o conviver bem com pessoas de outra idade, tendo paciência com as crianças menores, por exemplo?).

Não sei vocês, mas eu ouço MUITAS mães reclamando que os filhos não se dão bem, se odeiam, se batem... Eu e meu irmão (2 anos mais novo) também éramos assim na infância. Brigávamos muito. E eu não acho que isso deva ser visto como 'normal'. Não quero criar minhas filhas com este padrão. Claro que há desentendimentos e arranca-rabos vez ou outra (muito frequentes em alguns dias!), mas eles acontecem mais quando as deixo muito tempo sem supervisão (geralmente por causa da mais nova que ainda está aprendendo a brincar civilizadamente). O ponto é que tirei a Nicole da escola este ano pra ficar em casa com as duas (e experimentar o homeschooling) e percebo o quanto elas se aproximaram! Isto me deixa feliz. Vê-las cuidando uma da outra, brincando juntas ou dando gargalhadas não têm preço. : )

Claro, acho que as brigas podem ter a ver com a ida precoce à escola, mas também têm muito a ver com a ausência da mãe no dia-a-dia da vida das crianças, para orientar o seu comportamento e aproveitar as diversas oportunidades que há num dia para pastorear o coração dos filhos! A gente ouve muito que o que importa é ter "qualidade de tempo" e, embora eu concorde que "qualidade" vale mais do que "quantidade", eu sinceramente acho que não é possível ter "qualidade" com pouca "quantidade", me entendem?

A Maristela também mencionou babás que são contratadas para cuidar das crianças o dia inteiro. Eu acho que esta é uma opção melhor do que ir para a pre-escola porque a atenção é mais individualizada. Por outro lado, não dá para ignorar que serão os valores dessa pessoa que serão passadas para a criança. E quando falo em valores me refiro a algo bem amplo - que vai desde preferências e prioridades a costumes, atitudes, comportamentos e, inclusive, afeto. O ser humano aprende por imitação e, ao entrar no mundo, é impossível uma criança não ser educada. A pessoa com quem ela passar a maior parte do tempo é quem transmitirá (ainda que implícita e não intencionalmente) o seu modo de viver, de falar, de pensar, etc. É algo bem sério!

Mas como eu dizia lá em cima, por mais que eu tivesse tentado me preparar para a maternidade, aprender por leitura é bem diferente de aprender por observação. Quando a minha irmã nasceu, eu já tinha 9 anos de idade e eu brinco que eu ajudei a criá-la porque minha mãe sempre trabalhou fora. Na verdade, fui uma espécie de terceira mãe dela porque a segunda era a menina que cuidava dela, de mim e do irmão do meio, mas a minha ajuda era limitada. Eu voltava da escola com a minha irmã de transporte pública, ajudava-a na lição de casa, lia e brincava com ela, essas coisas, mas aprender a cuidar da casa ou a cozinhar o jantar eu não aprendi! E, como a Maristela, quando chegou o momento da minha filha começar a comer sólidos, eu também não fazia a menor ideia de como fazer uma papinha, rs. E sinceramente também não lembro de ter visto minha mãe amamentar minha irmã quando bebê. Talvez também por causa disso, nunca foi algo que eu sonhei em fazer quando tivesse filhos. Amamentar era algo esquisito pra mim e foi um sufoco aprender.

Foi nesse período que eu me aproximei ainda mais de outras amigas mamães, dos livros e dos blogs sobre maternidade pra pedir ajuda! E foi nesse período também que surgiu o blog Maternidade Proativa, com a intenção de compartilhar os nossos aprendizados e lutas. : )

Gostei da afirmação da Maristela de que as mães devem priorizar os filhos acima da carreira profissional pelo menos nos primeiros três anos de vida deles. Pelo menos. Isso é tãaaao importante! Não significa que você vai viver apenas para eles (este extremo também acho perigoso), mas que é um momento da sua vida em que você vai fazer este investimento maior porque sabe que a maternidade proativa exige isso.

Acho que já comentei em algum post que li recentemente o livro "Why Love Matters - How Affection Shapes a Baby's Brain", da Sue Gerhardt, este ano e que ele também fala isso (do ponto de vista biológico e psicológico da criança). Eu queria muito ter conseguido fazer um resumo do livro para colocar aqui no blog, mas ainda não foi possível (e ainda por cima já devolvi o livro para a pessoa que me emprestou-o). Independentemente se eu conseguir ou não fazê-lo, recomendo muitíssimo a leitura não somente a pais e mães, mas a professores e, principalmente, LEGISLADORES do nosso país!

Priorizar os filhos acima da carreira profissional, em muitos casos, significa sair do mercado de trabalho por alguns anos. Digo em muitos casos porque não é toda mulher que tem o privilégio de poder conciliar emprego e maternidade. Acho que só é possível se for um emprego em meio-período ou com horários flexíveis. Pelo que entendi do vídeo, o livro "Quero mesmo ser mãe?" recomenda que se a mulher não conseguir conciliar as duas coisas então ela deve fazer o sacrifício e abrir mão do emprego temporariamente.

Em seguida, ela fala da questão financeira e do "constrangimento" que é para a mulher bem-sucedida e que sempre foi independente financeiramente pedir dinheiro ao marido para ir fazer unhas. Felizmente, esse problema não existe aqui em casa! Todo dinheiro que entra é sempre "nosso" e fazemos um planejamento mensal sobre como esse dinheiro será gasto. Portanto, eu já sei exatamente quanto posso gastar com cada categoria. Se quiser saber mais, conheça o livro que meu marido e eu escrevemos sobre finanças pessoais.

Durante três anos após o nascimento da Nicole (e a Alícia já tinha completado um ano de vida) eu consegui maternidade e trabalho. Eu montei um home office e continuei trabalhando e ganhando meu salário. Ia à empresa algumas vezes quando era necessário, mas não era algo que tomava o dia todo. Nos dois primeiros anos foi mais fácil. Quando você tem um bebê apenas e o coloca numa rotina, os dias são bem previsíveis. Eu aproveitava as sonecas da Nicole durante o dia e o fato dela dormir cedo à noite para trabalhar bastante. Quando ela estava acordada me dedicava somente a fazer atividades com elas, era muito bom! Eu não tinha quase preocupação com a casa porque tinha uma pessoa que me ajudava três vezes por semana.

Mas quando veio a Alícia tudo ficou mais difícil porque os horários das sonecas delas não batiam e eu já não conseguia mais trabalhar direito. Eu vivia me sentindo culpada, ou por não estar sentando pra dar minha atenção a alguma das meninas ou por estar com tanto trabalho atrasado! Até que um ano atrás (quando a Alícia tinha acabado de completar um aninho) eu decidi parar de trabalhar fora de vez. Foi um baque financeiro muito grande, mas eu me sentia muito feliz pela decisão. Sabia que tinha feito a escolha certa.

E hoje vejo como esta decisão foi importante. E como Deus usou-a para me abençoar de uma forma que eu nunca havia sonhado ou imaginado que um dia pudesse acontecer! Foi por causa da minha decisão de abrir mão do emprego (e consequentemente do salário) que voltei a estudar no período da noite para concluir a faculdade. E advinhem? Após concluir um ano de estudos, consegui uma bolsa para estudar no exterior! Estamos aguardando os vistos para poder comprar as passagens, mas se der tudo certo no mês que vemos nós quatro estaremos de mudança para o Canadá. Vamos morar em Montreal, no Quebéc!

Para terminar a minha reflexão de hoje, quero voltar na distinção que a Maristela faz sobre querer "ter filhos" e querer "ser mãe". É uma pergunta muito importante a se fazer, sem dúvida alguma. Já ouvi alguém dizer que vivemos na era do ter, em que as pessoas são valorizadas e reconhecidas não pelo que elas SÃO, mas pelo que elas TÊM - a roupa, o carro, a casa, o emprego... e aqui, inclusive, entram o cônjuge e os filhos. Este blog promove a maternidade e eu não quero, de maneira alguma, desanimar ninguém a ter filhos mas, por favor, EXAMINE O SEU CORAÇÃO. Assim como casar-se com as intenções erradas gera decepção e frustração no casamento, ter filhos com a finalidade realizar-se como pessoa ou de ganhar um status que a sociedade cobra também é perigoso.

Entenda que a maternidade é um chamado de Deus. Ele a criou para ser mãe! Mas você não tem filhos para si mesma, para suprir suas necessidades afetivas ou para colecionar conquistas e exibi-las para os outros.

A maternidade é um chamado solene.

Não é um passatempo.
Não é uma brincadeira.
Não é uma competição.

É algo que Deus usa para aproximá-la dEle.

É algo que irá exigir sacrifícios de você - certamente muito maiores do que você estaria disposta a fazer, sacrifícios que irão transformar o seu interior.

A maternidade é algo que a fará engolir o próprio orgulho e arrogância de achar que é alguém e descobrir o quanto ainda você tem a aprender, enquanto caminha ao lado desse "serzinho" que mal anda ainda.

Seja humilde e admita que você precisa de ajuda, busque em Deus as respostas para as suas angústias. E você entenderá porque SER MÃE é algo mais sublime, importante e digno de honra do que a imagem medíocre e sem valor que a nossa sociedade tenta nos vender em torno da carreira de "mãe".

2 comentários:

  1. Não conisgo ver o vídeo inteiro....

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Estranho. Chequei agora e está rodando normalmente. Em que ponto do vídeo pára pra você? Pode ser um problema com a sua conexão da internet. Tente procurar "Quero mesmo ser mãe?" no Youtube e veja se de lá você conseguir ver tudo!

      Excluir

Deixe seu comentário!