Bem-vinda!!

Bem-vinda ao nosso blog!
Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Pensando em ter parto em casa? Inspire-se com esses vídeos!

Seis meses atrás eu postei alguns vídeos inspiradores sobre parto natural humanizado (acesse aqui), vocês se lembram? Hoje eu vim compartilhar outros dois vídeos que encheram meus olhos de lágrimas. Sério, não tem como assistir e não chorar de emoção. Aliás, toda vez que eu assisto eu choro de novo, rs.

Sou manteiga derretida mesmo, eu sei... mas vocês vão ver como não estou exagerando!!


O que eu mais gostei desse parto foi a liberdade e a autonomia da parturiente como protagonista do parto. A parteira estava lá, o marido estava lá e até as crianças e outra pessoa estavam lá... mas eram pessoas em quem ela confiava, não eram estranhos. Ela estava à vontade, em seu próprio ambiente e não parecia acanhada de gemer quando sentia dor porque ela literalmente  estava em casa e podia ser ela mesma!

Ela se movimentava livremente, sentava no chão, se apoiava no marido, subia na bola... fazia o que queria. Tinha liberdade para ouvir o próprio corpo e deixar o parto acontecer no seu próprio ritmo, naturalmente.

Ah, e vocês repararam na técnica da vocalização que ela usou para ajudar o canal se abrir sem lacerar o períneo? Eu achei o máximo aquilo porque foi justamente o que a Dra. Melania Amorim ensinou naquele documentário sobre parto humanizado que eu amei e publiquei aqui no blog um tempo atrás (acesse aqui). Ela explica que durante o parto é preciso relaxar o períneo (e não contrai-lo). Fantástico.

Porém, a parte mais linda mesmo foi a reação dela quando a bebê nasceu. Foi ela mesma quem pegou a criança no colo e trouxe-a para perto do peito. Que diferença de um parto natural no hospital!!

Nos meus partos (ambos 'normais' hospitalares), eu precisei ficar o tempo todo "quietinha" na cama, com as pernas erguidas (presas) e sem poder encostar as mãos no pano azul pra não contaminar o campo estéril. Eu não fui a primeira pessoa a pegar as minhas filhas quando elas nasceram - elas foram direto para a mão de pediatra e enfermeiras que fizeram malabarismo com elas enquanto eu tentava assistir de longe. Depois a limparam, colocaram um lacinho na sua cabeça e a trouxeram para eu ver. Acho que a examinei por uns 30 segundos e daí já a levaram embora de novo. Meu marido teve de sair da sala, a médica terminou o serviço de sutura lá embaixo (por causa da episio) e então eu fiquei sozinha em recuperação (por causa da anestesia). Só fui ver minhas filhas de novo (e pegá-las de verdade) horas depois. E só então pude amamentá-las.

Agora veja que diferença para este parto filmado. A bebê nasce e a mãe tem uma reação tão linda, tão espontânea, tão natural de um momento como esse. Parece que ela delira! Ela agradece a Jesus pelo nascimento da filha e da boca dela começam sair palavras de bênção sobre a vida dela... puxa, que especial! É de arrepiar os pelinhos do braço, rs! Sem falar do privilégio de ter ali sua família perto neste momento, as outras filhas reagindo natural e espontaneamente também, o marido já podendo pegar a bebê no colo, esquentá-la com a toalha, colocar sua primeira roupinha... e sim, cortar o cordão umbilical.

Simplesmente MA-RA-VI-LHO-SO, não é mesmo?!

Agora o próximo vídeo de parto domiciliar...


Se com o primeiro vídeo pude me assegurar que parir é uma experiência de grandes emoções, este me transmite aquela deliciosa sensação de paz após a agonia. Dava para sentir a tensão da dor que a parturiente, que desabou a chorar provavelmente porque estava muito difícil, estava sentindo... e o marido ali o tempo todo encorajando-a, dentro da água junto, apoiando, dando força.

Quando a bebê finalmente nasce vocês repararam no semblante de serenidade e alívio dela? E o sorriso de orgulho do pai? Que casal apaixonado curtindo juntos a vitória. Como se tivessem escalado o Everest e agora podiam comemorar contemplando a linda paisagem lá do alto.

Há muitas semelhanças deste vídeo para o outro. Ambos foram partos na água, em ambos os partos o marido participou do processo mais do que a doula/parteira (o que eu achei lindo de ver!) e em ambos a mãe que deu à luz ficou perfeitamente bem e em paz de espírito tão logo a bebê nasceu. E, sim, ambas estavam perfeitamente à vontade, no conforto do lar, indo e vindo conforme desejavam... aparentemente sem interferências desnecessárias. O vídeo mostrou as parteiras e assistentes apenas observando.

Também pude perceber que nos dois casos elas usaram a técnica da "open glottis" durante as contrações, ou seja, é evidente que se prepararam para este momento. O parto em casa foi algo planejado pelo casal. Elas não caíram ali de pára-quedas e estavam sem saber qual era o próximo passo. Elas estavam cientes de que deveriam deixar o processo acontecer naturalmente. Certamente devem ter estudado a fisiologia do parto e se prepararam física e psicologicamente para enfrentar a dor porque sabiam que ela era necessária para o processo todo.

Bem, os vídeos são lindos e inspiradores, mas eu sei bem que não é todo mundo que encara um parto natural em casa (principalmente na nossa cultura e nesta época da história em que vivemos). Eu sei que o cenário está mudando e que o movimento do "renascimento do parto" (aproveitando o nome do filme que será lançado mês que vem aqui no Brasil!) está ganhando força, o que me deixa bem empolgada. Talvez daqui uma ou duas décadas as mulheres adotem uma nova mentalidade e as estatísticas cesariana x parto normal x parto domiciliar sejam outras completamente. Eu torço para que aconteça!

Até muito recentemente a ideia de parir em casa era algo que eu jamais cogitaria, mas confesso que venho sonhando com isso ultimamente. No mês passado cheguei a comentar com a obstetra que fez os meus dois partos normais (sim, foi ela... e não eu, sniff sniff... meu papel foi ficar passiva e obedecer comandos) e ela quase teve um TRECO! Apenas pra constar, na opinião dela partos domiciliares na cidade de São Paulo são um absurdo e um capricho sem cabimento. :-(

Mas voltando... Não é toda mulher que encara um parto em casa hoje em dia. Se este é o seu caso, eu vou aproveitar o post de hoje para divulgar um outro vídeo, desta vez um documentário bem curtinho (17 min) publicado há 3 anos, sobre parto natural humanizado. Chama-se Parto Natural - Natural Birth. Quem não se sente ousada o suficiente para parir em casa mas também não gostaria de ter em hospital por causa dos procedimentos rotineiros que tolhem a liberdade da mulher, é legal saber que também existem as casas de parto. Eu ainda não sei muito sobre elas, mas sem dúvida é uma opção a ser considerada.

O documentário é rápido e objetivo e os profissionais que participaram deles esclarecem pontos cruciais. Eu recomendo que você assista e divulgue-o para todas as suas amigas grávidas (e mesmo as não grávidas). Quanto mais informações a mulher tiver sobre como acontece o parto, tanto melhor para todos nós! 

terça-feira, 23 de julho de 2013

2 anos de Alícia!


Atrasadíssima, mas aqui estou para contar um pouco das novidades dos últimos 2-3 meses. Sim, porque já se passaram 34 dias do 2º. aniversário dela. Ou seja, ela já está com 2 anos e 1 mês!

Rotina, Sono, Dentição e Alimentação
A rotina da Alícia continua a mesma. Ela dorme bem à noite (no mínimo 11 horas seguidas) e tira sonecas de 3 horas à tarde (geralmente das 12:00 às 15:00). Aliás, eu tenho a impressão de que ela dorme melhor do que a irmã nesta idade. Raras vezes a Nicole passou das 7:00 da manhã (era um reloginho), a Alícia já algumas vezes. Um dia me surpreendeu acordando às 8:15!

Os dentes dela demoraram a começar a nascer, mas agora ela já está com o sorriso praticamente completo. Depois de publicar o último post (leia aqui) contei e ela já estava com 12 dentes! Faltavam 8 pra completar os 20 dentes de leite. Preciso contar de novo pra saber quantos ela já tem agora, rs. O que me impressionou é que do 1º dente até o 12º se passaram menos de 8 meses. Pouco tempo, né?

Quanto à diarreia, ela tomou o vermífugo daquele vez e não fiquei convencida de que o problema era esse. Eu acho que era de engolir pasta de dente! Agora ela está usando um creme dental específico pra crianças bem pequenas (sem flúor) e a diarreia parou de vez (embora ela continue fazendo cocô muitas vezes por dia, pelo menos duas, que eu entendo que seja sinal de boa alimentação e saúde). Eu explico que ela precisa cuspir e não pode engolir, ela faz que 'sim' e tenta, mas não adianta. No fim das contas, ela engole muita água com pasta ainda assim!

Uma observação é que aos poucos percebo que a Alícia está diminuindo a ingestão de alimentos. Mas ela continua comendo com muita pressa (igual à mamãe e diferente da irmã e do papai que comem devagar). Hoje, por exemplo, parti uma pera em 4 partes para dar de lanche da tarde. Enquanto a Nicole comia 1/4 da pera, a Alícia comeu as outras três partes!! Muito veloz essa menina, eu preciso ensinar para ela que é preciso mastigar melhor, com calma, e não engolir a comida toda de uma vez.

Desenvolvimento, Temperamento e Relacionamento com a irmã
Preciso confessar: tenho uma dificuldade imensa de não compará-la com a minha outra filha. Eu tento, prometo que tento, mas a Nicole acaba sendo a minha referência. O problema é que a minha memória NÃO é confiável. Não mesmo porque eu fico achando que a Nicole sabia muito mais coisas nesta idade, tinha uma pronúncia muito melhor, etc. E vai ver até sabia mesmo (porque ainda não consegui ensinar as cores pra Alícia!!), mas o fato é que um dia desses o Douglas me mostrou um vídeo da Nicole com 2 aninhos (aprox.) brincando com a Alícia recém-nascida e a pronúncia dela estava horrível também, kkkk!

Eu me admirei e achei engraçado porque naquela época a minha percepção do "bom" e "ruim" era outra completamente. Para os meus ouvidos a Nicole falava super bem, eu entendia tudo direitinho... rsrs. E agora eu fico com essa cisma com a Alícia, tadinho do segundo filho, né? A mãe o compara injustamente com o filho mais velho. Eu sei que faço isso inconscientemente e tento me policiar para incentivá-la e elogiá-la de igual modo. Ainda bem que existe a tecnologia para nos mostrar o que REALMENTE aconteceu. :-)



Tudo isso para dizer que estou me esforçando para deixar a Alícia se desenvolver no seu próprio tempo e acho que ela está indo muito bem. Ela repete as palavras espontaneamente, forma frases com 3-4 palavras (inglês e português misturado, quero só ver quando começarmos a aprender francês no Canadá!), enfim está se esforçando para se comunicar e interagir. E aprendendo a ser tagarela e insistente como a irmã (socorro!). Está cada vez mais parecendo mocinha crescida. Aprendeu a pular de verdade recentemente (antes ela mexia o tronco como se estivesse pulando, só que sem tirar os pés do chão). Aprendeu a beijar também - antes fazia só o barulhinho "uá" (a Nicole fazia "bi", rs).


Quanto ao temperamento, noto que a Alícia está aos poucos deixando de ser tão insegura e agarrada em mim. Ela é do tipo criança agarrada nas pernas da mãe, sabe? Aquela que fica seguindo-a pela casa o dia todo. Cheguei a me perguntar algumas vezes o que eu tinha feito para ela ser assim, rs. É difícil aceitar que esta é a personalidade dela, eu fico achando que é a minha culpa! Esse apego todo me frustra às vezes. Eu sinto que ela não está tão confiante e independente quanto a Nicole (que começou a ir para a escolinha aos 18 meses) estava nesta idade. Desde bebê a Alícia aceitava bem ficar no berçário da igreja (nunca ou raramente chorava), mas agora ela não está mais querendo ficar e eu fico sem entender o porquê. Depois que aconteceu um acidente lá dentro há alguns meses, em que ela caiu e machucou a boca, eu estou com receio de ficar insistindo. Por causa da diferença de idade, as meninas ficam em salas diferentes e percebo também que isto deixa a Alícia chateada. Ela aponta para a sala da irmã e diz que quer entrar lá com ela.


Parando para refletir agora, uma vez por mês durante a semana eu as levo comigo para uma reunião de mamães que tem na igreja. E nesse dia as tias juntam as salas e elas brincam juntas. Foi em um dia da semana que ela caiu e se machucou. Mas aos domingos é separado e a Alícia não se conforma que um dia ela pode brincar com a irmã e outro dia não, então ela chora e esperneia muito quando a deixamos na porta.

Como acho que já deu pra notar, ela é muito apegada à irmã e se espelha muito nela (imita tudo, rs). Se algum dia ela acorda mais tarde e não vê a irmã na cama, a primeira coisa que ela pergunta é "Dê Kicky?" (ela não consegue dizer Nicky ainda, rs). Uma das expressões que ela mais tem usado ultimamente é "___ Kicky too", sempre incluindo a irmã em tudo o que faz ou quer/pede pra fazer. É bem fofo de ver. Esses dias ela me pediu pra ir na casa da vovó, eu respondi que a gente iria tal dia e daí ela perguntou: "Vovó house Kicky too?" Ou o contrário, a Nicole pede algo e no mesmo instante ela vem para mim e diz "Me too." ou "Isha too." (Isha é o jeito que ela pronuncia o próprio nome, mas às vezes ela diz Ily também).

No geral, ela é muito simpática e amável com as pessoas (as pessoas comentam), exceto com o pediatra - até hoje ela chora muito quando ele vai examiná-la. E eu percebo também o coração materno dela, é uma graça observar como ela ama cuidar de suas bonecas, cobri-las com o paninho, alimentá-las, etc. Ela é bem carinhosa e espirituosa. E olha que não tem nenhum bebê na família para poder dizer que ela está imitando o comportamento adulto de alguém (como a Nicole quando a irmãzinha chegou da maternidade), mas quando ela encontra bebês em festas ou outros lugares públicos, ela fica extasiada de alegria e voluntariamente se aproxima do carrinho ou do colo da mãe pra conversar e fazer carinho nele(a).

Peripécias
Algumas semanas atrás ela se machucou feio em casa - cortou o lábio e precisou levar três pontos! Ela não estava fazendo nada de perigoso. Meu marido tinha saído com as meninas pra eu poder dar uma geral na casa e lavar a roupa. Quando elas voltaram, umas 3 da tarde, eu estava na sala passando roupa. A Alícia havia pulado a soneca e estava cambaleando de sono, deveria ter ido direto tirar uma soneca. Mas a Nicole estava firme e forte, toda agitada, e chamou-a pra brincar de "barquinho" com os meus cestos de roupa pra passar (que têm formato parecido com barco mesmo). São três, um de cada tamanho, e já estavam vazios. A Nicole entrou no maior e a Alícia no menor. Na hora de levantar, ela se desequilibrou e caiu pra trás contra a parede. O cesto virou junto e bateu com tudo na boca dela. Quando vi o sangue pensei que ela tivesse quebrado um dente! Eu sou muito mole para essas coisas (era meu marido sempre que as segurava para tomar vacina no posto!) e comecei a passar mal de ver (e imaginar) o corte aberto. Eu falei para o meu marido que eu dirigiria, mas ela só queria o meu colo e ficou chorando no caminho. Então tive de enfrentar minha própria fraqueza pra segurá-la no colo no banco de trás enquanto íamos para o pronto socorro!
Esta foto é de fev/13, mas dá para ver como são os cestos.
Comportamento e Disciplina
No momento estou ensinando a Alícia a não falar "não" para a mamãe (é a resposta padrão dela para qualquer comando - a fase conhecida como "terrible twos"). Estou insistindo na frase "Yes, Mommy" para ensinar a submissão. E quando ela desobedece e eu a disciplino também insisto para que ela use o "Sorry, Mommy" para ensinar a humildade. No relacionamento entre irmãos, o meu foco em casa é ensinar a generosidade. Quem tem filhos nesta idade sabe muito bem como é complicado administrar conflitos. Uma criança sempre quer o brinquedo que está nas mãos da outra. E, geralmente, é o filho mais velho que precisa ceder. Aqui em casa eu faço diferente. As duas recebem tratamento igual (na medida do possível) porque meu objetivo é que as duas aprendam a dividir e a ser amáveis.

Então quando uma quer o brinquedo que está nas mãos da outra (acredite, isso acontece várias vezes por dia), primeiro eu me certifico que de que ela está pedindo de forma apropriada - com calma e usando "por favor". Digo isso porque, principalmente com os menores, o desafio é ensiná-los que não pode-se arrancar as coisas das mãos dos outros (o famoso 'domínio próprio', tão importante de ser ensinado desde bebês). Em segundo lugar, eu reforço o pedido feito, dizendo algo do tipo: "Alícia, Nicole wants to play with that toy too. Can you share it with your sister, please?" (traduzindo: Alícia, a Nicole quer brincar com este brinquedo também. Você pode dividi-lo com ela, por favor?). Se a criança se recusa e diz que não, daí eu digo: "If you can't share your toys, then you can't have them. Give it to me, please" (Se você não consegue compartilhar seus brinquedos, então você não pode brincar com eles. Me dê ele aqui, por favor). Daí claro ela entrega o brinquedo para a irmã rapidinho, rs. Só que daí advinhe o que acontece? Isso mesmo, alguns minutinhos e a irmã que emprestou pede o brinquedo de volta (do jeitinho certo, com o "please") e daí o processo se repete, com a outra irmã tendo a oportunidade de aprender a ser generosa e a preferir o outro a si mesma (cedendo a sua vez, o seu brinquedo, etc.). No meu entender, isso é pastorear o coração da criança!

Outra grande dificuldade da Alícia no momento é aprender a lidar com o "não". Pasmem: a Alícia é do tipo de criança que se joga no chão, chuta e bate quando é contrariada! Ah, ela também faz desaforo e joga as coisas no chão quando está com raiva. Eu fico perplexa às vezes com o temperamento forte dela, mas daí meu marido vem e me lembra que com a Nicole foi a mesma coisa (pior que eu não lembro direito, de novo minha memória me iludindo com um falso "mar de rosas", rsrs!!). Quando ela faz essa cena de frustração, minha reação é ser firme. Normalmente eu a tiro de cena no mesmo instante para eu poder orientá-la no particular - mesmo em casa, para ela ser disciplinada com dignidade, sem a presença da irmã.

Uma mania que ela tem que me deixa maluca é tirar as meias e sapatos. Ela gosta de ficar descalça, inclusive na hora de dormir. Eu não consigo entender isso. Meus pés congelam nesse frio. Eu posso entrar no quarto delas para colocar as meias de volta nela, mas pode ter certeza: pela manhã ela estará sem meias de novo. E lembro que com a Nicole foi diferente, mas hoje graças a Deus ela não faz mais isso, rs.

Desfraldamento
Pra encerrar o post, preciso falar do desfraldamento. Depois que voltamos da viagem em abril, me empenhei em desfraldá-la pra valer (durante o dia). Ela estava progredindo bem, dentro do esperado (com muitas calças molhadas por dia). Um dia ficamos o dia todo fora (buscar os passaportes no shopping, ir ao sacolão, dentre outras paradas) e ela só deixou vazar xixi uma vez. Eu fiquei tão orgulhosa dela! Mas tem dias que parece que a criança regride (com a Nicole também foi assim, então eu sabia que fazia parte), mas eu estava ficando estressada com o fim do semestre da faculdade (normal também) e, sem ajuda doméstica, eu não estava conseguindo dar conta de tudo, principalmente de lavar a roupa com a frequência necessária... Então achei mais prudente levantar a bandeira branca e dar um tempo. Era coisa demais para eu administrar e desfraldamento é algo demanda atenção, paciência e TEMPO, coisa que eu não tinha.

Enfim, agora estou de férias ainda me recuperando do semestre difícil e ainda por cima planejando nossa viagem no mês que vem (vamos passar 1 ano no Canadá), por isso não estou muito animada ainda para voltar no propósito de desfraldá-la com força total. Vamos ter muitas mudanças daqui pra frente e a minha mente já está tão cheia de preocupações (como sempre - ai, Senhor, me ajude!), estou orando para o melhor momento... confesso que tem dias que acordo revigorada e disposta para encarar o desafio, mas daí ao primeiro acidente eu já me desanimo de novo, rs. Eu sei que a constância é importante e estou falhando muito nisso. Mas o meu consolo é que a Alícia está amadurecendo e às vezes ela me surpreende. Hoje mesmo coloquei-a pra tirar a soneca da tarde e, minutos depois, quando entrei no quarto a encontrei totalmente sem roupa e fralda (nesse frio!!) pedindo pra fazer xixi. Senti que a fralda estava quente porque ela já tinha feito, mas levei-a para o banheiro mesmo assim. Não é que ela terminou de fazer no vaso?

Não sei quando volto para fazer o próximo update. Acho que a partir de agora vai ser a cada 3 ou 4 meses. Tenho tantas coisas que gostaria de escrever e publicar aqui no blog, mas não consigo. :-(

Meu próximo desafio é fazer um resumo (com fotos) do nosso semestre de homeschooling, aguardem!!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Ter filhos ou ser mãe?

Hoje recebi por e-mail a indicação de um vídeo em que a jornalista e também mãe de duas filhas, Maristela Tesseroli, co-autora do livro "Quero mesmo ser mãe?" (lançamento de 2010), fala sobre maternidade e ressalta a diferença entre querer TER FILHOS e querer SER MÃE.

Embora eu não tenha lido o livro e nem sei se concordo ou não com os valores que ele prega, eu me identifiquei com muitas das partes da sua fala no vídeo e achei que seria proveitoso compartilhá-lo com vocês e aproveitar para comentar alguns pontos sobre ele aqui no blog.


O relato da experiência da Maristela me fez novamente pensar sobre como nossa sociedade está estruturada atualmente. Acho tão importante refletirmos sobre isso!

Em primeiro lugar, parece que a grande maioria das mulheres de nossa geração (e eu me incluo nesta lista!) não teve uma criação focada em nos ensinar a ser mães. Brincamos de bonecas, é evidente, e muito provavelmente também sonhamos em algum dia ter filhos (porque parece que é algo que toda mulher deve fazer), mas no geral parece que a ênfase e a prioridade eram dadas aos estudos e à carreira. Conseguir um diploma universitário e um bom emprego para obter independência financeira era, sem dúvidas, sinônimo de sucesso na vida. E, no caso de filhas de mães donas-de-casa, obtê-los significaria ainda superar a própria mãe e conquistar aquilo que ela sempre desejou e não pôde ter.

Eu senti esse mesmo baque que a Maristela falou quando sua primeira filha nasceu. Como ela, também sempre fui estudiosa, empenhada profissionalmente e ávida leitora. Portanto, durante a gestação da Nicole, eu também recorri aos livros. LI MUITO. Fui atrás de informações, conversei com pessoas, envolvi o meu marido e tentei me preparar o máximo que pude para a maternidade.

E aqui aproveito para contar que este semestre na faculdade o professor de psicanálise fez uma crítica à geração de pais inseguros da contemporaneidade que vão atrás de livros de auto-ajuda porque querem que alguém lhes dite passo-a-passo como é que eles devem fazer para educar os filhos. Eu concordo que isso ocorre. Há sim muita insegurança por parte dos pais de primeira viagem, mas era de se esperar, não?!

A observação que ele deixou de fazer em sua crítica é que, na verdade, o comportamento da atual geração de pais é fruto das mudanças que estão ocorrendo em nossa sociedade, mudanças estas que praticamente impossibilitam que as pessoas consigam aprender sobre a maternidade e paternidade por observação.

É verdade que provavelmente conhecemos muitas mulheres que têm filhos e que nos falam deles no dia-a-dia, mas são RARAS as oportunidades que temos de vê-las exercendo o "ser mãe"! E, pra completar o novo quadro, com o advento da escolarização cada vez mais precoce, nós também estamos compartimentalizando as nossas crianças por faixa etária. Já repararam? Assim, fica ainda mais complicado uma mãe inexperiente (e que passa muito tempo longe dos filhos) conseguir ensiná-los a conviver pacificamente, a se respeitarem, a serem companheiros, etc. Será que a organização serial da escola não está favorecendo que as crianças pequenas 'desaprendam' algo que a vida familiar força por ensinar (o conviver bem com pessoas de outra idade, tendo paciência com as crianças menores, por exemplo?).

Não sei vocês, mas eu ouço MUITAS mães reclamando que os filhos não se dão bem, se odeiam, se batem... Eu e meu irmão (2 anos mais novo) também éramos assim na infância. Brigávamos muito. E eu não acho que isso deva ser visto como 'normal'. Não quero criar minhas filhas com este padrão. Claro que há desentendimentos e arranca-rabos vez ou outra (muito frequentes em alguns dias!), mas eles acontecem mais quando as deixo muito tempo sem supervisão (geralmente por causa da mais nova que ainda está aprendendo a brincar civilizadamente). O ponto é que tirei a Nicole da escola este ano pra ficar em casa com as duas (e experimentar o homeschooling) e percebo o quanto elas se aproximaram! Isto me deixa feliz. Vê-las cuidando uma da outra, brincando juntas ou dando gargalhadas não têm preço. : )

Claro, acho que as brigas podem ter a ver com a ida precoce à escola, mas também têm muito a ver com a ausência da mãe no dia-a-dia da vida das crianças, para orientar o seu comportamento e aproveitar as diversas oportunidades que há num dia para pastorear o coração dos filhos! A gente ouve muito que o que importa é ter "qualidade de tempo" e, embora eu concorde que "qualidade" vale mais do que "quantidade", eu sinceramente acho que não é possível ter "qualidade" com pouca "quantidade", me entendem?

A Maristela também mencionou babás que são contratadas para cuidar das crianças o dia inteiro. Eu acho que esta é uma opção melhor do que ir para a pre-escola porque a atenção é mais individualizada. Por outro lado, não dá para ignorar que serão os valores dessa pessoa que serão passadas para a criança. E quando falo em valores me refiro a algo bem amplo - que vai desde preferências e prioridades a costumes, atitudes, comportamentos e, inclusive, afeto. O ser humano aprende por imitação e, ao entrar no mundo, é impossível uma criança não ser educada. A pessoa com quem ela passar a maior parte do tempo é quem transmitirá (ainda que implícita e não intencionalmente) o seu modo de viver, de falar, de pensar, etc. É algo bem sério!

Mas como eu dizia lá em cima, por mais que eu tivesse tentado me preparar para a maternidade, aprender por leitura é bem diferente de aprender por observação. Quando a minha irmã nasceu, eu já tinha 9 anos de idade e eu brinco que eu ajudei a criá-la porque minha mãe sempre trabalhou fora. Na verdade, fui uma espécie de terceira mãe dela porque a segunda era a menina que cuidava dela, de mim e do irmão do meio, mas a minha ajuda era limitada. Eu voltava da escola com a minha irmã de transporte pública, ajudava-a na lição de casa, lia e brincava com ela, essas coisas, mas aprender a cuidar da casa ou a cozinhar o jantar eu não aprendi! E, como a Maristela, quando chegou o momento da minha filha começar a comer sólidos, eu também não fazia a menor ideia de como fazer uma papinha, rs. E sinceramente também não lembro de ter visto minha mãe amamentar minha irmã quando bebê. Talvez também por causa disso, nunca foi algo que eu sonhei em fazer quando tivesse filhos. Amamentar era algo esquisito pra mim e foi um sufoco aprender.

Foi nesse período que eu me aproximei ainda mais de outras amigas mamães, dos livros e dos blogs sobre maternidade pra pedir ajuda! E foi nesse período também que surgiu o blog Maternidade Proativa, com a intenção de compartilhar os nossos aprendizados e lutas. : )

Gostei da afirmação da Maristela de que as mães devem priorizar os filhos acima da carreira profissional pelo menos nos primeiros três anos de vida deles. Pelo menos. Isso é tãaaao importante! Não significa que você vai viver apenas para eles (este extremo também acho perigoso), mas que é um momento da sua vida em que você vai fazer este investimento maior porque sabe que a maternidade proativa exige isso.

Acho que já comentei em algum post que li recentemente o livro "Why Love Matters - How Affection Shapes a Baby's Brain", da Sue Gerhardt, este ano e que ele também fala isso (do ponto de vista biológico e psicológico da criança). Eu queria muito ter conseguido fazer um resumo do livro para colocar aqui no blog, mas ainda não foi possível (e ainda por cima já devolvi o livro para a pessoa que me emprestou-o). Independentemente se eu conseguir ou não fazê-lo, recomendo muitíssimo a leitura não somente a pais e mães, mas a professores e, principalmente, LEGISLADORES do nosso país!

Priorizar os filhos acima da carreira profissional, em muitos casos, significa sair do mercado de trabalho por alguns anos. Digo em muitos casos porque não é toda mulher que tem o privilégio de poder conciliar emprego e maternidade. Acho que só é possível se for um emprego em meio-período ou com horários flexíveis. Pelo que entendi do vídeo, o livro "Quero mesmo ser mãe?" recomenda que se a mulher não conseguir conciliar as duas coisas então ela deve fazer o sacrifício e abrir mão do emprego temporariamente.

Em seguida, ela fala da questão financeira e do "constrangimento" que é para a mulher bem-sucedida e que sempre foi independente financeiramente pedir dinheiro ao marido para ir fazer unhas. Felizmente, esse problema não existe aqui em casa! Todo dinheiro que entra é sempre "nosso" e fazemos um planejamento mensal sobre como esse dinheiro será gasto. Portanto, eu já sei exatamente quanto posso gastar com cada categoria. Se quiser saber mais, conheça o livro que meu marido e eu escrevemos sobre finanças pessoais.

Durante três anos após o nascimento da Nicole (e a Alícia já tinha completado um ano de vida) eu consegui maternidade e trabalho. Eu montei um home office e continuei trabalhando e ganhando meu salário. Ia à empresa algumas vezes quando era necessário, mas não era algo que tomava o dia todo. Nos dois primeiros anos foi mais fácil. Quando você tem um bebê apenas e o coloca numa rotina, os dias são bem previsíveis. Eu aproveitava as sonecas da Nicole durante o dia e o fato dela dormir cedo à noite para trabalhar bastante. Quando ela estava acordada me dedicava somente a fazer atividades com elas, era muito bom! Eu não tinha quase preocupação com a casa porque tinha uma pessoa que me ajudava três vezes por semana.

Mas quando veio a Alícia tudo ficou mais difícil porque os horários das sonecas delas não batiam e eu já não conseguia mais trabalhar direito. Eu vivia me sentindo culpada, ou por não estar sentando pra dar minha atenção a alguma das meninas ou por estar com tanto trabalho atrasado! Até que um ano atrás (quando a Alícia tinha acabado de completar um aninho) eu decidi parar de trabalhar fora de vez. Foi um baque financeiro muito grande, mas eu me sentia muito feliz pela decisão. Sabia que tinha feito a escolha certa.

E hoje vejo como esta decisão foi importante. E como Deus usou-a para me abençoar de uma forma que eu nunca havia sonhado ou imaginado que um dia pudesse acontecer! Foi por causa da minha decisão de abrir mão do emprego (e consequentemente do salário) que voltei a estudar no período da noite para concluir a faculdade. E advinhem? Após concluir um ano de estudos, consegui uma bolsa para estudar no exterior! Estamos aguardando os vistos para poder comprar as passagens, mas se der tudo certo no mês que vemos nós quatro estaremos de mudança para o Canadá. Vamos morar em Montreal, no Quebéc!

Para terminar a minha reflexão de hoje, quero voltar na distinção que a Maristela faz sobre querer "ter filhos" e querer "ser mãe". É uma pergunta muito importante a se fazer, sem dúvida alguma. Já ouvi alguém dizer que vivemos na era do ter, em que as pessoas são valorizadas e reconhecidas não pelo que elas SÃO, mas pelo que elas TÊM - a roupa, o carro, a casa, o emprego... e aqui, inclusive, entram o cônjuge e os filhos. Este blog promove a maternidade e eu não quero, de maneira alguma, desanimar ninguém a ter filhos mas, por favor, EXAMINE O SEU CORAÇÃO. Assim como casar-se com as intenções erradas gera decepção e frustração no casamento, ter filhos com a finalidade realizar-se como pessoa ou de ganhar um status que a sociedade cobra também é perigoso.

Entenda que a maternidade é um chamado de Deus. Ele a criou para ser mãe! Mas você não tem filhos para si mesma, para suprir suas necessidades afetivas ou para colecionar conquistas e exibi-las para os outros.

A maternidade é um chamado solene.

Não é um passatempo.
Não é uma brincadeira.
Não é uma competição.

É algo que Deus usa para aproximá-la dEle.

É algo que irá exigir sacrifícios de você - certamente muito maiores do que você estaria disposta a fazer, sacrifícios que irão transformar o seu interior.

A maternidade é algo que a fará engolir o próprio orgulho e arrogância de achar que é alguém e descobrir o quanto ainda você tem a aprender, enquanto caminha ao lado desse "serzinho" que mal anda ainda.

Seja humilde e admita que você precisa de ajuda, busque em Deus as respostas para as suas angústias. E você entenderá porque SER MÃE é algo mais sublime, importante e digno de honra do que a imagem medíocre e sem valor que a nossa sociedade tenta nos vender em torno da carreira de "mãe".

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Prevenção ao Abuso Sexual Infantil

Estava conversando com amigas queridas esta semana e falamos de vários assuntos, de crianças e suas amizades na rua, da necessidade de discernir entre perigos reais e perigos que nos são vendidos pela "cultura do medo" e, finalmente, do que nós - como mamães proativas - podemos fazer para proteger os nossos filhos do abuso sexual infantil (principalmente daquele cometido por pessoas que não levantam suspeita).

Daí uma delas compartilhou um vídeo excelente que eu achei que merecia vir para o blog!! É um vídeo bem didático que pode ser usado tanto em casa, pela família, como em EBDs e escolas.




Na verdade, acho que a Nicole ainda está muito nova para ver o vídeo. Eu sei como ela é sensível ao sofrimento alheio e acho que as cenas que passam no minuto final do vídeo (sobre escravidão sexual) a deixariam impressionada demais. Pretendo esperar um pouco mais, até sentir que ela está pronta para vê-lo... quem sabe quando ela estiver perto de completar 5 anos (hoje ela está com 3, quase fazendo 4).

Apesar da pouca idade, eu já falo com ela sobre a maldade que há no mundo. Falo do nosso coração duro, desobediente, mau, pecaminoso... digo que, sem Jesus, todos (sem exceção, inclusive papai e mamãe), estão distantes de Deus (que nos ama tanto) e precisam do perdão que Jesus conquistou para nós na cruz.

Além disso, como saio a pé ou de trem (às vezes ônibus) com as duas com alguma frequência, eu preciso alertá-las para os perigos reais que existem nas ruas. A Alícia está com 2 anos e ainda não entende, mas pra Nicole eu digo que há pessoas más que querem roubar crianças de suas mães pra machucá-las e que, por isso, ela e a irmã precisam sempre estar do meu lado ou a alguma distância em que eu consiga vê-las.

A primeira vez que eu falei, a Nicole ficou toda a alarmada olhando ao redor. Até hoje, quando estamos num local público, ela me pergunta: "Mommy, are there bad people here?" (Mamãe, há pessoas más aqui?). Eu digo que não sei porque não dá para saber o que há no coração das pessoas, que precisamos sempre ser gentis e amigáveis com todo mundo, mas a lembro que ela tem de ficar do meu lado porque Deus colocou a mamãe e o papai na Terra para cuidarem e protegerem elas até elas crescerem também.

Bem, esses são os meus pensamentos sobre esse assunto por agora. Tenho certeza de que o vídeo será uma ferramenta extremamente útil para mães, pais e professores a ajudarem a prevenir o abuso infantil!