Meu
marido e eu estamos fora de casa há quase uma semana, numa viagem a
dois para comemorar nossos 10 anos de casados, e hoje nossa filhota
mais nova completa 1 ano e 10 meses de vida. = )
O
tempo não pára e em breve ela terá 2 aninhos! E se tem uma única
lição que como mãe eu não posso deixar de lembrar é a
importância de investir no meu bem-estar e, principalmente, na
qualidade do meu relacionamento com o meu marido. Sim, meu marido e
eu também precisamos de tempos juntos, a sós, para curtirmos um ao
outro, conversarmos e, claro, para também descansarmos, sem focar
nosso pensamento o tempo todo na casa e nas crianças.
Mas
eu vou confessar, não foi moleza resistir à tentação de trazer as
meninas conosco nesta viagem!! Ao pesquisar os hotéis meses antes da
viagem, eu fugia dos que tinham muitas atividades para crianças
porque eu não queria ficar me sentindo mal durante a viagem, rsrs,
com remorso de estar num lugar bacana e de não tê-las levado
comigo. E o pior é que não adiantou!!
Chegando
aqui, tudo o que eu via (inclusive outras crianças pequenas
brincando ou comendo no restaurante) me fazia lembrar delas e
imaginar o quanto elas poderiam gostar do passeio e estar se
divertindo! Até chorei depois da primeira conversa por skype com
elas, me sentindo 'culpada' de estar aqui e elas lá. Eu sei, eu
sei... são coisas bobas de mãe sentimental. É apenas uma semaninha
fora e essas viagens de lua-de-mel meu marido e eu só comemoramos a
cada 5 anos. O importante é a gente aproveitar bem esses dias "de
folga" para que, quando voltarmos, possamos assumir novamente as
tarefas do dia-a-dia, com renovados empenho e vigor!
Mas
o motivo deste post é contar como foram os últimos 2 meses da
Alícia. Então, mãos à obra!
Alimentação
e Dentição
A
Alícia passou maus bocados nos últimos meses por causa dos dentes
nascendo. Muitos dentes! Num determinado momento chegamos a contar
SEIS dentinhos cortando a gengiva dela ao mesmo tempo. Ela sofreu,
viu! E algumas vezes - nos piores dias - até chorava ao morder
alguma coisa mais dura, chegando a recusar alimento na hora da
refeição (algo bem atípico). Por outro lado, ela também já
consegue se alimentar muito melhor sozinha (tanto com garfo quanto
com colher). Inclusive, ela não gosta muito de ser ajudada. Isso só
tende a melhorar e a facilitar a minha vida!
Desfraldamento
e Doença
Os
últimos meses também foram conturbados na questão saúde. Na
verdade, não sei se por causa da dentição, mas a Alícia teve
diarreia por muitas semanas seguidas. Acho que chegou a durar um mês!
Na primeira semana julgamos que fosse uma virose porque a família
inteira ficou mal, com dor de barriga. Depois todo mundo foi
melhorando, menos a Alícia, que continuava defecando uma média de
3-4 vezes por dia. E o coco era tão ácido que só de tocar na pele
dela já a deixava todinha vermelha e assada, ainda que eu trocasse a
fralda imediatamente. Quanto sofrimento vê-la assim! Chegou ao ponto
de ela nem deixar eu encostar o algodão com água para limpá-la,
fechava as pernas com força e chorava. Era um sufoco trocá-la.
Muitas vezes eu pensei quão bom seria se ela já estivesse
desfraldada porque pelo menos estaria fazendo as necessidades no vaso
e não teria esse problema da assadura... Por outro lado, como
continuar o desfraldamento em um bebê com diarreia?? Eu até tentei
nos 2 primeiros dias da diarréia, mas depois de alguns incidentes de
fezes mole e fedida no chão da sala, me rendi novamente ao uso da
fralda e declarei interrompido o treinamento!
Justo
no mês em que achei que fosse economizar na compra de pacotes de
fraldas... humpf, que nada! Fazendo cocô tantas vezes por dia,
acabei gastando muito mais, rsrs!
A
interrupção do treinamento de desfraldamento acabou sendo muito
mais longa do que eu imaginei porque a diarreia não parava. Até que
comecei a desconfiar de vermes - afinal, com os dentes nascendo e a
Alícia colocando na boca tudo o que encontra pela frente, esta era
uma real possibilidade. Sim, e com o sério agravante da minha
suspeita de que ela andou comendo terra do canteiro da garagem!
Felizmente, chegou o dia da visita periódica ao pediatra e ele
receitou um vermífugo para elas tomarem. Bingo, parece que o
problema foi sanado – mas isto foi na semana que antecedeu a nossa
viagem para cá. Portanto, só pretendo pensar no assunto do
desfraldamento novamente agora quando eu voltar para casa. Mas
confesso que quanto mais tempo passa, maior tem parecido este gigante
para mim! É um desafio que eu preciso encarar, o de treinar a minha
pequena para fazer suas necessidades no vaso sanitário, e não mais
na fralda.
E
eu tenho sentido que com duas filhas está sendo mais complicado eu
parar tudo o que estou fazendo para ir ao banheiro com a menor –
muito embora a mais nova querer imitar a mais velha em tudo ser uma
vantagem... Porém, me parece que o meu dia fica todo truncado com
tantas idas ao banheiro - ficar ali sentada esperando ela fazer
alguma coisa, o que nem sempre acontece. Perco muito tempo com isso!
E, o que é pior, tem também o tempo gasto com tantas trocas de
calcinha e limpando xixi do chão pela casa por causa dos acidentes
frequentes.
Mas,
como toda mãe está cansada de ouvir, não adianta nos
desesperarmos e transferirmos à criança a nossa frustração pelo
insucesso do desfraldamento. Nem tudo acontece como e quando
queremos. Tirar a fralda é um processo mais lento do que gostaríamos
que fosse. E despejar na criança a nossa ansiedade só vai alongar e
complicar ainda mais o processo. Então, o que eu preciso é buscar
serenidade, pensar num plano realista e coerente e fazer tudo com
muita, mais muita, paciência e perseverança!
Como se fosse fácil,
rsrs.
Rotina
e Sonecas
As
sonecas da Alícia à tarde têm sido mais tranquilas do que nunca.
Ela adormece facilmente, na própria cama, em apenas 5 minutinhos, e
eu nem preciso mais fechar a porta para escurecer muito o quarto!
Normalmente é assim: elas terminam de almoçar (a Alícia mais
rápido do que a Nicole) e eu a levo para escovar os dentes enquanto
a Nicole ainda termina de mastigar as últimas colheradas. Levo-a
para o quarto, troco a fralda, puxo a cama, dou a Nana e digo para
ela se deitar porque está na hora da soneca. Saio do quarto (deixo a
porta aberta) e repito o processo todo com a Nicole – escovar os
dentes e levar para fazer xixi. Antes mesmo da Nicole voltar, a
Alícia já está dormindo! Em poucas tardes, a Nicole pede para
dormir junto (na cama dela), geralmente apenas no dia do ballet –
que é numa segunda-feira, justamente o dia em que ela fica mais
cansada. Nos outros dias, eu fecho a porta do quarto para a Alícia
tirar a soneca longa dela sem barulho e a Nicole faz o seu horário
de descanso quietinha na sala.
Numa
determinada semana, eu tive um compromisso fora de casa pela manhã
em que levei as meninas comigo de carro. Era um longo trajeto de ida
e volta. Na volta, como era quarta-feira, resolvi passar na feira
aqui perto para comprar frutas e legumes que estavam faltando em
casa. Resumo: o dia foi totalmente diferente e a soneca da tarde
acabou não acontecendo para a Alícia, pois ela dormiu uns
minutinhos no carro no caminho pra casa. À noite, quando voltamos da
faculdade perto da 23h:30, ela despertou quando a tiramos do carro e
não conseguiu voltar a dormir facilmente. Ficou chorando um tempão,
não queria ficar em sua própria cama! No dia seguinte, mais
agitação: era o dia do nosso "playdate" quinzenal em que
passamos o dia todo fora e a soneca dela à tarde também pulada.
Vocês
conseguem imaginar como ficou esta criança na sexta-feira, depois de
dois dias sem uma soneca decente e uma noite mal dormida? Ela ficou
acabada!! E advinhem só? De manhã, depois do café, devocional e
atividade de leitura, ela me pediu para dormir!! Foi para o quarto e
começou a tentar puxar sozinha a cama para pegar a Nana. Eu disse
que ela não podia pegar a Nana, que a Nana era só para a hora de
dormir e, em seguida, como ela insistiu muito em querer a Nana e já
estava se desabando a chorar, perguntei sela ela queria dormir. Ela
fez que sim com a cabeça! Eu duvidei um pouco na hora porque eram
apenas 9h:00, mas mesmo assim arrumei a cama para ela dormir e dei a
Nana. Pois ela deitou bonitinha e começou a chupar o dedo. Saí do
quarto pensando que dentro de poucos momentos ela fosse aparecer na
sala para brincar, mas que nada... ela dormiu direto até a hora do
almoço, rs. Na verdade, quando ela acordou, eu e a Nicole já
tínhamos terminado de almoçar. Ela estava realmente cansada e
precisando dormir!
Adaptação
à cama e Sono noturno
A
transição do berço para a bi-cama (a Nicole dorme em cima e a
Alícia em baixo) tem sido algo engraçado, embora trabalhoso.
Engraçado porque, como você pode ver na foto ao lado, a Alícia
logo descobriu que subir para o colchão da irmã é muito mais
interessante do que ficar sozinha no dela. E trabalhoso porque agora
não existem mais grades para detê-la lá.
Nope,
agora a única barreira capaz de mantê-la deitada e quietinha na
hora de dormir é a nossa autoridade e voz de comando. Ou seja, é a
oportunidade perfeita que, como pais, temos para ensinarmos a ela
quais são os limites invisíveis. Um verdadeiro treinamento para a
obediência!
E
aqui entra aquela célebre frase: "Educar dá trabalho".... e como!
Ainda
neste tópico do sono e da adaptação à nova cama, a Alícia já
entendeu que na hora de dormir a gente tem de puxar a cama dela para
fora e, que ao acordar, a gente empurra a cama de volta para baixo da
cama da Nicole. E, para evitar que ela passe o dia andando pela casa
com a Nana (sua fiel companheira, uma boneca de dormir) nos braços –
o que também favorece que ela chupe dedo fora de horário -
instituímos que o lugar das Nanas é sempre nas camas. No caso da
Nana da Alícia, eu geralmente a empurro junto com a cama dela para
baixo da cama da Nicole. Ela não gostou muito da regra nas primeiras
vezes e resistiu em deixar eu levar a Nana de volta para a cama, mas
meu marido e eu temos insistido e agora ela já está pegando o jeito
de como as coisas precisam funcionar. Quando ela tira a Nana da cama
e eu dou a ordem para ela levá-la de volta, 90% das vezes ela
obedece prontamente.
Outra
observação quanto ao sono é que temos notado que o sono da Alícia
tem sido agitado. Muitas vezes ela chora dormindo, como se estivesse
tendo pesadelos, e fica geralmente suada. A Nicole teve muito disso
também, acho que mais ou menos nesta idade, se não me engano.
Começava a gritar/chorar sem motivo aparente. Confesso que a minha
tendência e a de meu marido é achar que é alguma dorzinha, como
gases por causa de alguma coisa diferente (e mais gordurosa) que elas
tenham comido naquele dia. Nestes casos, a gente observa se elas
soltam pum enquanto a gente massageia a barriga delas e, se sim, dá
algumas gotas de simeticona. É um hábito que a gente tem desde que
elas eram bebezinhas.
Ultimamente,
porém, esse "sono conturbado" da Alícia tem acontecido
com maior frequência e, tenho refletido, se de repente ele não tem
alguma relação com o "salto de desenvolvimento" pelo qual
achamos que ela está passando – justamente o assunto do próximo
ponto!
Desenvolvimento
e Comportamento
Como
dizia, eu senti que nos últimos meses a Alícia deu um grande salto
de desenvolvimento. Vejo-a fisicamente mais ativa – com melhor
equilíbrio, agilidade, destreza etc. – e também mais concentrada
para acompanhar atividades intelectuais – o momento de leitura, o
quebra-cabeça, etc. No outro post desta semana comentei sobre suas
habilidades de comunicação, que ela já é capaz de usar 2 palavras
juntas para tentar me contar as coisas. Muitas vezes ela me
surpreende com as palavras novas que fala ou mesmo as que reconhece
nas figuras dos livros de vocabulário que lemos juntas, sobretudo,
quando eu peço para ela encontrar uma em meio a várias.
A
Alícia está cada vez mais esperta e exploradora. Para citar alguns
exemplos, ela aprendeu a calçar as próprias sandálias (que fecha
com velcro), me ajuda a colocar a fralda nela em pé, já sabe
colocar de volta os braços corretamente dentro do cinto de segurança
na cadeira de bebê (do automóvel) e, como eu comentei lá em cima,
consegue se alimentar muito bem sozinha. Além de imitar a irmã em
tudo (sons e gestos) e querer calçar e andar com os nossos sapatos
pela casa (ou calçá-los em nós, que também é muito engraçadinho),
ela descobriu no banquinho seu grande aliado para fazer as suas
peripécias – leva-o para cá e pra lá para tentar subir nos
lugares mais altos (como a minha cama)
e fica radiante quando consegue! Na verdade, não é só a irmã que
ela quer imitar. Se ela me vê passando batom, desodorante ou
perfume, usando óculos ou fazendo qualquer outra coisa de diferente
para ela, ela quer fazer também. Isso é normal, eu imagino, para
crianças nesta idade. Não que ela já não fizesse muitas dessas
coisas antes, mas é que de repente essa perspicácia dela ficou mais
latente.
Quanto
ao comportamento dela, há certos hábitos que deixamos que fossem
estabelecidos e agora tem sido o nosso desafio, como pais,
eliminá-los. São hábitos ruins porque geram "retrabalho"
para nós. Um deles é ela tirar os sapatos (e as meias!) assim que
entra no carro para irmos a algum lugar (e isto também acontece com
frequência quando senta no cadeirão para comer). Ou então tirar o
elástico ou presilha do cabelo que deu o maior trabalhão arrumar
antes de sair de casa. Já deu para perceber que minha filha
preza pelo conforto acima da estética, né, rsrs! Pois é, mas para
nós, pais, isto não é nem um pouco legal... principalmente se
demorou um bocado de tempo para a gente conseguir com que ela ficasse
quietinha o suficiente para dividir mais ou menos decentemente o
cabelo e prendê-lo do jeito "certo". Também já virou
hábito ela (e a irmã!) levantarem no cadeirão para mostrar como
estão crescendo porque estão comendo toda a comida. Ou ficarem se
distraindo, girando pelo cadeirão e ficando de joelhos, enquanto
comem. A culpa, na verdade, é nossa que não as prendemos com o
cinto de segurança, né... E por isso agora a gente fica o tempo
todo repetindo que é para elas se sentarem e virarem pra frente.
Preciso parar com esse falatório que desgasta o ânimo de qualquer
relacionamento e começar a aplicar consequências concretas para a
desobediência delas (não sem antes falar bem sério e explicar
quais serão). Ambas têm idade suficiente para entender e respeitar
os limites, basta que os pais não subestimem sua capacidade para o
aprendizado!
Bem,
por hoje é só. Agora vou curtir meu penúltimo dia de estadia aqui
no hotel à beira da piscina, hehe!
Bem-vinda!!
Bem-vinda ao nosso blog!
Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!
Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!
"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5
sexta-feira, 19 de abril de 2013
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Desenvolvimento da linguagem antes dos 2 anos
Quando a Nicole completou 1 ano e 5 meses, eu escrevi este post sobre o seu desenvolvimento cognitivo e aquisição de vocabulário. Faz tempo que estou me cobrando fazer um sobre a Alícia também. Abaixo pretendo compartilhar um pouco da minha percepção sobre o seu desenvolvimento da linguagem até aqui.
Antes, porém, é preciso evidenciar alguns pontos sobre como fazemos as coisas aqui em casa. O primeiro deles é que meu marido e eu acreditamos que desde muito cedo, quando ainda bebês, embora ainda não falem, as crianças têm capacidade mental para se comunicarem (obs. Aprendemos este ensinamento no livro "Além do Nana Nenê", do Gary Ezzo e Robert Buckman). Por isso, já a partir dos 7 meses, procuramos ensinar às nossas filhas outro método de comunicação, a linguagem de sinais, como alternativa ao choro e birra tão comuns entre crianças pequenas. O pouco que sabemos da linguagem de sinais já é suficiente.
Nesta idade, as crianças gostam muito de imitar o que as pessoas à sua volta estão fazendo - seus sons e gestos. Aliás, a gente brinca que a Alícia - que dentro de poucos dias completará 1 ano e 10 meses - é a sombra da irmã - a Nicole, que está com quase 3 anos e 8 meses. Isso porque grande parte do tempo o que a gente vê é a Alícia observando a irmã e imitando todos os seus gestos, ações e comportamentos. E como as duas se divertem com isso e dão boas gargalhadas!
Assim, não fica difícil entender porque, embora ainda não fale, a Alícia consiga aprender tão facilmente novos sinais, dentre eles, gestos que acompanham músicas ou os versículos bíblicos que estamos memorizando em família no momento devocional a cada manhã.
Os sinais que a Alícia mais usa atualmente (e os faz espontaneamente ou com o nosso estímulo) são: "please" (por favor), "no, thanks" (não, obrigada), "excuse me" (com licença) e "sorry" (me desculpe).
Mas hoje não vim falar sobre a 'linguagem de sinais' em si (se este é o seu interesse, existe um marcador na coluna à direita com este nome), o que quero é me deter mais no assunto "bilinguismo". Meu marido e eu falamos inglês e português e, portanto, sempre quisemos que nossos filhos de pequenos aprendessem os dois, naturalmente. Eu sei que, aqui no Brasil principalmente, existe toda uma polêmica em cima desse tema. Alguns acreditam que falar mais do que um idioma confunde a criança e retarda o desenvolvimento da sua fala, além de dificultar o seu relacionamento com outras pessoas. Para falar a verdade, eu não concordo com esses argumentos. Acho que é subestimar a capacidade de comunicação das crianças. Além disso, conheço casos que me fazem pensar diferente.
E ainda que o bilinguismo possa de fato retardar o início da fala (o que eu não sei se é verdade), não acho que isso seja substancial a ponto de comprometer ou prejudicar a criança. Que diferença faz se a criança começou a falar aos 2 anos, 2 anos e meio ou 3 anos? Será que faz tanta diferença assim? Será que não é uma questão que também envolve temperamento e outras habilidades, como a de interação social?
Bem, não sou especialista em linguística e confesso que não fui atrás de ler muitas informações sobre o assunto. Apenas conversei um pouco com pessoas experientes na área (no sentido de experiência prática mesmo, não necessariamente de conhecimentos teóricos) e fui seguindo minha própria intuição sobre o que fazer. O que vou compartilhar abaixo é apenas fruto da minha experiência e opinião sobre o assunto.
Como dizia, falamos os dois idiomas em casa. Me deram a dica de não misturá-los dentro da mesma frase, para que fique sempre bem claro o que é um idioma e o que é outro. Isso faz total sentido para mim, mas confesso que nem sempre é fácil de se fazer. Aliás, se você não tem o hábito de separar os idiomas é um tanto quanto difícil! Com a Nicole, de certa forma, eu acho que consegui ser mais disciplinada do que sou hoje em dia quanto a isso. Com medo de confundi-la, eu realmente me esforcei para falar somente em um idioma com ela. Quando estávamos somente as duas, ou em família, era o inglês que usávamos para nos dirigir a ela. Porém, com meu marido falo em português (por preferência nossa), então ela sempre foi acostumada a ouvir os dois idiomas naturalmente.
Se eu tivesse de nomear o nosso método de ensinar eu o chamaria de o método da convivência, rs. Ou, como o chamam nas escolas bilíngues, é o ensino por imersão. Isso significa que sim, eu li livrinhos de palavras em inglês para ela, mas não que eu tenha partido do português para ensinar o inglês. Como eu sempre considerei ser falta de educação falar inglês na frente de pessoas que não falam o idioma, nos momentos fora de casa (ex. na igreja - até os 2 anos da Nicole frequentamos uma igreja brasileira) ou quando estávamos na companhia de outras pessoas, eu me dirigia a ela em português.
Um fator interessante é que por nove meses (dos 18 aos 27 meses), a Nicole frequentou uma escola bilíngue. Ela entrou 3 meses antes de eu ganhar a Alícia e, neste período, só ia 3x por semana, por meio-período. Lá o ensino era por imersão também, mas a verdade é que inglês mesmo ela só ouvia da professora, já que as outras crianças (na turminha dos babies) só falavam em português. Mesmo assim, acredito que a experiência tenha sido válida para ela. No ano seguinte (em 2012), eu a mudei de escola. Ela passou a frequentar uma escola de educação infantil brasileira e, nem por isso, o inglês dela ficou prejudicado. Muito pelo contrário, a fluência dela só melhorou. Ficou mais fácil para ela dividir os idiomas: de manhã / na escola se fala em português, à tarde / em casa se fala inglês, simples assim.
Agora em 2013, ela não está mais em escola alguma, está em casa comigo. Os dois idiomas estão muito bem consolidados na mente dela. Claro que há deslizes e traduções equivocadas que ela faz de vez em quando, mas no geral acho que ela tem uma excelente capacidade de tradução português-inglês e vice-versa. Como sei que tanto para ela quanto para mim, o português é a língua materna, tento me deter mais em atividades em inglês. Leio e conto histórias em inglês, tento mostrar desenhos em inglês, canto músicas em inglês, etc. Mas confesso que não é fácil ficar num idioma só, rsrs. É uma luta interna, principalmente quando não lembro ou não sei como se fala uma determinada palavra.
Bem, mas como eu disse lá em cima, este post é para falar sobre a aquisição de linguagem da Alícia, a minha mais nova. Contei tudo isso, na verdade, para contrastar o histórico das duas e tentar compreender o processo pelo qual ela está passando. Por um lado, o aprendizado da Alícia tem dependido muito mais dos meus estímulos e influência (já que ela nunca foi para escolinha alguma) e, por outro, como a aquisição de fluência da Nicole transcorreu tão bem eu percebo que tenho sido menos rígida com ela, no sentido de não cobrar tanto, praticar menos e, principalmente, me disciplinar para misturar o mínimo os idiomas.
A Alícia não fala tão bem ainda (por causa da pronúncia ruim, às vezes o som que ela diz é muito diferente do que ela pretende que ele seja!), mas já tenta se comunicar com duas palavras ao mesmo tempo (está começando a construir frases). Algo que eu tenho notado é que as palavras que eu intencionalmente ensinei, ela fala em inglês. Já as palavras que ela aprendeu sozinha (que ela fala espontaneamente de ouvir outros dizendo) são geralmente em português. O que isso me faz concluir? Que estou sendo mesmo relaxada e falando bem mais português do que em inglês em casa!! Para a Nicole essa falta de disciplina não é mais tão comprometedora já que ela domina bem os dois idiomas, e sabe ir de um para o outro sem problemas, já para a Alícia que não tem nem um nem outro idioma consolidado ainda, isto pode vir a ser um problema!
Outro ponto muito curioso é a pronúncia dela e a insistência em falar certas palavras em português (apesar de compreendê-las perfeitamente em inglês). Por exemplo, se eu digo: "Lily, where is your foot?" ou "Show me your foot", ela me mostra o pé e diz "Pé", em português!! O mesmo acontece rotineiramente com "daddy", "mommy" e "baby", são palavras que ela não fala de jeito nenhum em inglês. Não sei porque!! Se tiver algum especialista aí lendo este post, não deixe de comentar! Vou até colocar alguns vídeos que meu marido gravou para vocês terem uma ideia mais clara do que estou tentando explicar. É bem engraçado porque parece até que ela está fazendo de propósito, para tirar sarro dele!
Para finalizar o post, segue uma pequena lista de palavras que eu fui anotando nas últimas semanas que sei que ela conhece e tentar usar ao se comunicar! Claro que não consegui anotar todas, mas com essa lista já dá para ter uma ideia de como está o vocabulário dela. Vocês vão reparar que a pronúncia de algumas, principalmente as em português, têm pouco a ver com a palavra em si. Pedi ajuda ao meu marido sobre a forma de representar a pronúncia dela e não concordamos em um monte delas - eu acho que ela fala de um jeito e ele acha que ela fala de outro, rsrs. Mas vamos à lista:
Em Português
- dada (=obrigada)
- côco (=colo)
- oto (=o outro)
- ete (=este)
- ovo (=de novo)
- bô (=acabou)
- Kicky (=Nicky)
- nona (=danoninho)
- pá / pato (=sapato)
- au au (serve para qualquer animal)
- toto (=gostoso)
- Nana (nome da boneca, pode ser banana tb)
- pei (=espera/pare)
In English
- peese (=please)
- bye bye
- wawa (=water/shower)
- poo poo
- oo (=shoe/juice)
- apple (may mean other fruit too)
- more
- bib
- ball
- boh (=book)
- poon (=spoon)
- ep (=help)
- nee (=me)
- mine
- meh (=milk)
- puhple (=purple)
- why (=white)
- cuh (=cover)
Bem, por hoje é só. Espero conseguir voltar dentro de alguns dias para fazer o update de 1 ano e 10 meses dela. Um abraço!
Antes, porém, é preciso evidenciar alguns pontos sobre como fazemos as coisas aqui em casa. O primeiro deles é que meu marido e eu acreditamos que desde muito cedo, quando ainda bebês, embora ainda não falem, as crianças têm capacidade mental para se comunicarem (obs. Aprendemos este ensinamento no livro "Além do Nana Nenê", do Gary Ezzo e Robert Buckman). Por isso, já a partir dos 7 meses, procuramos ensinar às nossas filhas outro método de comunicação, a linguagem de sinais, como alternativa ao choro e birra tão comuns entre crianças pequenas. O pouco que sabemos da linguagem de sinais já é suficiente.
Nesta idade, as crianças gostam muito de imitar o que as pessoas à sua volta estão fazendo - seus sons e gestos. Aliás, a gente brinca que a Alícia - que dentro de poucos dias completará 1 ano e 10 meses - é a sombra da irmã - a Nicole, que está com quase 3 anos e 8 meses. Isso porque grande parte do tempo o que a gente vê é a Alícia observando a irmã e imitando todos os seus gestos, ações e comportamentos. E como as duas se divertem com isso e dão boas gargalhadas!
Assim, não fica difícil entender porque, embora ainda não fale, a Alícia consiga aprender tão facilmente novos sinais, dentre eles, gestos que acompanham músicas ou os versículos bíblicos que estamos memorizando em família no momento devocional a cada manhã.
Os sinais que a Alícia mais usa atualmente (e os faz espontaneamente ou com o nosso estímulo) são: "please" (por favor), "no, thanks" (não, obrigada), "excuse me" (com licença) e "sorry" (me desculpe).
Mas hoje não vim falar sobre a 'linguagem de sinais' em si (se este é o seu interesse, existe um marcador na coluna à direita com este nome), o que quero é me deter mais no assunto "bilinguismo". Meu marido e eu falamos inglês e português e, portanto, sempre quisemos que nossos filhos de pequenos aprendessem os dois, naturalmente. Eu sei que, aqui no Brasil principalmente, existe toda uma polêmica em cima desse tema. Alguns acreditam que falar mais do que um idioma confunde a criança e retarda o desenvolvimento da sua fala, além de dificultar o seu relacionamento com outras pessoas. Para falar a verdade, eu não concordo com esses argumentos. Acho que é subestimar a capacidade de comunicação das crianças. Além disso, conheço casos que me fazem pensar diferente.
E ainda que o bilinguismo possa de fato retardar o início da fala (o que eu não sei se é verdade), não acho que isso seja substancial a ponto de comprometer ou prejudicar a criança. Que diferença faz se a criança começou a falar aos 2 anos, 2 anos e meio ou 3 anos? Será que faz tanta diferença assim? Será que não é uma questão que também envolve temperamento e outras habilidades, como a de interação social?
Bem, não sou especialista em linguística e confesso que não fui atrás de ler muitas informações sobre o assunto. Apenas conversei um pouco com pessoas experientes na área (no sentido de experiência prática mesmo, não necessariamente de conhecimentos teóricos) e fui seguindo minha própria intuição sobre o que fazer. O que vou compartilhar abaixo é apenas fruto da minha experiência e opinião sobre o assunto.
Como dizia, falamos os dois idiomas em casa. Me deram a dica de não misturá-los dentro da mesma frase, para que fique sempre bem claro o que é um idioma e o que é outro. Isso faz total sentido para mim, mas confesso que nem sempre é fácil de se fazer. Aliás, se você não tem o hábito de separar os idiomas é um tanto quanto difícil! Com a Nicole, de certa forma, eu acho que consegui ser mais disciplinada do que sou hoje em dia quanto a isso. Com medo de confundi-la, eu realmente me esforcei para falar somente em um idioma com ela. Quando estávamos somente as duas, ou em família, era o inglês que usávamos para nos dirigir a ela. Porém, com meu marido falo em português (por preferência nossa), então ela sempre foi acostumada a ouvir os dois idiomas naturalmente.
Se eu tivesse de nomear o nosso método de ensinar eu o chamaria de o método da convivência, rs. Ou, como o chamam nas escolas bilíngues, é o ensino por imersão. Isso significa que sim, eu li livrinhos de palavras em inglês para ela, mas não que eu tenha partido do português para ensinar o inglês. Como eu sempre considerei ser falta de educação falar inglês na frente de pessoas que não falam o idioma, nos momentos fora de casa (ex. na igreja - até os 2 anos da Nicole frequentamos uma igreja brasileira) ou quando estávamos na companhia de outras pessoas, eu me dirigia a ela em português.
Um fator interessante é que por nove meses (dos 18 aos 27 meses), a Nicole frequentou uma escola bilíngue. Ela entrou 3 meses antes de eu ganhar a Alícia e, neste período, só ia 3x por semana, por meio-período. Lá o ensino era por imersão também, mas a verdade é que inglês mesmo ela só ouvia da professora, já que as outras crianças (na turminha dos babies) só falavam em português. Mesmo assim, acredito que a experiência tenha sido válida para ela. No ano seguinte (em 2012), eu a mudei de escola. Ela passou a frequentar uma escola de educação infantil brasileira e, nem por isso, o inglês dela ficou prejudicado. Muito pelo contrário, a fluência dela só melhorou. Ficou mais fácil para ela dividir os idiomas: de manhã / na escola se fala em português, à tarde / em casa se fala inglês, simples assim.
Agora em 2013, ela não está mais em escola alguma, está em casa comigo. Os dois idiomas estão muito bem consolidados na mente dela. Claro que há deslizes e traduções equivocadas que ela faz de vez em quando, mas no geral acho que ela tem uma excelente capacidade de tradução português-inglês e vice-versa. Como sei que tanto para ela quanto para mim, o português é a língua materna, tento me deter mais em atividades em inglês. Leio e conto histórias em inglês, tento mostrar desenhos em inglês, canto músicas em inglês, etc. Mas confesso que não é fácil ficar num idioma só, rsrs. É uma luta interna, principalmente quando não lembro ou não sei como se fala uma determinada palavra.
Bem, mas como eu disse lá em cima, este post é para falar sobre a aquisição de linguagem da Alícia, a minha mais nova. Contei tudo isso, na verdade, para contrastar o histórico das duas e tentar compreender o processo pelo qual ela está passando. Por um lado, o aprendizado da Alícia tem dependido muito mais dos meus estímulos e influência (já que ela nunca foi para escolinha alguma) e, por outro, como a aquisição de fluência da Nicole transcorreu tão bem eu percebo que tenho sido menos rígida com ela, no sentido de não cobrar tanto, praticar menos e, principalmente, me disciplinar para misturar o mínimo os idiomas.
A Alícia não fala tão bem ainda (por causa da pronúncia ruim, às vezes o som que ela diz é muito diferente do que ela pretende que ele seja!), mas já tenta se comunicar com duas palavras ao mesmo tempo (está começando a construir frases). Algo que eu tenho notado é que as palavras que eu intencionalmente ensinei, ela fala em inglês. Já as palavras que ela aprendeu sozinha (que ela fala espontaneamente de ouvir outros dizendo) são geralmente em português. O que isso me faz concluir? Que estou sendo mesmo relaxada e falando bem mais português do que em inglês em casa!! Para a Nicole essa falta de disciplina não é mais tão comprometedora já que ela domina bem os dois idiomas, e sabe ir de um para o outro sem problemas, já para a Alícia que não tem nem um nem outro idioma consolidado ainda, isto pode vir a ser um problema!
Outro ponto muito curioso é a pronúncia dela e a insistência em falar certas palavras em português (apesar de compreendê-las perfeitamente em inglês). Por exemplo, se eu digo: "Lily, where is your foot?" ou "Show me your foot", ela me mostra o pé e diz "Pé", em português!! O mesmo acontece rotineiramente com "daddy", "mommy" e "baby", são palavras que ela não fala de jeito nenhum em inglês. Não sei porque!! Se tiver algum especialista aí lendo este post, não deixe de comentar! Vou até colocar alguns vídeos que meu marido gravou para vocês terem uma ideia mais clara do que estou tentando explicar. É bem engraçado porque parece até que ela está fazendo de propósito, para tirar sarro dele!
Para finalizar o post, segue uma pequena lista de palavras que eu fui anotando nas últimas semanas que sei que ela conhece e tentar usar ao se comunicar! Claro que não consegui anotar todas, mas com essa lista já dá para ter uma ideia de como está o vocabulário dela. Vocês vão reparar que a pronúncia de algumas, principalmente as em português, têm pouco a ver com a palavra em si. Pedi ajuda ao meu marido sobre a forma de representar a pronúncia dela e não concordamos em um monte delas - eu acho que ela fala de um jeito e ele acha que ela fala de outro, rsrs. Mas vamos à lista:
Em Português
- dada (=obrigada)
- côco (=colo)
- oto (=o outro)
- ete (=este)
- ovo (=de novo)
- bô (=acabou)
- Kicky (=Nicky)
- nona (=danoninho)
- pá / pato (=sapato)
- au au (serve para qualquer animal)
- toto (=gostoso)
- Nana (nome da boneca, pode ser banana tb)
- pei (=espera/pare)
In English
- peese (=please)
- bye bye
- wawa (=water/shower)
- poo poo
- oo (=shoe/juice)
- apple (may mean other fruit too)
- more
- bib
- ball
- boh (=book)
- poon (=spoon)
- ep (=help)
- nee (=me)
- mine
- meh (=milk)
- puhple (=purple)
- why (=white)
- cuh (=cover)
Bem, por hoje é só. Espero conseguir voltar dentro de alguns dias para fazer o update de 1 ano e 10 meses dela. Um abraço!
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Vida sem empregada. E agora?
Como é de conhecimento geral,
agora os empregados domésticos passaram a ter os mesmos direitos que haviam
sido assegurados aos demais trabalhadores na Constituição de 1988. Justo ou
injusto? Sinceramente, não vou nem discutir porque há argumentos para todos os
lados e se trata de uma batalha inútil.
O fato é: ter uma empregada
doméstica, algo tão comum no Brasil, ficou mais caro. E não sou otimista: a
tendência é piorar, porque o salário mínimo subiu consideravelmente nos últimos
anos e seguirá subindo. Assim, daqui um tempo uma família de classe média
realmente não terá mais essa ajuda providencial. A solução, em um primeiro
momento, será recorrer a diaristas, mas para um segundo momento, acredito que
essas profissionais também reajustarão seus valores.
Concluo que logo seremos como os Estados Unidos. Ajuda com a
casa será coisa de rico.
Vocês leitoras devem se perguntar o que esse assunto tem a
ver com blog de maternidade. Minha resposta? Tudo.
Minha avó tinha empregada. Minha mãe
tinha empregada. Nenhuma das duas nunca considerou que eu não teria uma. Fui
criada sem aprender a fazer coisas básicas como lavar uma roupa bem lavada,
passar direitinho ou fazer comida. Essa nunca foi uma preocupação dos meus
pais, porque sempre consideraram que eu teria ajuda, ainda que de uma diarista.
E isso não aconteceu só comigo.
Praticamente TODAS as minhas amigas foram criadas do mesmo jeito. É
extremamente raro encontrar alguém da classe média com filhos sem ajuda de, ao
menos, uma diarista. Acho que esse é o caso de boa parte de nossas leitoras.
Mas agora ficou evidente que a
perspectiva para o futuro é outra. Vejam, não queria entrar nesse mérito, mas
acho que não vai ter jeito: essa emenda constitucional só fez “cair a ficha”.
Já estava bem evidente que essa mudança de paradigma aconteceria. Hoje,
faxineiras ganham bem, conseguem estudar seus filhos e não os criam para serem
faxineiros no futuro. O mesmo vale para empregadas. Alguém duvida que faltaria
mão de obra no futuro, se é que já não falta nos dias de hoje? E qual é a lei básica
de mercado? Se a oferta é menor que a procura, o preço sobe.
Cá estou eu educando minha filha
de três anos e meu filho bebê e percebo que tenho que fazer algo inédito até
para mim: ensiná-los a cuidar da casa. Ensinar e exigir que participem das
tarefas de casa, principalmente agora, não é só algo sobre disciplina. Eles vão
precisar disso mais para frente, quando contratar uma empregada não for mais
uma opção! Sim, leiam bem: tenho
plena convicção que dificilmente todos terão empregados ou até diaristas daqui
uns 20 anos.
Como mãe pró-ativa, preciso me adequar
a essa nova perspectiva e me esforçar para ensinar “as prendas” aos meus
filhos, tanto quanto exigir um bom aproveitamento escola (tudo bem que a Gi
ainda não tá nessa fase, mas entenderam, né?). Isso começa desde cedo. O Vini
precisa me ver guardando seus brinquedos. A Gi terá tarefas, ainda que simples,
como guardar os copos, panelas e enxugar a louça não perigosa.
Aos poucos, meus filhos
aprenderão e serão responsáveis por coisas diferenças. Eu não serei a única
beneficiada quando cada um fizer sua tarefa... eles colherão os melhores
frutos: saberão cuidar da casa e já estarão disciplinados e acostumados a desempenhar
as tarefas.
Caiu a ficha?
terça-feira, 2 de abril de 2013
Brasileira que mora nos EUA conta como é a sua rotina diária em casa.
Em resposta ao post Educação domiciliar e a busca por uma "rotina ideal" publicado aqui no blog na semana passada, uma amiga que atualmente mora em Oklahoma, me enviou uma mensagem contando como é a sua rotina doméstica nos EUA. A Mariela é uma pessoa que eu conheço "desde sempre" porque estudamos a vida toda no mesmo colégio e também congregamos na mesma igreja boa parte de nossas vidas. Aos 18 anos, depois de terminar o ensino médio aqui no Brasil, ela foi para os EUA fazer faculdade de Enfermagem. Lá ela conheceu o marido, Garrett, com quem se casou em 2010 e, um ano depois, nasceu a Natalie (hoje com 18 meses), a primeira filha do casal. Atualmente, a Mariela está grávida de novo, com 27 semanas, esperando o segundo bebê, um menininho. Conversamos um pouco pela internet e ela consentiu que eu escrevesse este post contando alguns detalhes da vida dela, na intenção de que a forma como ela estrutura seu dia-a-dia, conciliando os cuidados da casa, o tempo com o marido, com a filha, o cansaço da gestação e ainda um trabalho fora de casa, sirva de inspiração e ajude mamães com ideias de como se organizarem em suas próprias casas!
Descrição da rotina diária da Família Barbosa Hamm
7:00 - Acordamos, tomamos café, nos trocamos, fazemos devocional em família, etc.
8:00 - Meu marido sai para trabalhar e a Natalie e eu vamos para a academia.
Na academia, a Natalie fica com as babás do "nursery", onde ela fica brincando com crianças da mesma idade. Eu consigo ver o que ela está fazendo enquanto estou na esteira, pois são paredes de vidro.
9:15 - Chegamos em casa, tomamos banho e comemos um lanche.
10:00 ou 10:30 (depende do dia) - Atividades especiais fora de casa.
A minha cidade oferece uma série de programações para crianças de várias idades.
Segunda-feira: Dia de biblioteca - um período de leitura e atividades relacionadas à leitura, direcionado a crianças de 12 a 24 meses, que acontece na biblioteca da cidade.
Terça-feira: Dia de ginástica, especial para as mães interagirem com os filhos.
Quarta-feira: Dia de "play date"(com 2 ou 3 amiguinhas) no "Leonardo's", um centro recreativo indoor que oferece atividades variadas (ex. cozinha de brincar, consultório médico, pintura, etc.)
Quinta-feira: Dia de dança "Wee Move With Mommy", para mães e bebês se mexerem e desenvolverem sua musicalidade.
Sexta-feira: "Mom's day out" - um dia na semana para a mãe ficar fora. É um programa cristão que funciona das 9:00 às 15:00. A Natalie começará nele quando voltarmos para casa (porque no momento estamos no Brasil visitando a minha família). Ela ficará numa classe com crianças da mesma idade, terá um currículo bíblico, com várias atividades, inclusive hora da soneca. Esse será o dia que terei para adiantar tudo! Fazer compras, faxina, lavar roupa, manicure, cabelo, etc. seja o que for que precisa ser feito.
11:00-11:30 - Chegamos em casa e meu marido também vem para casa para almoçarmos em família.
12:30 - Eu e a Natalie tiramos a nossa soneca da tarde (antes eu não tirava, mas agora grávida... ai, como eu canso!). Eu só durmo 1 hora e meia, mas a Natalie dorme até 15:00-15:30.
15:00 - Hora do lanche.
15:30 - Hora de dar toda a minha atenção à Natalie - e hora de aprendizado. Por meia hora lemos livros, aprendemos "shapes", "colors", etc. e, por meia hora, brinco com ela de mercado, de boneca, etc.
16:30 - Hora das tarefas de casa.
Para dar conta de tudo, eu divido uma tarefa grande por dia. Por exemplo, se segunda-feira eu lavar os banheiros, então na terça-feira eu aspiro e passo pano na casa, na quarta-feira eu lavo roupa (na verdade, são 2 dias designados para as roupas!) e assim por diante. Isso além das tarefas diárias de ajuntar os brinquedos, esvaziar a lava-louças e etc.. Enquanto faço essas tarefas, a Natalie me "ajuda" - dou um paninho e ela finge que tira pó ou esfrega a parede. Quando estou dobrando as roupas, ela quer fazer igual, entre outras coisas.
17:30 - Preparo o jantar e dou janta para a Natalie. Enquanto preparo a janta, ela assiste a um desenho (como, por exemplo, "Veggie Tales"). Ela janta mais cedo, pois meu marido só chega em casa às 18:30 e aí fica muito tarde para ela jantar.
18:30 - Meu marido chega em casa e prepara a Natalie para dormir (troca, faz uma leitura, ora e coloca ela no berço). Aí sim, ufa... hora de relaxar, jantar, conversar e curtir o maridão! Ah, e uma vez a cada duas semanas, em uma das noites, minha sogra vem e fica em casa para podermos ter um "date night". = )
Bom, mas tudo isso para falar que tempo para cozinhar é muito difícil quando o nosso dia é tão agitado. E realmente é difícil ficar na cozinha cozinhando por uma hora com criança pequena. Por isso, eu pesquisei muito em vários sites e blogs, e no pinterest, e organizei um esquema de "meal planning" para a nossa família, onde já preparo várias refeições e congelo para a semana. Ou escolho receitas em que posso deixar a carne e todos os legumes em um "slow cooker" por 8 horas e na hora da janta já está prontinho!
Esse negócio de "meal planning" requer bastante preparação de antemão, mas vale muito a pena no dia-a-dia! Eu costumava me estressar muito com comida porque nunca sabia o que ia fazer, e aí não tinha certos ingredientes em casa quando queria fazer alguma coisa. Geralmente escolho um dos dias da semana à noite ou de domingo à tarde para preparar as refeições, quando meu marido está em casa porque com ele vai rapidinho. Coloco cada refeição em um "zip-lock bag" grande e congelo. E escrevo com canetinha permanente qual refeição está em cada plástico.
Repito aqui o comentário que escrevi naquele post da Talita. Não tenho empregada doméstica e posso dizer que é sim possível dar conta de tudo e de manter um lar limpinho e organizado quando nos programamos e nos planejamos para isso. No momento, eu ainda trabalho "part-time-per diem", o que significa que eu faço alguns plantões no hospital, mas só quando eu quero (a condição é que eu trabalhe pelo menos dois dias por mês). Dessa maneira, consegui conciliar ser mamãe em tempo integral e também ganhar experiência profissional. Mas quando meu segundo filho nascer, vou parar de trabalhar fora por um tempo. Agora que a Natalie está começando a ter mais e mais atividades durante o dia, tenho trabalhado menos dias fora.
O estabelecimento de uma rotina diária tem sido uma bênção para o bem-estar da nossa família, pois é como a Talita disse: a rotina é só um guia para organizar os nossos dias e conseguirmos ser produtivos, fazendo atividades com conteúdo e aprendizado. Planejamos a rotina, mas também nos adaptamos às circunstâncias e acontecimentos do dia-a-dia. E agora, com um bebezinho chegando, terei de realmente replanejar essa rotina!
É isso, espero ter compartilhado algumas dicas boas!
Mariela Barbosa Hamm
Descrição da rotina diária da Família Barbosa Hamm
7:00 - Acordamos, tomamos café, nos trocamos, fazemos devocional em família, etc.
8:00 - Meu marido sai para trabalhar e a Natalie e eu vamos para a academia.
Na academia, a Natalie fica com as babás do "nursery", onde ela fica brincando com crianças da mesma idade. Eu consigo ver o que ela está fazendo enquanto estou na esteira, pois são paredes de vidro.
9:15 - Chegamos em casa, tomamos banho e comemos um lanche.
10:00 ou 10:30 (depende do dia) - Atividades especiais fora de casa.
A minha cidade oferece uma série de programações para crianças de várias idades.
Segunda-feira: Dia de biblioteca - um período de leitura e atividades relacionadas à leitura, direcionado a crianças de 12 a 24 meses, que acontece na biblioteca da cidade.
Terça-feira: Dia de ginástica, especial para as mães interagirem com os filhos.
Quarta-feira: Dia de "play date"(com 2 ou 3 amiguinhas) no "Leonardo's", um centro recreativo indoor que oferece atividades variadas (ex. cozinha de brincar, consultório médico, pintura, etc.)
Quinta-feira: Dia de dança "Wee Move With Mommy", para mães e bebês se mexerem e desenvolverem sua musicalidade.
Sexta-feira: "Mom's day out" - um dia na semana para a mãe ficar fora. É um programa cristão que funciona das 9:00 às 15:00. A Natalie começará nele quando voltarmos para casa (porque no momento estamos no Brasil visitando a minha família). Ela ficará numa classe com crianças da mesma idade, terá um currículo bíblico, com várias atividades, inclusive hora da soneca. Esse será o dia que terei para adiantar tudo! Fazer compras, faxina, lavar roupa, manicure, cabelo, etc. seja o que for que precisa ser feito.
11:00-11:30 - Chegamos em casa e meu marido também vem para casa para almoçarmos em família.
12:30 - Eu e a Natalie tiramos a nossa soneca da tarde (antes eu não tirava, mas agora grávida... ai, como eu canso!). Eu só durmo 1 hora e meia, mas a Natalie dorme até 15:00-15:30.
15:00 - Hora do lanche.
15:30 - Hora de dar toda a minha atenção à Natalie - e hora de aprendizado. Por meia hora lemos livros, aprendemos "shapes", "colors", etc. e, por meia hora, brinco com ela de mercado, de boneca, etc.
16:30 - Hora das tarefas de casa.
Para dar conta de tudo, eu divido uma tarefa grande por dia. Por exemplo, se segunda-feira eu lavar os banheiros, então na terça-feira eu aspiro e passo pano na casa, na quarta-feira eu lavo roupa (na verdade, são 2 dias designados para as roupas!) e assim por diante. Isso além das tarefas diárias de ajuntar os brinquedos, esvaziar a lava-louças e etc.. Enquanto faço essas tarefas, a Natalie me "ajuda" - dou um paninho e ela finge que tira pó ou esfrega a parede. Quando estou dobrando as roupas, ela quer fazer igual, entre outras coisas.
17:30 - Preparo o jantar e dou janta para a Natalie. Enquanto preparo a janta, ela assiste a um desenho (como, por exemplo, "Veggie Tales"). Ela janta mais cedo, pois meu marido só chega em casa às 18:30 e aí fica muito tarde para ela jantar.
18:30 - Meu marido chega em casa e prepara a Natalie para dormir (troca, faz uma leitura, ora e coloca ela no berço). Aí sim, ufa... hora de relaxar, jantar, conversar e curtir o maridão! Ah, e uma vez a cada duas semanas, em uma das noites, minha sogra vem e fica em casa para podermos ter um "date night". = )
Bom, mas tudo isso para falar que tempo para cozinhar é muito difícil quando o nosso dia é tão agitado. E realmente é difícil ficar na cozinha cozinhando por uma hora com criança pequena. Por isso, eu pesquisei muito em vários sites e blogs, e no pinterest, e organizei um esquema de "meal planning" para a nossa família, onde já preparo várias refeições e congelo para a semana. Ou escolho receitas em que posso deixar a carne e todos os legumes em um "slow cooker" por 8 horas e na hora da janta já está prontinho!
Esse negócio de "meal planning" requer bastante preparação de antemão, mas vale muito a pena no dia-a-dia! Eu costumava me estressar muito com comida porque nunca sabia o que ia fazer, e aí não tinha certos ingredientes em casa quando queria fazer alguma coisa. Geralmente escolho um dos dias da semana à noite ou de domingo à tarde para preparar as refeições, quando meu marido está em casa porque com ele vai rapidinho. Coloco cada refeição em um "zip-lock bag" grande e congelo. E escrevo com canetinha permanente qual refeição está em cada plástico.
Repito aqui o comentário que escrevi naquele post da Talita. Não tenho empregada doméstica e posso dizer que é sim possível dar conta de tudo e de manter um lar limpinho e organizado quando nos programamos e nos planejamos para isso. No momento, eu ainda trabalho "part-time-per diem", o que significa que eu faço alguns plantões no hospital, mas só quando eu quero (a condição é que eu trabalhe pelo menos dois dias por mês). Dessa maneira, consegui conciliar ser mamãe em tempo integral e também ganhar experiência profissional. Mas quando meu segundo filho nascer, vou parar de trabalhar fora por um tempo. Agora que a Natalie está começando a ter mais e mais atividades durante o dia, tenho trabalhado menos dias fora.
O estabelecimento de uma rotina diária tem sido uma bênção para o bem-estar da nossa família, pois é como a Talita disse: a rotina é só um guia para organizar os nossos dias e conseguirmos ser produtivos, fazendo atividades com conteúdo e aprendizado. Planejamos a rotina, mas também nos adaptamos às circunstâncias e acontecimentos do dia-a-dia. E agora, com um bebezinho chegando, terei de realmente replanejar essa rotina!
É isso, espero ter compartilhado algumas dicas boas!
Mariela Barbosa Hamm
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