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Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

3 anos e 4 meses de Nicole!

Atrasada em alguns dias, eu sei, mas aqui estou para tentar falar um pouco sobre os quatro últimos meses da Nicole, minha filha primogênita. Queria ter vindo um mês atrás para fazer o post "3 anos e 3 meses", mas não consegui separar um tempo pra isso!

A foto abaixo foi tirada num estudo de campo no centro de SP que eu fiz com o grupo da faculdade pouco mais de um mês atrás. Foi antes de eu levar as meninas para cortarem o cabelo nas férias. Apesar de achar lindinho criança de franja, desisti de manter a franja da Nicole. Não imaginei que manter franja fosse tão trabalhoso. Tem de apará-la mês sim mês não porque o cabelo cresce rápido demais! Na foto a franja estava presa de lado com um tic-tac para não ficar caindo no olho.


Sono e Alimentação
Ela continua dormindo bem à noite (das 19:00 às 6:00), mas para continuar assim decidimos lentamente ir substituindo a soneca da tarde por um momento de descanso no sofá (sem dormir). Embora ela demonstre sinais de cansaço, em muitos dias tenho preferido não insistir mais para que ela realmente durma à tarde porque quando ela está cansada e dorme, as sonecas são geralmente longas - de pelo menos 2 horas - e nessa idade vejo que isso já começa a comprometer o horário de dormir à noite. E é aquela história: dá o horário de ir para cama e ela não está nem um pouco cansada ou com sono! Daí entra no ciclo da criança inventar desculpas para sair da cama - pede água, pede comida, pede pra fazer xixi ou cocô, fica cantando ou conversando sozinha (atrapalhando a irmã que algumas vezes acorda) ou simplesmente nos chamando no quarto para falar "qualquer coisa" que lhe venha à mente. Inclusive, acho que até demoramos muito para detectar o problema e no começo não entendemos que fosse "falta de sono" mas sim manipulação infantil. Se você parar para pensar, foi uma atitude bem injusta da nossa parte.

Para você que nos lê, entenda isso como constatação de que nós, papais e mamães proativos, também cometemos erros - mais do que desejaríamos! E, embora o blog sirva para compartilhar aquilo que nós fizemos que deu certo, às vezes é bom também mostrar o outro lado da moeda: os nossos erros e como nós contornamos a situação diante de um fracasso. Até para você não pensar erroneamente que conosco tudo sempre foi perfeito. Se inspirar na história de alguém que escreve um blog tem esse viés perigoso porque a tendência é idealizarmos demais. Se você é mamãe de primeira viagem, aceite o fato de que por mais que leia, se instrua e se dedique para criar seus filhos da melhor maneira possível, em algum momento você também vai errar. Somos falíveis e dependemos da graça de Deus todos os dias! E embora seja normal nos sentirmos frustradas e decepcionadas quando erramos com os nossos filhos (ainda mais com algo que depois nos parece tão óbvio), não podemos deixar que a culpa nos corroa por dentro e nos afaste ainda mais do objetivo proposto. Buscar o perdão e a restauração no Pai é o melhor caminho para alcançá-lo.

Quanto à alimentação, tudo continua indo muito bem! Ela come devagar e sempre, mas come de tudo - legumes, verduras, frutas - e tem uma alimentação diária equilibrada e saudável. Um comentário a fazer é um pico de crescimento recente que ela teve: durante uma semana ela parecia faminta - vinha pedir comida antes da hora e comia muito além do normal! Ah, eu já comentei que ela não curte muito comer bolacha? Acho engraçado isso porque pra mim toda criança gostava de bolacha. Ela até come, mas uma só e pronto. Quando ofereço mais, ela diz: "No, thanks". Tenho pensado que no fundo a gente é que acostuma o paladar da criança com diferentes alimentos desde cedo. A Nicole desde sempre só comeu "doces saudáveis" (=frutas)! Já com a Alícia percebo que eu fui bem menos rígida no primeiro e segundo ano de vida com relação a deixar experimentar alimentos ou bebidas pouco nutritivos e considerados prejudiciais à saúde, como refrigerantes, balas, bolachas, chocolates e doces em geral. Infelizmente, fui baixando a guarda.

Emoções
Não sei se eu que sou uma motorista apressada, mas recentemente a Nicole passou por uma fase de "medo de velocidade". Já aconteceu com vocês? Eu ia buscá-la na escola e durante todo o caminho da volta pra casa ela não parava de pedir para eu ir mais devagar. Mesmo eu diminuindo bastante a velocidade (quase parando), ela continuava repetindo que o carro estava indo rápido demais. Ela também fez isso com o pai algumas vezes. Reparei também que de uns meses pra cá ela começou a ficar muito mais atenta ao seu redor no trânsito (para além das três cores do semáforo), observando tudo e fazendo questão de comentar nossas conversas ou reações sobre qualquer assunto. Se eu suspirasse e falasse sozinha porque entrei numa rua errada ou parei na fila errada, ou se meu marido comentasse algo sobre o carro da frente ou de um estabelecimento à vista, ou mesmo se o carro pulasse por causa de um buraco ou uma lombada, ela queria saber todos os detalhes - porque, como e onde!

É uma fase muito gostosa porque sua curiosidade para entender como as coisas funcionam (e porque elas funcionam dessa maneira) na minha opinião é fascinante - ela faz perguntas muito inteligentes! Mas ao mesmo tempo, preciso confessar, dá uma canseira. Primeiro porque com isso nós, os pais, "perdemos" nossa privacidade de conversar sobre o que quisermos no carro ou à mesa de jantar porque ela ouve, presta atenção e repete tudo. E segundo porque não basta perguntar, ela faz questão de repetir nossa resposta acrescentando o famoso "Mas por quê isso e aquilo?". Ou seja, as perguntas não têm fim! Não importa o que a gente responder, sempre virá o "por quê?" no fim. Há dias que é tão cansativo que eu tenho vontade de brincar de "Vaca amarela" para ter alguns minutos de silêncio, organizar meus pensamentos e recarregar as baterias!!

Disciplina
Outra novidade sobre comportamento do último update para cá foi a introdução do "cantinho da reflexão" aqui em casa. Até então só a estávamos corrigindo e disciplinando com a vara (na verdade, batemos no bumbum com o chinelo) para casos de desobediência, mas percebemos alguns comportamentos errados que não eram necessariamente desobediência direta - como, por exemplo, mentir ou bater na irmã - e que, portanto, precisavam de um tratamento diferenciado. Na verdade, a primeira vez que apliquei o "cantinho da reflexão" foi meio de supetão, não foi algo planejado ou combinado previamente com meu marido. Eu estava já nervosa por algum motivo e ela fez algo errado dessa natureza que me tirou ainda mais do sério. Não lembro direito o que foi, mas com certeza envolveu machucar a irmã. Aprendi que jamais devo disciplinar minha filha irada (porque a intenção não é descontar minha raiva, mas sim resgatá-la do perigo da desobediência), por isso minha primeira reação nesse dia foi pegar o banquinho de madeira que fica no banheiro (e que ela usa para sentar no vaso), levá-lo para um canto isolado da sala e colocá-la para ficar sentada ali pensando no que fez por 3 minutos, mais ou menos como a Super Nanny ensina. Se não me engano, a apostila do curso Educação de Filhos à Maneira de Deus chama isso de "time-out". Usei o despertador do meu celular para marcar o tempo e fiquei segurando a Alícia longe (que toda hora queria ir lá ficar perto da irmã que estava aos prantos). Funcionou bem porque, ao término do tempo, eu também havia me acalmado e para ela a disciplina valeu. Em seguida, repeti o mesmo processo que faço quando a disciplinamos por desobediência (como ensina o Pastoreando o Coração da Criança, leia mais aqui) porque tanto num caso como no outro o objetivo é buscar a total restauração do relacionamento. Por isso, me certifico de que ela entendeu que o que ela fez é errado (consciência), a convido a orar para juntas pedirmos que Deus ajude-a a obedecer (ou, nesse caso, a tratar a irmã com amor) e encerro a conversa com um beijo, um abraço e a afirmação do quanto ela é amada. Quando sou correspondida no beijo e no abraço sei que o objetivo final foi alcançado!

Comportamento
Já ouviu falar de criança pequena que rói unhas? Eu não... até minha filha de 3 anos começar a roer! Tudo começou um belo dia, quando ela ainda tinha 2 anos e foi comigo até o salão de cabeleireiro que fica aqui na minha rua. A gente sempre brincava de pintar as unhas dela "de brincadeirinha" em casa, mas ela nunca havia se interessado que eu as pintasse de verdade. E, sinceramente, eu não pensava em fazê-lo tão cedo. O fato é que ela se contentava com a imaginação - pra ela já estava de bom tamanho. Até que, nesse fatídico dia, uma manicure desocupada do salão em que estávamos se ofereceu para pintá-la... e adivinhe? Não pediu minha autorização em off para a Nicole não ouvir caso eu dissesse não. Ela simplesmente se dirigiu à Nicole dizendo para ela sentar-se na cadeira porque ela ia deixar as unhas dela bem bonitas - das mãos e dos pés. Claro que elas ficaram lindinhas, mas quando penso nisso hoje me dá uma raiva. Eu deveria ter interferido, mas na hora fiquei sem graça porque a mulher estava querendo fazer uma gentileza, um agrado porque havia gostado da Nicole. Enfim, é uma característica típica do nosso povo que eu não gosto: as pessoas são atrevidas e não respeitam certos limites sociais - nem quando se trata de bebês, já reparou? Já viu algum adulto dando refrigerante para bebê tomar (ou bala pra chupar) sem perguntar para a mãe se pode? E se ela for do tipo que reclama ou dá bronca, a pessoa acha ruim e ainda responde "mas o que é que tem?". Eu particularmente sou avessa a confusões públicas (não sou do tipo que roda a baiana, eu geralmente engulo calada), mas acho esse atrevimento de não respeitar o espaço, a privacidade ou o posicionamento dos outros tão feio. Como quando ia buscar a Nicole na escola e a tia da perua escolar vinha com a filhinha dar bolinho Ana Maria para a Alícia comer - sem perguntar pra mim se podia e sem ter a mínima noção de que era horário de almoço!

Mas como dizia, desse diante em diante, a Nicole adquiriu o hábito de roer unha. Como não estava acostumada com a sensação do esmalte nas unhas, passou a levá-las à boca. Até a unha do dedão do pé ela pegou o hábito de roer deitada na cama. Eu ficava agoniada de ver o resultado! Aí começou um processo chato. Toda vez que a gente ia à manicure, ela queria pintar as unhas de novo. Dessa vez ela me pedia e eu deixava porque como as unhas estavam roídas, eu pensava que iria estimulá-la a parar de roer e deixá-las crescer. Mas não estava funcionando. Roer tinha virado vício mesmo, ela fazia sem perceber. Ficava triste quando via o resultado porque sabia que isso me chateava também (ela é muito sensível aos meus sentimentos). Às vezes eu mesmo pintava, deixava a unha dela bonitinha antes de dormir (levava um tempão porque era um tiquinho de unha) e de manhã ela já tinha roído um monte! Procurei em tudo quanto é site dicas que pudessem ajudar. Até passar babosa eu tentei. Quando eu a pegava com o dedo na boca, ela tirava apressada e dizia "I'm not biting anymore, Mommy". Ou seja, ela queria parar - entendia que isso não era bom, que ela estava se machucando - mas não estava conseguindo. Eu sei bem como ela se sentia porque também já tive problema com isso (e às vezes ainda tenho), até admiti isso pra ela e pedi pra ela dar bronca em mim se me visse mordendo a unha. Ela ficou toda feliz com a nova responsabilidade de vigiar a mamãe e chegou a me pegar algumas vezes com a mão na boca também, rsrs! Finalmente, pela graça de Deus, ela conseguiu se livrar desse terrível hábito depois de uns 3 meses de muita insistência - de conversar, de explicar, de orar com ela, de mostrar que o branquinho da unha dela tinha sumido, de comparar as unhas dela com as do papai, da mamãe, da irmã, etc. Na ocasião, eu tinha largado mão de pintar suas unhas e ela já estava insistindo fazia alguns dias para eu pintá-las novamente. Bem, ela é muito insistente. Pediu, pediu até que eu cedi, mas antes de pintá-las falei bem sério que se no outro dia ela acordasse com as unhas roídas novamente não adiantaria ela pedir porque eu não iria pintá-las de novo. Ela aceitou. Pintei as unhas das mãos e dos pés. Antes de dormir oramos e pedimos a ajuda de Deus. E ela conseguiu manter sua palavra! Em poucas semanas, as unhas delas já estavam bonitas e compridas novamente. = )

Linguagem
Esses dias a Nicole soltou uma frase com "She's ___" (em vez de "Her ___" como ela fazia, leia sobre aqui). Fiquei feliz porque mesmo corrigindo-a pouco (na maior parte das vezes eu deixo passar), ela já está se auto-corrigindo (só de me ouvir falando o certo)! Muito bom!

Vez ou outra ela inventa certas palavras em inglês, rsrs. As três que eu percebi e anotei foram: "Mommy, let it sec" (quando ela está brincando de pintar minha unha), "count a story" e "It is solting" (se referindo ao enfeite de cabelo que fica caindo). Em todos os casos, eu repito a frase (às vezes em forma de pergunta) pra  ela ouvir e falar o certo. É bem tranquilo porque, na realidade, ela sabe as formas corretas ( "let it dry", "tell a story", "it is falling"), apenas se confunde às vezes.

Brincadeiras
A brincadeira favorita da Nicole é fingir que é mamãe. Ora ela é mamãe de alguma boneca (e a Alícia o papai, rsrs), ora ela é a mamãe e eu a filhinha. E ela ama me chamar de "daughter". Essas brincadeiras são um bom espelho para mim de como ela me enxerga porque ela imita tudo o que me vê fazer: na hora de escovar os dentes, de levar a nenê para fazer xixi, de colocar na cama para dormir, de ler alguma historinha, de beijar e fazer carinho quando está chorando, de preparar e dar a comida ou o leitinho, de chamar a atenção quando faz algo errado (batendo no bumbum) e, mais engraçado, quando sento na frente do computador para trabalhar. São as imagens que ela tem de mim que ela reflete ao brincar e que provavelmente vão ficar registradas na memória dela quando ela for adulta. Considerar isso me faz querer ser uma mãe cada vez melhor porque quero que suas recordações de mim sejam as melhores possíveis! Me motiva, por exemplo, nos dias em que acordo cansada porque as horas de sono não me foram o suficientes, a não descontar nelas meu mau-humor ou não levar o dia de barriga só porque estou cansada. Me estimula a planejar e organizar as atividades do dia pra não ficar presa muito tempo no computador ou no celular - seja respondendo e-mail, comentando no facebook, lendo ou pesquisando em blogs ou simplesmente escrevendo aqui no blog também (o que tende a ser um problema!).

Escola
Esse ano tirei a Nicole da escola. Por uma série de motivos. Como estou sem trabalhar, vou ficar com as duas em casa - tanto pela questão financeira como pela questão disponibilidade. Nesta idade ela ainda não precisa ir à escola. Na realidade, é algo óbvio - ela acabou de completar 3 anos, logo faltam mais 3 para ela entrar em idade escolar - mas a suposta necessidade de matricular o filho na escola o quanto antes (para ele "se socializar e se desenvolver adequadamente") é algo tão latente em nossa cultura que a minha decisão de ficar em casa com a Nicole esse ano causou estranheza. E, sinceramente, para além das finanças e da disponibilidade, tem também a questão do homeschooling. É uma prática que, até abril do ano passado, eu conhecia muito superficialmente - sabia apenas que era algo que alguns americanos residentes no Brasil faziam. Não imaginava que no Brasil houvesse um movimento em prol da regulamentação da educação domiciliar! O interesse de estudar sobre isso surgiu de conversas que tive com pessoas conhecidas que educam seus filhos em casa. A princípio, a intenção era mais questionar mesmo. Eu queria entender porque cargas d´água alguém iria preferir ensinar em casa em vez de mandar os filhos para a escola. Para mim era coisa de louco, rsrs. Curiosamente, quanto mais lia a respeito do assunto mais fui gostando da ideia. Até meu marido, que no começo também foi muito contrário, foi contagiado pelos pressupostos por trás dessa filosofia e começou a me incentivar. É uma filosofia de vida apaixonante e, eu creio, bíblica. Mas não posso negar que exige muito do pai ou mãe educador!! É preciso abdicar de algumas coisas para conseguir ter êxito nessa empreitada. Por isso, por esse ano vamos fazer o teste. Na realidade, nem dá para dizer que é homeschooling porque, como já disse, minha filha não está em idade escolar, mas a ideia é eu sentir como seria minha vida (e a delas) caso a gente adotasse a educação domiciliar.

Nosso desejo sempre foi matricular nossas filhas no colégio onde eu estudei. É um colégio cristão internacional, mas é caro e não temos condições financeiras para pagar as mensalidades. Para nós é essencial que as meninas estudem perto de casa e o colégio onde a Nicole estava atende a esse requisito, além de ser pequeno e bem organizado. Mas, confesso, que ainda não estava muito em paz com algumas questões. A principal foi a feira cultural do 2º. semestre. O tema era anos 60, 70, 80 e 90 e os pais foram convidados para ir à escola num sábado e assistir às apresentações dos alunos - desde o mini-maternal até o 8º. ano.  Pra começar, o mini-maternal (turminha da minha filha) e o maternal dançaram a música "Biquíni de bolinha amarelinho". Precoce, não? E depois teve de tudo, desde casais de menino e menina de sainha curta dançando lambada no palco até meninas vestidas à moda "é o tchan" dançando ao som de "depois de nove meses você vê o resultado", fazendo sinal de barriga de grávida. Cultural eu concordo que é, mas não consigo entender como isso pode ser educativo! E nem estou entrando no mérito de ser cristão ou não (porque eu sabia que não estava matriculando-a numa escola cristã), estou falando de algo ser benéfico moralmente. Não sei se foram os professores ou os alunos quem selecionaram as músicas (no caso da turminha da minha filha, com certeza não foram as crianças), mas se a escola não soube peneirar o que é moralmente benéfico para uma criança menor ver ou ouvir (no caso, a apresentação dos maiores), então tem algo de muito errado. Que outras influências enganosas / perigosas ela pode estar recebendo numa idade em que se encontra indefesa? Porque, afinal, eu não estou lá para ver e ouvir os princípios por trás dos ensinamentos passados para poder interpretá-los por ela e direcioná-la a como pensar, concordam?

Na minha faculdade (FEUSP) provavelmente diriam diferente. Por lá eles acreditam que a imposição de qualquer ensinamento, principalmente religioso, numa criança é violência contra ela. Obviamente eu não concordo e já saí injuriada de muitas aulas depois de ouvir o que pra mim são absurdos. Numa aula de Metodologia do Ensino de Educação Física, por exemplo, estavam discutindo se o conteúdo de músicas estilo funk (com forte conotação sexual, bem vulgar) era interessante de ser trabalhado com crianças de educação infantil (0 a 5 anos) e ensino fundamental (1ª a 4ª série). A discussão pegou fogo e pelas reações exaltadas de alguns quando certo aluno se opôs, quem era conservador preferiu ficar calado para não ser ridicularizado. Esse aluno demonstrou preocupação de colocar crianças tão novas para ouvir uma música que dizia "senta no meu pau" porque não convinha explicar para elas o que isso significava, e uma aluna respondeu que para criança não tem esse negócio de conotação sexual como para os adultos, que ela tinha dançado "é o tchan" quando criança e que nem por isso hoje ela entra rebolando na sala de aula! Ou seja, eles defendem que um dos papeis da escola é valorizar a cultura dos alunos uma vez que muitos já ouvem esse tipo de música em casa ou no bairro onde moram e, no caso dos alunos que não ouvem funk e o ridicularizam, o fazem por desconhecê-lo e não reconhecê-lo como produção cultural, sendo papel da escola trabalhar o assunto com os alunos no sentido de erradicar os preconceitos sociais para que eles aprendam a conviver com a diversidade (de gênero, sexual e religiosa).

Do ponto de vista cristão, sei que existe toda uma polêmica sobre estarmos no mundo, mas não sermos do mundo e que, portanto, não devemos criar nossos filhos numa bolha, alheios ao que acontece no mundo real sem Deus. Por outro lado, creio que a minha responsabilidade para com a minha filha HOJE é protegê-la de perigos físicos, emocionais e espirituais e fazer as escolhas por ela. Não me sinto à vontade em expô-la, nessa idade, a músicas como essa e esperar que ela tenha maturidade para refletir e distinguir o certo do errado. Ninguém ensina um bebê a nadar jogando-o numa piscina e esperando que ele bata as pernas sozinho, não é mesmo? Do mesmo modo, não acredito que seja inofensivo (ou prudente) jogá-la em situações assim e esperar que ela saia dela ilesa uma vez que ela está em seus anos de formação!

De qualquer modo, fiquei com o coração apertado porque sei o quanto a Nicole gosta dessa escola, das tias e dos coleguinhas. No ano passado quando ela mudou de escola foi a mesma história: fiquei me sentindo culpada um tempão pois sabia o quanto ela gostava da primeira escola e, pra ajudar, ela passou boa parte das férias falando da tia Fabi. No fim das contas, hoje ela nem lembra mais. Esse ano a história se repete, com a diferença de que ela está mais velha e entende melhor. Por ser perto, quando passamos em frente ela aponta o prédio azul e diz feliz que aquela é a escola dela. Qualquer presentinho que ela ganha, ela fala de levar para a escola para mostrar para a tia Kelly. Num passeio que fizemos ao Sesc algumas semanas atrás, eu mostrei duas embalagens vazias de suquinho que estavam em cima da grama e sugeri que as pegássemos e jogássemos no lixo. Ensinei que era muito feio quando as pessoas jogam lixo no chão e que a gente não deveria fazer isso para não estragar a natureza. Sabe o que ela me respondeu? Que eu tinha de falar para a tia Kelly quem foi para ela dar uma bronca na pessoa que fez isso!

Meu marido e eu temos explicado que a escola dela agora vai ser em casa, com a mamãe, e ressaltamos que vai ser muito legal. Não sei até que ponto ela consegue compreender, no fim eu acho que ela pensa que esse tempo em casa com a mamãe vai ser só durante as férias e que depois ela vai pra escola de novo. Independente dos meus sentimentos de insegurança, creio que foi o Senhor que nos conduziu a essa decisão. Portanto, confio que Ele nos dará sabedoria para lidar com a situação da melhor maneira possível!

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