Bem-vinda!!

Bem-vinda ao nosso blog!
Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

5 meses de Alícia!



A Alícia completou 5 meses no último sábado. Esse mês foi conturbado e cheio de desafios!

Dificuldade com a amamentação
O principal deles foi a dificuldade com a amamentação, um gigante e tanto para derrubar. Vou pintar abaixo o cenário para vocês entenderem como foi que tudo aconteceu.

Para começar, tivemos dias bem agitados com algumas programações atípicas fora de casa... um velório, dois casamentos, uma visita à maternidade, uma festa de aniversário de criança, alguns eventos, um encontro de mulheres e duas viagens de fim de semana para o interior - fora as minhas idas semanais à empresa e as visitas rotineiras ao médico que, por si só, já envolvem muito trabalho de preparação para sair de casa! Meu marido está encabeçando um projeto importante da empresa e, por isso, além da jornada diária que ele passa lá, ele tem dedicado muitas madrugradas em casa para acompanhar e orientar o programador! Isso acarretou alguns problemas à sua saúde (primeiro pensamos que fosse o coração, mas graças a Deus era apenas uma gastrite no estômago!) que ele agora está tendo de tratar. Isso também envolveu uma ida ao laboratório para acompanhá-lo na realização de uma endoscopia. O clima seco do último mês também trouxe dificuldades para a saúde das meninas, principalmente a da Alícia que ficou com o peito carregado de catarro e uma forte tosse com pigarra - ainda está sendo preciso fazer inalação algumas vezes por dia. Para completar, além de todas essas atividades e episódios intensos, outros conflitos estressantes relacionados à igreja e à escola da Nicole aconteceram e contribuíram para aumentar a tensão emocional. Tudo na mesma época, incrível! Até a saída mensal que meu marido e eu sempre fazemos (sem as meninas) pra relaxar e focar um no outro precisou ser cancelada.

Por tudo o que aconteceu, fiquei cansada, MUITO cansada! Para ser mais exata, acho que dá pra dizer que fiquei exausta e, com isso, vi nitidamente a minha produção de leite diminuir!! O que gerou OUTRO grande problema! Conseguiu imaginar a situação?

Sim, é uma bola de neve! E o ciclo fica difícil de ser quebrado, veja só:

seu leite diminui > a bebê não mama direito e com fome acorda mais cedo do que o habitual para as mamadas > a rotina vira uma bagunça > a produção de leite não acompanha o ritmo > a bebê impaciente chora muito pra mamar e volta a acordar durante a noite, o que por sua vez resulta em dias longos e noites mal dormidas > você não dorme/descansa o suficiente e o seu corpo não consegue dar conta de se recuperar para que a produção aumente!

De imediato tentei resolver a situação oferecendo o outro lado, mas logo vi que não estava sendo suficiente para saciar a fome dela. Depois comecei usar a bombinha para tirar leite após a mamada para mandar ao meu corpo a mensagem de que a demanda tinha aumentado e de que era preciso produzir mais. Claro que a sucção da bombinha elétrica é bem menos eficiente do que a sucção do bebê, principalmente a Alícia que sempre sugou muito forte, porém após curtos minutinhos mamando (apenas 2-3 de cada lado) ela se irritava muito e não queria mais continuar, só chorava. Preocupada porque, mesmo depois ficar um tempão tentando tirar leite com a bombinha elétrica, somente algumas míseras gotas saíam, resolvi tirar o leite antes da mamada para verificar quantos ml eu estava produzindo. Essa é uma das dificuldades de se amamentar, não se pode precisar de fato quanto de leite foi ingerido. Para meu desespero, só consegui tirar 60 ml, o que é muito pouco!! Imagine, eu já tinha tirado chegado a tirar 120-150 ml de excesso (dos dois lados) em outras ocasiões (após ela mamar). Não é à toa que a minha filha estava tão brava e chorona!

Cheguei a achar que não conseguiria mais amamentá-la. Até comprei uma lata grande de Aptamil. Nenhuma mãe quer ver seu bebê passando fome! Cheguei a oferecer o leite industrializado algumas vezes para complementar a mamada, mas ela só aceitou uma vez e mamou 50 ml. Das outras vezes não sei se ela recusou porque estranhou o gosto ou se foi mesmo porque ela não estava mais com fome, vai saber!! Eu sei que continuei monitorando de perto cada fralda e elas estavam sempre molhadas (algumas vezes encharcadas) apesar de na maioria das mamadas, principalmente nas da tarde e noite, o meu peito quase não encher como antes. A bem da verdade, olhando pra trás agora e analisando a situação, eu acho que se ela tivesse aceitado de pronto o leite industrializado todas as vezes que eu ofereci, eu teria pegado o atalho! Eu só pensava em desistir. Pelo meu cansaço físico e mental, pensei inúmeras vezes em largar mão, colocando na balança se realmente valeria a pena o esforço necessário para conseguir reverter a situação.

Eu sabia que precisava ingerir mais líquidos e descansar, mas não estava conseguindo. Meu marido fez o que pôde pra me ajudar, vinha sempre com um copão de água pra eu beber mesmo eu não estando com sede e, quando podia, fazia o que dava para eu poder dormir um pouco mais. Minha amiga Tine sugeriu que eu largasse mão da rotina estruturada por alguns dias e amamentasse a cada 2 horas, se ela aceitasse. Foi sacrificante porque eu já estava super preparada para fazer a transição para a rotina de 4 horas (em que o bebê mama, fica acordado por 2 hs e depois tira uma soneca de mais 2 hs). Mal sabia eu o que ainda teria de enfrentar! No início do mês, fui ver minhas anotações sobre quando fizemos a transição de rotina com a Nicole, minha primeira filha, e vi que por vacilo meu já estávamos atrasadas em algumas semanas para fazer a mudança!! Cheguei até a fazer a mudança por um ou dois dias, mas daí os problemas de produção vieram. Na verdade, a semana que eu escolhi pra fazer a mudança calhou de ser bem quando ela passou por um pico de crescimento (growth spurt) e precisou aumentar o consumo de leite!

Como já disse uma outra amiga (Luciana) quando uma situação inesperada e turbulenta aconteceu na vida dela: "tudo isso para eu depender ainda mais do Senhor!". Faço minhas as palavras dela. Ainda mais porque foram raras as noites neste mês que a Alícia não acordou pra mamar também de madrugada, algumas vezes mais de uma vez! Beeeem diferente do planejado.

O desfecho (se é que ele já aconteceu) é que continuamos na luta. A rotina está mais ou menos estruturada novamente, a Alícia mama a cada 2h30 min a 3 horas (às vezes dos dois lados e às vezes de um só) e está começando a esticar as noites novamente (porém ainda acorda 1x e eu a amamento), enfim... pelo menos parece que a fase pior já passou... e sobrevivemos! Graças ao bondoso Deus que nos fortaleceu nos momentos difíceis.

Os pontos altos do mês
Não estaria sendo justa se omitisse que também houve vitórias esse mês. A primeira delas é que o intestino da Alícia regularizou! Ela tem evacuado praticamente todos os dias agora (e em alguns até mais de uma ou duas vezes, como a irmã fazia), o que é um grande alívio. Outra novidade é que o tempo acordada dela se estendeu para 1-2 horas e senti que ela deu um grande salto em desenvolvimento esse mês! Com a minha ajuda segurando-a pelas mãos ela firma as perninhas pra ficar em pé (por alguns segundos), quando está deitada em inclinação faz força com o tronco para se sentar, já descobriu as mãozinhas (e as fica observando com muita atenção) e está cada vez mais risonha e esperta, emitindo diferentes sons com a boca como quem quer conversar. Apesar do mês turbulento, a Alícia continua sendo uma bebê serena que alegra e encanta as pessoas com sua simpatia.



Comentário sobre os diferentes bicos de mamadeira
Antes de concluir, queria só fazer um rápido comentário sobre a experiência de recusa de minha filha em aceitar o leite materno oferecido na mamadeira no mês passado. Duas semanas após esse episódio decidi tirar leite de novo e o ofereci . E advinhem?! Dessa vez ela o aceitou! Inclusive, mamou sozinha segurando a mamadeira com as mãozinhas!

Achei tão lindo que registrei, vejam:



A moral da história é a importância de não se desesperar e insistir com algo. Não é porque o seu bebê recusou a mamadeira (a chupeta, um alimento ou o que for) uma vez que você deve se dar por vencida. Espere alguns dias, tente outras vezes, de outras formas e, acima de tudo, faça as coisas com calma e paciência para superar os obstáculos!

Um abraço!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Pastoreando o coração - Parte 4 - Vara e Consciência


Olá, hoje vim postar a parte 4 do resumo do livro "Pastoreando o coração da criança". Para ler os posts anteriores sobre essa série de resumos, basta seguir os links a seguir: Fundamentos, Objetivos e Métodos e Comunicação. O tema desta parte envolve um assunto bem polêmico: o uso da vara. Eu achei o posicionamento do autor bem equilibrado (e bíblico). Vale a pena abrir-se para essa reflexão!

Capítulo 11 - Adotando métodos bíblicos: a vara

PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Jeremias 17:9 –
Ensina que o coração é “enganoso e deseperadamente corrupto”.
Provérbios 29:15 e 17
– A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe. (...) Corrige o teu filho e te dará descanso, dará delícias à tua alma.
Hebreus 12:11
– Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.
Efésios 6 –
Avisa contra o perigo de provocar os filhos à ira.
Hebreus 12:5
Deixa claro que a vara é uma expressão de amor; a disciplina é uma “exortação a filhos”, ou seja, um sinal de filiação (pai/mãe que disciplina demonstra que ama).
Hebreus 12:5 e 6
Estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe.

Ao discorrer sobre o raciocínio por detrás do uso da vara, Tripp diz que as questões de correção transcendem o presente e nos lembra que as crianças não nascem moral e eticamente neutras. De acordo com Prov. 22:15, a loucura e a insensatez estão atreladas ao coração do mais doce bebezinho. E como diz o texto, se permitirmos que essa estultícia cresça na criança, ela acarretará sua eventual destruição!

De acordo com o sentido das palavras loucura e insensatez (ou estultícia, dependendo da versão usada) conforme aparecem em todo o livro de Provérbios, Tripp esclarece que elas transmitem os seguintes significados: não ter temor de Deus, não se submeter à autoridade, não ouvir a repreensão, carecer de sabedoria e zombar dos caminhos de Deus.

Nesse contexto, a vida do insensato é movida por seus desejos e medos; ele vive do imediatismo de sua paixão, cobiça, expectativas, esperanças e medos. Tripp nos lembra que, em seu estado natural, nossos filhos têm corações de insensatez! Eles resistem à correção, às nossas tentativas de governá-los. Ao educá-los, precisamos lembrar que a criança que se recusa a estar debaixo de autoridade está em posição de grave perigo.

É aí que entra a vara. Ela é dada para uso neste caso extremo! Tripp deixa bem claro que não é seu direito bater nos filhos quando bem desejar. Para resgatar os filhos da morte (doença), a vara é o remédio dado por Deus (o meio de resgate). Para o autor, recusar o caminho proposto por Deus significa escolher seu próprio caminho, que leva à morte e é o cúmulo da insensatez.

Tripp afirma que, propriamente administrada, a disciplina torna humilde o coração da criança, deixando-a sujeita à instrução dos pais. A vara causa dor, mas traz colheita de justiça e paz, exatamente como promete Heb. 12:11. A vara não é a única medida, mas ela precisa ser usada.

O que é a vara?
- O uso oportuno, comedido e controlado de punição física.
- O exercício de pais, não de todos os adultos.
- Um ato de fé (confiança na sabedoria de Deus e na excelência do Seu conselho).
- Um ato de fidelidade para com a criança (expressão de amor e compromisso).

Usar a vara é uma responsabilidade dos pais como representantes de Deus. Não é o externar a ira ou frustração dos pais. É uma missão de resgate: a vara enfatiza a importância de obedecer a Deus (pois Ele é quem determina que os filhos obedeçam os pais).

DISTORÇÕES DA VARA
O conceito bíblico da vara não dá aos pais o direito de ter crises de temperamento diante dos filhos, de bater nos filhos quando desejarem (e assim provocá-los à ira conforme lemos em Efésios 6), de extravasarem sua ira e frustração reprimidos (mágoas) ou de exigirem retribuição pelo erro cometido. Nada disso! Tripp acredita que essa mentalidade punitiva associada ao uso da vara não é bíblica. Disciplinar com a vara deve produzir aproximação e não distanciamento. Ele explica que quando tem-se a mentalidade punitiva, a correção deixa de ter o objetivo de restauração para ter o objetivo negativo de pagamento.

OBJEÇÕES COMUNS À VARA
- Amo demais meus filhos para bater neles.
Para Tripp esse é um pensamento enganoso. Afinal, pergunta ele, quem se beneficia se você não disciplinar seu filho com a vara? Com certeza não é a criança! Ele reitera que o fracasso em aplicar a vara põe a criança em risco. O autor também nos lembra de Prov 13:24; de acordo com esta passagem, o ódio me impedirá de bater em meu filho, o amor me forçará a fazê-lo.

- Tenho medo de machucá-lo.
O autor argumenta que, de acordo com Prov. 23:13-14, a disciplina biblicamente equilibrada nunca põe seu filho em risco, nem mesmo fisicamente.

- Tenho medo de que essa prática o torne rebelde e irado.
Prov. 29:17 diz exatamente o oposto! Diz que a disciplina não produz filhos irados e irritados, produz filhos que estão em paz com você, em quem você pode se deleitar.

- Esse método não funciona.
O autor admite que aplicar a vara pode não funcionar, e os motivos comuns são uso inconsistente da vara, falha em persistir, fracasso em ser eficaz e, principalmente, fazer com ira.

- Tenho medo de ser processado por abuso infantil.
Taí um argumento válido, por isso Tripp nos lembra que a aplicação da disciplina não deve ser em público! Acima de tudo, disciplinar ou não com a vara é uma questão de fé: obedecerei a Deus mesmo quando há riscos ligados à obediência? Os riscos existem, seja prudente.

O FRUTO DA VARA
A vara ensina:
- Que há resultados inevitáveis do comportamento (o princípio de semear e colher),
- A estar debaixo de autoridade,
- E que as estruturas de autoridade são uma bênção.

A vara produz uma colheita de paz e justiça (fruto pacífico) e filhos felizes e bem-sucedidos.
A vara traz a criança de volta ao lugar da bênção.

"Deixada entregue a si mesma, ela continuaria a viver movida pela paixão. Continuaria a buscar conforto na escravidão de seus desejos e temores. A vara de correção faz a criança voltar à submissão aos pais, à posição em que Deus lhe prometeu a bênção" (página 131).

Quando a criança tem permissão para ser irritadiça e desobediente, uma distância se desenvolve entre os pais e a criança. Tripp lembra que seus filhos precisam ser conhecidos e entendidos (comunicação), mas que também precisam que os limites estejam claros e a correção previsível (autoridade e vara). A comunicação e a vara não são métodos isolados, são feitos para funcionarem juntos!!

Em suma, a ênfase na comunicação rica e multiforme anula a disciplina fria e tirânica. De acordo com Tripp, pais autoritários tendem a carecer de amabilidade e pais permissivos tendem a carecer de firmeza. A primazia de um ou outro desses métodos dependerá da idade do seu filho.

Capítulo 12 - Adotando métodos bíblicos: apelo à consciência

PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Romanos 2:12-16
Diz que Deus outorgou capacidade de raciocínio que discerne questões de certo ou errado; mesmo as pessoas que não têm a lei de Deus mostram que esses requisitos estão escritos em seus corações ao obedecerem à lei (consciência).
Provérbios 23
A consciência dada por Deus é sua aliada na disciplina e correção (essa consciência deve ser despertada).
Mateus 21:28-32 e 33-46
Exemplos do apelo à consciência: 1) parábola dos dois filhos, Jesus interage com os fariseus e 2) parábola dos lavradores e do dono da vinha, Jesus apela ao senso de certo e errado dos fariseus e pede que eles façam o julgamento.

Neste capítulo, Tripp sugere que, assimi como Jesus fazia ao usar parábolas, a verdade dos caminhos de Deus deve ser plantada e cultivada na consciência. O foco central na criação de filhos é conduzi-los a uma sóbria avaliação de si mesmos como pecadores, sua total incapacidade de fazer as coisas que Deus requer a menos que conheçam a ajuda e força de Deus. Os pecadores que vêm a Jesus, em arrependimento e fé, são revestidos de poder para viverem novas vidas.

Como já expôs antes, o autor reforça que a dependência dos filhos em seus próprios recursos os conduz para longe da cruz; afasta-os de qualquer auto-avaliação que os forçaria a concluir que estão desesperadamente necessitados de perdão e do poder de Jesus. A hipocrisia e a justiça própria é o resultado de dar aos filhos a lei que pode ser cumprida e dizer-lhes que sejam bons!

Por quê? Porque à medida em que vão sendo bem-sucedidos tornam-se como os fariseus, pessoas cujo exterior está limpo enquanto por dentro há todo tipo de sujeira e imundície. Ao apelar para suas consciências, os filhos são estimulados a buscarem em Deus compreensão de si mesmos.

Até mais, Talita

Confira a parte 5 do resumo clicando em Da infância à pré-escola

domingo, 6 de novembro de 2011

Pastoreando o coração - Parte 3 - Comunicação


Olá, hoje vim postar a parte 3 do resumo do livro "Pastoreando o Coração da Criança". Se você ainda não leu os resumos anteriores, recomendo que comece por eles para ter uma compreensão mais completa do livro. Para lê-los, clique em Fundamentos e Objetivos e Métodos. (A divisão de cada parte foi invenção minha para facilitar o estudo que estou fazendo com um grupo de amigas).

Comunicação, o tema dos capítulos que vim resumir hoje, é de extrema importância. Aprendi muito com os insights do autor e espero que você também aprenda!

Capítulo 8 - Adotando métodos bíblicos: comunicação

PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Efésios 6:1
– Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo.
Provérbios 23:13-19
– Não retires da criança a disciplina, pois se a fustigares com a vara, não morrerá. Tua a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno. Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á também o meu; exultará o meu íntimo, quando os teus lábios falarem cousas retas. Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, no temor do Senhor perseverarás todo dia. Porque deveras haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança. Ouve, filho meu, e sê sábio; guia retamente no caminho o teu coração.
Provérbios 23:22, 26
– Ouve a teu pai, que te gerou, e não despreze a tua mãe, quando vier a envelhecer. (…) Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos.
Provérbios 18:2, 13
– O insensato não tem prazer no entendimento, senão em externar o seu interior. (…) Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha.
Provérbios 20:5
– Como águas profundas são os propósitos do coração do homem, mas o homem de inteligência sabe descobri-los.
Provérbios 4:23 – Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração porque dele procedem as fontes da vida.
Marcos 7:21-22
– Porque de dentro do coração dos homens é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.
Lucas 6:45
– O homem do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.

Tripp inicia esse capítulo dizendo que uma abordagem bíblica de criar filhos envolve dois elementos igualmente importantes: a comunicação e a vara. E diz ainda que a ênfase na comunicação abundante anula a disciplina fria e tirânica. O que ele percebe, porém, é que para a maioria das famílias, a comunicação se resume aos pais dizerem aos filhos o que fazer e as crianças falarem aos pais a respeito de seus desejos e sonhos. Ou seja, não há diálogo, é um monólogo - é o falar PARA em vez de falar COM.

Tripp nos lembra que o nosso 1º. objetivo, na correção, não deve ser expressar os nossos sentimentos, ira ou mágoa, pois o intuito não é dizer aos filhos como nos sentimos acerca do que fizeram ou disseram, mas levá-los a entender o que está acontecendo dentro deles. Para o autor, a mais sublime arte na comunicação não é aprender como expressar seus pensamentos, mas aprender a extrair os pensamentos do outro de modo que o objetivo na comunicação seja entender seu filho, seus conflitos interiores, olhar para o mundo através dos olhos dele e com isso saber quais aspectos da mensagem de vida do evangelho se fazem adequados a esta conversa.

Em outras palavras, o foco da comunicação deve ser a compreensão. Procure entender a natureza do conflito que seu filho está vivendo. Lembre-se de que ele também luta com sentimentos já experimentados por você. O princípio aqui é os pais estão acima e ao lado do filho. Como agentes de Deus temos a obrigação de censurar o mal com humildade de coração.

Ajude seus filhos a se expressarem, facilite a conversa. Você, assim como eles, é um pecador. Cuidado para não fazer questionamentos sobre os quais seu filho ainda não tem entendimento para conseguir responder. Faça perguntas produtivas, que ajude-o a entender a si mesmo e incentive-o a falar com clareza e honestidade sobre seus conflitos internos com o pecado.

Capítulo 9 - Tipos de comunicação

PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
1 Tessalonicenses 5:14
Mostra que as diferentes condições do ouvinte exigem formas de falar diferenciadas.
2 Timóteo 3:16-17
Afirma que a correção é uma das funções da Palavra de Deus.
Salmo 119:98-100, 104
– Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque aqueles eu os tenho sempre comigo. Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais prudente que os idosos porque guardo os teus preceitos. (…) Por meio dos teus preceitos consigo entendimento; por isso detesto todo caminho de falsidade.
Provérbios 12:24 – A mão diligente dominará, mas a remissa será sujeita a trabalhos forçados.
Provérbios 13:18
– Pobreza e afronta sobrevêm ao que rejeita a instrução, mas o que guarda a repreensão será honrado.
Provérbios 14:23
– Em todo trabalho há proveito; meras palavras, porém, levam à penúria.
Provérbios 15:1
– A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
Provérbios 16:18
– A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda.
Provérbios 17:19
– O que ama a contenda ama o pecado; o que faz alta a sua porta facilita a própria queda.
Provérbios 19:15
– A preguiça faz cair em profundo sono e o ocioso vem a padecer fome.

Tripp defende que a comunicação precisa ser multiforme, abundante e rica!

Ele aponta que de acordo com 1 Tess 5:14, as diferentes condições do ouvinte exigem formas de falar diferenciadas. Comunicar-se envolve: encorajamento, correção, repreensão, apelo, instrução, aviso, compreensão, ensino e oração.

Todos esses fatores precisam fazer parte da sua interação com seus filhos!

Encorajamento: comunicação que inspira e torna os filhos cheios de esperança e de coragem; quando passarem pela dor do fracasso, ajude-os a avaliarem as razões do desapontamento.

Correção: comunicação que ajuda os filhos a entenderem os padrões de Deus; a Bíblia contrasta a maneira como um zombador e uma pessoa sábia recebem a correção (resistência).

Repreensão: censura, sentimento de alarme; por exemplo, é preciso ensinar que há alguns limites necessários à liberdade de falar.

Apelo: comunicação séria e intensa, expõe a alma e roga que aja com sabedoria e fé; por exemplo, quando que se trata de pecado sexual que degrada a imagem de Deus no homem.

Instrução: uma lição que ajuda o filho a entender seu mundo, a realidade espiritual e os privilégios do reino de Deus, ou seja, um referencial para que desenvolva discernimento sobre a vida através da sabedoria bíblica.

Aviso: um alerta do perigo enquanto ainda é tempo de escapar sem dano; o aviso preserva; encha suas mentes com avisos da Bíblia, como por exemplo a aplicação do princípio do semear e colher (atitude A conduz à consequência B); a internalização dessas verdades (sistema de valores) são base para a sábia discriminação ao formar amizades.

Ensino: processo de partilhar conhecimento; o ideal é fazê-lo ativamente com seus filhos, antes que ele se faça necessário, e não somente após um fracasso ou problema.

Oração: comunicação com Deus que permite uma perspectiva penetrante a respeito do filho (quando oram juntos); entender o que oram e como oram é sempre uma janela para suas almas; além disso, ao ouvir sua oração, seu filho receberá a comunicação da sua fé em Deus.

Capítulo 10 - Uma vida de comunicação

BASE BÍBLICA APRESENTADA:
Provérbios 14:7, 12:16 e 10:18
Avisos que capacitam a formar boas amizades: devemos nos afastar dos tolos (pessoas que mostram sua tolice imediatamente e espalham difamação).

Comunicar-se custa caro e exige tempo! Pois, como foi dito anteriormente, é necessário tornar-se um bom ouvinte. O autor afirma que uma conversa investigativa consome energia física e espiritual e nos lembra que ninguém disse que ser pai / mãe seria uma tarefa fácil!!

Jamais ganharemos os corações de nossos filhos se conversarmos com eles somente quando algo deu errado e defende que pais sábios começam uma conversa quando as crianças se demonstram dispostas a falar. Noutras palavras, eles largam tudo e aproveitam aquele momento estratégico.

Os pais sábios falam quando os filhos estão prontos para conversar!

Algumas pessoas pensam que ouvir é o que se faz entre as oportunidades de dizer alguma coisa. Durante o tempo de ouvir não ouvem de modo algum, estão pensando no que vão dizer. Tripp fala para não sermos pais desse tipo e nos lembra que comunicação requer resistência mental!

Reconheça seu próprio pecado e fraqueza, admita quando estiver errado, esteja preparado a buscar perdão ao pecar contra seus filhos. O direito de fazer uma avaliação inquisitiva e honesta repousa na disposição de fazer o mesmo consigo. Enquanto não estiver disposto a humilhar-se e a reconhecer seu próprio pecado, a tentativa de falar das coisas de Deus é uma falsidade!

Qual o custo-benefício para uma vida de comunicação?
- A comunicação é o vínculo que mantém pai e filho unidos. As pressões dos anos de adolescência os levam pra longe de casa e esta é a hora quando desenvolvem companheirismo com aqueles que os compreendem, os amam e os conhecem. Seus filhos não deveriam ter de sair de casa para isso! VOCÊ pode oferecer relacionamentos familiares nos quais seus filhos sintam-se compreendidos e aceitos. Lembre-se de que a atração de "más companhias" é o companheirismo.

Qual a diferença entre autoridade e influência dos pais?
AUTORIDADE: é baseada na força física (poder sobre o outro) e diminui com o avanço dos anos
INFLUÊNCIA: disposição do filho de se colocar debaixo de autoridade por causa da confiança

Quais são os benefícios de uma boa comunicação dentro do lar?
- Preparação para outros relacionamentos: aprender a arte de se expressar de forma santa o que se tem no coração, ouvir completamente e entender o que o outro pensa e sente.

- Compreensão plena da vida: desenvolvimento do caráter como mais importante do que gratificação de curto prazo.

- Redenção integrada com a vida: compreensão bíblica da humanidade (pecado) e referencial para filtrar os eventos da vida quando o pai não estiver lá para oferecer ensino e direção.

Sim, o custo é grande! Significa estar disponível e completamente engajado na arte de ser pai/mãe. Tripp escreve que é preciso considerar a paternidade/maternidade uma das tarefas mais importantes enquanto se tem filhos em casa. Lembre-se: este é o seu chamado!

Não se pode criar filhos no temor e admoestação do Senhor sem investir a si mesmo numa vida de comunicação sensível, através da qual se ajuda os filhos a entenderem a vida e o mundo de Deus. O autor nos lembra de que só temos uma breve parte da vida para empenhar-nos nisso, somente uma oportunidade, não podemos voltar atrás e refazer!

Educar nossos filhos é a tarefa prioritária, é o chamado principal de todo pai e mãe. Significa que quando se tem filhos, não se pode mais estar disponível para TODO tipo de interesse que surge. Os custos são altos, sem dúvidas. Porém, o autor nos lembra, o caminho da obediência é sempre o caminho da bênção! Assim, os benefícios em muito excedem os custos.

Bem, por hoje é só!

Até a próxima, Talita

Confira a parte 4 do resumo clicando em Vara e Consciência