Bem-vinda!!

Bem-vinda ao nosso blog!
Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Relatos de parto normal - Tiago e Larissa

Olá Mamães! Faz muito tempo que não escrevo aqui e depois explicarei os motivos (veja aqui). Mas por enquanto vim escrever o relato dos meus partos também, para acrescentar à lista de relatos no blog e ajudar futuras mamães que estejam planejando o grande dia!

Relato de Parto do Tiago

Faz 3 anos e 9 meses que meu primogênito nasceu! Como o tempo passou rápido!
O Tiago foi planejado com muito carinho e durante toda gravidez já planejava ser uma mamãe proativa. Queria muito ter um parto normal porque não concordava com o fato dos médicos brasileiros fazerem partos por cesária simplesmente por comodidade, inventando razões falsas para fazê-los. Queria que tudo fosse o mais normal possível, mas não era radical em relação à anestesia e também não me importaria em ter uma cesária se REALMENTE fosse necessário. O importante era o Tiago nascer saudável.

A gravidez toda foi muito tranquila, sem sintomas desagradáveis e desconfortos. Desde o começo a minha médica havia concordado em respeitar a minha vontade de ter um parto normal e deixei bem claro que ficava preocupada com as estatísticas brasileiras de parto cesarianos (que na época era de 80% em hospitais particulares, sendo que a Organização Mundial da Saúde recomendava uma porcentagem de no máximo 15% - para casos de emergência). Ela entendeu bem que não queria desculpas esfarrapadas, apenas faria cesária se precisasse. Ela me explicou em quais situações precisaríamos fazer cesária e concordei.

Com quase 39 semanas ainda não sentia nadica de nada e na consulta vimos que ainda não tinha dilatação... apenas um dedinho. Com 40 semanas e 1 dia voltei para outra consulta e ainda não tinha mais do que 1 dedo, minha médica então descolou a minha bolsa para ver se acelerava o processo. Me avisou que talvez à noite começaria a ter contrações. Foi exatamente assim, às 4 da manhã comecei a sentir cólicas. Monitorei e vi que elas estavam espaçadas e irregulares. Mesmo assim, às 7 liguei para minha médica e a avisei.

Se fosse hoje, não teria feito nada, apenas esperado, porque hoje sei que eu não estava em trabalho de parto. Mas como eu tinha um cardiotoco marcado para às 10 da manhã, ela pediu para eu ir pra maternidade antes e de mala pronta.

Quando cheguei fiz o exame e este relatou que eu estava tendo contrações. Fui examinada por uma obstetra que falou que eu estava com 2 para 3 cm de dilatação. Minha médica, por telefone, então pediu para me internarem e me colocarem na ocitocina. Porém, até me internarem já não estava sentindo contração alguma, era tudo apenas uma preparação para o trabalho de parto. Meu corpo estava apenas se preparando.

A obstetra do centro obstétrico me examinou novamente e falou que eu estava com apenas 1 cm e meio e falou que eu não deveria estar lá. Agora, porém, já estava na ocitocina
e comecei a ter contrações induzidas. No começo fiquei animada porque não queria ter de voltar pra casa, e gostei do fato das contrações terem voltado. Fiquei um tempo tendo contrações moderadas e suportáveis, com visitas dos meus pais e sogros, fotos e tudo mais.

Minha médica chegou e me examinou de novo e eu estava com 3 cm. Depois disso as contrações começaram a ficar muito fortes e comecei a implorar para ir para a sala de parto Delivery Room. Fui transferida pra lá e entrei na hidromassagem com esperanças de que fosse aliviar um pouco a dor. Pra mim, não aliviou nada, eu estava desesperada de dor e comecei a falar com meu marido que queria uma cesária, que não ia aguentar. Ele falou que não queria não, que eu queria muito o parto normal e que eu ia conseguir. Me incentivou a continuar. Saí da banheira e a enfermeira ensinou o meu marido a fazer massagens nas minhas costas. Elas ajudavam um pouco.


Minha médica veio depois de 1 hora e eu estava com apenas 3 cm e meio. Falou então que ia aumentar a ocitocina porque as contrações não estavam fortes o suficiente. Achei que ela estava maluca e que eu ia morrer se ela aumentasse minha dor. Estava entrando em desespero. Falei pro meu marido que se ela voltasse depois de 1 hora de novo e me falasse que eu estava com apenas 4 eu ia pedir uma cesária. Depois de 1 hora ela voltou e eu estava apenas com 4 cm. Estava prestes a desistir quando ela falou que ia estourar minha bolsa e ver o que acontecia.

Assim que ela estourou dilatei para 5 cm e então olhei pra ela e implorei pela anestesia (que ela havia falado que só daria quando eu estivesse com 6 cm). Ela olhou para minha cara de sofrimento e concordou. Achei que não fosse aguentar esperar a anestesista chegar, estava insuportável.

Quando ela finalmente chegou tentou aplicar a pelidural e na primeira tentativa não conseguiu. Teve de tentar de novo. Mal dava tempo dela tentar porque minhas contrações vinham muito rápido e ela tinha que parar durante a contração, enquanto eu me segurava na minha médica tentando não enlouquecer! Finalmente conseguiu e dormi de tão exausta.

Quando acordei minha médica havia chegado para me examinar novamente e eu estava com 9 cm! Que alegria! Nestas alturas eu já estava extasiada de alegria, sem dor! Meu marido foi se trocar e minha médica deixou tudo pronto. Com a ajuda da anestesista, empurrei algumas vezes e, 8 horas após ter sido internada, meu lindo nasceu com 2.780 kilos! Todos da família entraram na sala para vê-lo, foi muito lindo! Ficamos um tempo com ele no quarto e pude amamentá-lo. Ele conseguiu mamar com muita facilidade!

Lembro de olhar para minha médica e falar pra ela que não conseguia imaginar como uma mulher conseguia chegar até o final sem anestesia. Perguntei para a anestesista se ela tinha noção do quão maravilhoso era o trabalho dela. Eu tinha vontade de beijá-la e abraçá-la e agradecer sem parar. rsrs.

Lição que eu aprendi com este parto:
Contrações não são sinal de trabalho de parto! Às vezes elas podem vir e de repente parar... é apenas o corpo se preparando. INDUÇÃO de parto é MUITO mais doloroso do que o trabalho de parto que vem naturalmente (pelo menos pra mim foi!)

Relato de Parto da Larissa (2 anos e 4 meses depois)

A gravidez da Larissa também foi sem muitos sintomas a não ser o cansaço e um pouquinho de enjôo (um pouco mais do que a do Tiago). Tive descolamento da bolsa com 7 semanas, o que formou uma hematoma muito grande que só foi totalmente absorvido pelo meu corpo com 15 semanas. Tive de ficar 2 semanas de repouso e isso foi muito ruim (já que tinha o Tiago para cuidar). Graças a Deus, minha sogra pôde me ajudar neste tempo.

Durante o final da gravidez já sentia contrações, acho que de tanto fazer esforço por ter que cuidar do Tiago. Sentia que a Larissa provavelmente iria nascer antes do que o Tiago (que só nasceu com 40 semanas e 2 dias por indução). Quando estava com 38 semanas a médica me examinou e eu estava com 2 para 3 cm de dilatação e como eu estava morando no interior, ela me avisou para sair correndo quando começasse a ter contrações porque ela provavelmente nasceria rápido (eu ia tê-la em São Paulo com outra médica). Achei melhor já ficarmos em São Paulo então e fui para a casa da minha sogra (com 38 semanas e 3 dias).

Com 38 e 6 dias tive consulta e estava com 3 cm. Minha médica descolou minha bolsa para acelerar o trabalho de parto. Na mesma noite (igual com o Tiago!) comecei a ter contrações. Começaram à meia-noite. Ela vinham com intensidade mas eram toleráveis. Comecei a monitorar o tempo entre elas com um aplicativo do iPod e vi que estavam vindo de 13 em 13 minutos. Logo começaram a vir de 8 em 8. Minha médica havia pedido para eu ir para a maternidade se estivesse tendo contrações cada 5 minutos, então fiquei esperando, mas logo comecei a achar que elas estavam intensas demais, que deveria ir!

Tentei ligar para a médica mas ela não atendeu (era umas 3 da manhã). Na segunda tentativa caiu na caixa postal. Tomei banho e acordei meu marido para irmos. Ele avisou seus pais que estávamos indo pra maternidade e fomos. Ainda estava tendo contrações a cada 8 minutos, mas eram bem intensas (e suportáveis). Entramos e fiz o cardiotoco. Tive 2 contrações nos 20 minutos de exame e fiquei com medo de ser mandada de volta pra casa!

Uma obstetra veio me examinar e ficou com cara de espanto! Falou, "Nossa, você está com 9 cm!! Temos de correr senão vai nascer aqui!" Olhei para meu marido chocada e comecei a rir! Não podia ser verdade que eu já estava com 9 cm! As contrações estavam suportáveis e espaçadas demais! Fiquei radiante! Meu marido foi correndo fazer a internação enquanto me preparavam. Quase não deu tempo para pegar a senha para assistir ao parto ao vivo pela internet e passar para meus pais nos EUA.

Me levaram para a sala de parto e minha médica chegou em 10 minutos (o hospital conseguiu falar com ela). O anestesista chegou junto e eu olhei pra eles e falei, "Será que preciso de anestesia? Estou tão bem!". Minha médica ficou chocada e me convenceu de que seria bom pelo menos um pouco, para a episio e o pós-parto (costurar e tudo mais). Deram um pouco de anestesia e eu ainda sentia as contrações, diferente do parto do Tiago. Enquanto isso minha médica foi ficar pronta e o anestesista falou para eu empurrar um pouco. Empurrei e ele rapidamente falou, "Não empurre mais não! Espere aí!".

Minha médica voltou e então empurrei umas 2 vezes e a Larissa nasceu! Foi tudo muito rápido e maravilhoso!! Mal podia acreditar!

A Larissa nasceu com 2.560 kilos, chorando MUITO (muito mais do que o Tiago), ao ponto de nem conseguir mamar de tanto que chorava. A pediatra que a examinou já nos preparou para o que depois iríamos confirmar: esta menina sabia o que queria!! rsrs. Depois de muito choro, eu finalmente consegui amamentá-la ela um pouco antes dela ser levada para o berçário.

Lições que aprendi com este parto: Esperar o trabalho de parto começar naturalmente é muito melhor! Também acho que se fosse hoje, teria insistido em não ter episio e nem anestesia, já que eu estava tão bem e tão próxima de ter a Larissa! Como não havia conversado com minha médica sobre isso antes, não pude defender muito minha vontade. Tive um pouco de desconforto com a episio depois deste parto por causa do esforço físico (exagerei). Alguns pontos inflamaram.

Espero ajudar algumas mamães com estes relatos! Lembro que adorava ler relatos de parto durante a gravidez e ficava animada em tentar ter parto normal. Hoje digo que vale à pena! Mas defendo muito deixar esperar o corpo entrar em trabalho de parto sozinho. Durante o trabalho de parto do Tiago, a dor era tão intensa que eu cheguei a me arrepender de ter engravidado! O que a dor faz com a gente! Mas tudo valeu muito à pena! Acho que depois do desconforto e da dor nos sentimos preparadas para qualquer coisa com nossos bebês! :)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pastoreando o coração - Parte 1 - Fundamentos


"Pastoreando o Coração da Criança" (Tedd Tripp), este é o título de um excelente livro que li há alguns meses e que estou estudando mais a fundo com um grupo de amigas. Vou aproveitar o resumo que fiz para o nosso estudo e revisar aqui com vocês os principais pontos que o livro aborda (do capítulo 1 ao 4). Espero que vocês sejam tão edificadas quanto e eu e se sintam desafiadas a pastorear o coração de seus filhos à luz da Bíblia! Beijos, Talita

Introdução

Tedd Tripp começa o livro pintando o cenário da triste realidade dos nossos dias: Na idade de 10 a 12 anos, muitos filhos já saíram de casa, ou seja, deixaram de efetivamente considerar a mãe e o pai como uma autoridade ou um referencial para as suas vidas. O motivo? Muitos têm filhos, mas não querem agir como pais! Ele diz que a igreja pediu emprestado ao mundo o velho método de criação do tipo "Obedeça, garoto, senão eu vou puxar sua orelha" e alerta que temos ignorado os meios e objetivos antibíblicos desse método. A situação, porém, não é sem esperança. Tripp afirma que é possível criar filhos com métodos santos tendo a Bíblia como único guia seguro.

Para isso é preciso compreender, à luz das Escrituras, dois conceitos cruciais:

O QUE É AUTORIDADE?
Os pais exercem autoridade sobre os filhos como agentes de Deus e devem ser autoridades que entregam suas próprias vidas. A autoridade de acordo com os princípios de Deus é sempre exercida em favor dos súditos; Jesus é o exemplo de "déspota benevolente". Tripp assegura que os filhos em geral não resistem à autoridade que é verdadeiramente gentil e altruísta.

O QUE É PASTOREAR?
Pastorear é ajudar os filhos a aprenderem o discernimento e a sabedoria. O autor focaliza o pastorear dos pensamentos, pois entende que os filhos necessitam entender não apenas "o que" fizeram exteriormente errado, mas também "por que" o fizeram, que é o aspecto interior. Nesse ponto ele ilustra com alguns conselhos antibíblicos que muitas vezes damos ou ouvimos pais darem a seus filhos (como ignorar o opressor ou lutar por nossos direitos) sem considerar o que Deus realmente pensa a respeito dessas questões.

Ele conclui essa parte lembrando que a lei de Deus não é fácil para o homem natural, Seu padrão é elevado e não pode ser alcançado à parte de Deus e da graça sobrenatural que vem dEle.

Capítulo 1 - Chegando ao âmago do comportamento

PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Provérbio 4:23
– Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração porque dele procedem as fontes da vida.
Marcos 7:21-22
– Porque de dentro do coração dos homens é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.
Lucas 6:45
– O homem do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.

Tripp lembra que o coração é o centro de controle da vida e defende que a questão básica a se observar não é o comportamento, mas as atitudes do coração. Ele diz que uma mudança de comportamento que não advém de uma mudança no coração não é recomendável; é condenável. Foi a hipocrisia que Jesus condenou nos fariseus! Os pais devem aprender a envolver os filhos (não reprová-los) e ajudá-los a ver que a forma como estão tentando aplacar a sede de sua alma é com coisas que não satisfazem.

Capítulo 2 - O desenvolvimento do seu filho: influências que moldam

PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Colossenses 2:8
– Cuidado que ninguém vos venha enredar com sua filosofia e vás sutilezas, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.
Provérbio 12:15-16
– O caminho do insensato aos seus próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos. A ira do insensato num instante se conhece, mas o prudente oculta a afronta.Nesse capítulo somos levados a pensar nas influências que moldam a vida dos filhos, sabendo que as maneiras como eles reagem aos diversos eventos e circunstâncias determinam o efeito delas.

As influências formativas citadas e exemplificadas pelo autor são:
- estrutura da vida familiar;
- valores familiares;
- papeis familiares;
- resolução de conflito familiar;
- como a família reage ao fracasso;
- história familiar.

Tripp apresenta dois erros comuns na forma de compreender essas influências formativas: a negação e o determinismo. Na visão dele, ambos são incorretos. E para combater o determinismo com roupagem cristã, o autor lembra que o barro não é meramente passivo nas mãos do oleiro, mas que ele reage ao seu toque! Em outras palavras, o barro responde à moldagem, ele aceita ou rejeita ser moldado. Da mesma forma, os filhos nunca são receptores passivos de moldagem; pelo contrário, são reagentes ativos.

Capítulo 3 - Orientação em direção a Deus
PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Provérbio 9:7-10
– O que repreende o escarnecedor traz afronta sobre si; e o que censura o perverso a si mesmo se injuria. Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio e ele te amará. Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio ainda; ensina o justo e ele crescerá em prudência. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria e o conhecimento do Santo é prudência.
Romanos 1:18-19
– A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.
Salmo 58:3
– Desviam-se os ímpios desde a sua concepção, nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras.
Salmo 51:5
– Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu a minha mãe.
Provérbio 22:15
– A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela.

O autor inicia o capítulo com a ilustração de um barco à vela dizendo que, assim como a direção de uma embarcação não é orientada pelo vento mas pela posição da vela, os seres humanos são criaturas dirigidas pela orientação dos seus corações. E que, portanto, é a reação do seu filho que demonstra se a vida dele está direcionada ou não a Deus. Essa é uma premissa trabalhada em todo o livro: as crianças são adoradoras, adoram Jeová ou os ídolos; nunca são neutras, nem mesmo no ventre materno. Que ídolos são esses? Os ídolos do coração, a conformidade ao mundo, à maneira terrena de pensar.

Prov. 22:15 aponta que algo está errado no coração da criança e requer correção. O remédio não é unicamente mudar a estrutura do lar, e sim tratar o coração. A questão, portanto, não é "ela vai adorar?", mas "a quem ela vai adorar?". Tripp enfatiza que seu filho só pode encontrar plena realização e felicidade ao conhecer e servir o Deus vivo e afirma que egoísmo e rebeldia não são fases passageiras! Longe de refletirem imaturidade, elas refltem a idolatria do coração delas.

Capítulo 4 - Você está no comando
PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Tiago 1:19-20
– Sabeis estas cousas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus.
Provérbio 15:32
– O que rejeita a disciplina menospreza a sua alma, porém o que atende à repreensão adquire entendimento.
Provérbio 3:12
– Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.
Provérbio 13:24
– O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que ama, cedo o disciplina.

Neste capítulo Tedd Tripp nos lembra que nós pais também somos chamados à obediência! Não batemos/disciplinamos nossos filhos porque somos maus ou porque estamos com raiva, mas porque Deus diz que temos de fazê-lo. Este, sem sombra de dúvida, é um ponto central no livro. O autor continuamente nos lembra que os pais, tanto quanto os filhos, estão debaixo da lei e da autoridade divina. Assim, somos chamados por Deus para ser uma autoridade no treinametno dos nossos filhos. Esse chamado nos dá o direito e também a responsabilidade de educá-los.

Ser pai é diferente de ser conselheiro. Essa distinção é realmente muito importante de se fazer, pois o conselheiro apenas oferece opções. Tripp aponta que o pai assumir mera e simplesmente o papel de conselheiro pode lhe dar a aparência de estar sendo bondoso ou bem-educado, porém o que a criança aprende é que ela é quem decide e está no controle.

Outra distinção a se fazer é no âmbito das responsabilidades de educar. Tripp aponta que nossa cultura reduziu o conceito de criação de filhos à ideia de simplesmente cuidar deles. Criar filhos como Deus ordenou é uma tarefa intensiva, certamente não é do tipo que pode ser agendada convenientemente. Deuteronômio 6:6-7 nos lembra que essa é uma tarefa a ser feita ao acordar, andar, conversar, descansar, etc., ou seja, em todo o tempo! Isso é pastorear. É estar envolvido em ajudar seu filho a entender a vida, a si mesmo e as suas necessidades a partir da perspectiva bíblica. Muitos pais e mães não sentam juntos para discutir seus objetivos de criação para os filhos e não desenvolvem estratégias de longo e curto prazo. Por isso, a orientação normalmente ocorre como um subproduto de situações em que os filhos envergonham ou irritam os pais.

Educar é uma tarefa que requer humildade, nos lembra Tripp. Não há lugar para a ira! É necessário pedir perdão aos filhos quando reagimos pecaminosamente. Quando temos uma explosão de ira, a criança aprende o temor do homem e não o temor de Deus (Tiago 1:19-20).

Disciplina é a mais profunda expressão de amor (Prov. 3:12, Prov. 13:24, Apoc. 3:19, Heb. 12 e Prov. 19:18). O principal objetivo da disciplina não é vingar-se, mas corrigir. O motivo não é demonstrar sua frustração, mas resgatar seus filhos do caminho do perigo. A disciplina deve produzir crescimento, não dor. Como agente de Deus, o autor reforça, você não deve disciplinar por interesse próprio ou conveniência pessoal, mas por princípios absolutos da Palavra de Deus.

Até o próximo resumo!
Talita

Confira a parte 2 do resumo clicando em Objetivos e Métodos

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

3 meses de Alícia!




A Alícia completou 3 meses esta semana. Ela oficialmente deixou de ser um recém-nascido. = )

Uau, foi uma semana agitada por causa das vacinas que ela teve de tomar e também porque a levamos para furar a orelha! Mas não é sobre isso que quero falar, quero contar as novidades do último mês, que foi cheio de novos desafios, e compartilhar os passos que eu dei para superá-los.

Amamentação, Cólica e Noite Alongada
Continuamos com as seis mamadas por dia (6:00, 9:00, 12:00, 15:00, 18:00 e mamada dos sonhos, entre 20:30 e 22:00); em alguns dias são sete, mas somente quando ela está passando por um impulso de crescimento (growth spurt) que, conforme li, ocorre a cada 3 ou 4 semanas. Os horários das mamadas não são exatos, me permito uma variação de até 30 min para mais ou para menos. É o que recomendam os livros: o relógio é apenas um auxílio para nos servir, não é ele quem dita o que vou fazer, e sim o contexto da situação (uma mistura do horário do dia, os sinais que o bebê demonstra, as leituras que fiz e a minha própria experiência e intuição).

A Alícia já está com 14 para 15 semanas de vida e, portanto, na fase da Noite Alongada (9 a 15 semanas de vida), segundo o livro Nana Nenê. A recomendação deles para esta fase é que a mãe lactante fique atenta à sua produção de leite. Caso note uma queda que a preocupe, não deve deixar o bebê dormir por mais do que 10 horas à noite para restar tempo suficiente de dia para uma estimulação adequada. Por alguns dias eu andei notando uma queda na minha produção porque saímos muito da rotina neste último mês (falarei sobre isso mais adiante); a bagunça na rotina durante o dia aliada ao cansaço de noite deu nisso! A Alícia mamava com força e em poucos minutinhos ficava brava, chorando, impaciente porque não estava saindo mais nada. O problema foi rapidamente resolvido: por um ou dois dias deixei-a mamar dos dois lados.

Como vimos, a quantidade de leite que ela ingere durante o dia nesta fase já é suficiente para mantê-la dormindo longas horas à noite. Porém, a Alícia começou a acordar com frequência no meio da noite e apenas colocar a chupeta não estava sendo suficiente para ajudá-la a voltar a dormir. Das primeiras vezes, julguei que fosse fome e por isso amamentei-a, mas ela continuava chorando. E eu também não queria começar um novo hábito noturno! Por isso, tive de vencer o meu próprio cansaço e sono àquela hora da madrugada para investigar a verdadeira causa do problema. Este é o primeiro desafio: deixar de agir "no automático". Ao chorar percebi que ela se contorcia como se estivesse com dor. Bastava eu fazer massagem em movimentos circulares com os joelhos sobre o abdômen dela que ela logo acalmava e adormecia, não antes sem soltar alguns gases. Isso acontecia praticamente todas as noites e estava me incomodando.

O excesso de gases e a dificuldade de liberá-los estava claramente prejudicando o sono da minha filha e eu comecei a imaginar que talvez o uso contínuo da simeticona (de 8h e 8h) pudesse estar causando isso. Na verdade eu tinha duas opções: suspender o uso de vez ou aumentá-lo. Não consultei o pediatra e, como já usava simeticona há muitas semanas e o choro da madrugada parecia estar se agravando com o tempo, optei por suspender o uso por alguns dias e ver o que acontecia. Dentro de uma semana verifiquei um novo problema: ela começou a evacuar dia sim dia não e não mais todos os dias como fazia, e começou a ficar irritada durante o dia também.

Mandei um email ao pediatra para saber se deveria voltar a usar o anti-gases, mas ele disse que não havia relação entre evacuar e o uso da simeticona, e então explicou que nesta idade é comum o bebê ficar um ou dois dias sem evacuar e que eu deveria continuar com as massagens entre as mamadas para ajudá-la a soltar os gases. Passados mais alguns dias, a dificuldade de evacuar se agravou e quando já estava no 5º. dia sem evacuar consultei novamente o pediatra sobre o que deveria fazer. Ele respondeu prontamente que eu deveria colocar um supositório de glicerina infantil. Comprei-o no mesmo dia e o apliquei. Que alívio pra ela!

No dia seguinte o mesmo problema: nada de cocô. Esperei mais dois dias e, como não gosto de vê-la sofrer, usei o supositório de novo, dessa vez sem falar com o médico antes. Ufa, naquele dia ela fez cocô duas vezes - a segunda foi sem ajuda. E na manhã seguinte de novo! Hehe, nunca fiquei tão feliz de limpar uma fralda suja e fedida! Bem, já estamos no segundo dia dela sem evacuar novamente e estou orando para que esse problema se resolva definitivamente. Que Deus me dê sabedoria quanto ao que fazer! Sei que Deus pode curá-la, fazer com que os órgãos dela se desenvolvam adequadamente e funcionem com perfeição.

Quanto aos gases atrapalharem o sono da noite, parece que esta questão está solucionada e, portanto, não vejo mais a necessidade de usar a simeticona. Hoje em dia quando ela acorda de madrugada já consigo diferenciar o tipo de choro e sei que é apenas uma transição do sono (veja o tópico a seguir). Se ela não dividisse o quarto com a irmã e a nossa casa fosse grande o suficiente para que o choro dela não acordasse a família toda, eu a deixaria chorar um pouco no próprio berço até voltar a dormir sozinha. Foi isso que fiz com a Nicole e obtive resultados mais rápidos do que estou tendo hoje com a Alícia (em termos de sleep training: ensinar o bebê a dormir sozinho), porém a situação hoje é outra, preciso ser mais paciente e usar estratégias um pouco diferentes. Primeiro entro rapidamente e coloco a chupeta. Quando não funciona, a saída é tirá-la do quarto e colocá-la para dormir no moisés dentro do nosso closet!

Sono, Rotina e Paternidade Acidental
Se você acompanha este blog sabe como defendemos a implementação intencional de uma rotina previsível para o bebê. Não somos a favor da teoria de deixar o bebê ditar, através do choro, o horário de mamar ou de dormir porque entendemos, em suma, que ele não tem idade pra isso! Primeiro porque bebês não sabem o que é melhor para eles (é pra isso que servem os pais, para guiá-los e ensiná-los no caminho em que devem andar!). E segundo porque se forem criados como o centro das atenções, muito provavelmente terão sérios problemas no futuro (dentre eles, problemas na alma, de insubmissão e de relacionamentos no geral). Isso só pra citar alguns.

Junto com a premissa de que a rotina previsível é necessária para se ter um bebê tranquilo, feliz e bem ajustado à família, enfatizamos também a necessidade de abrir espaço para exceções. Ser flexível. Mas atenção a um perigo: os excessos! A flexibilidade não pode se tornar tão comum a ponto de se tornar o novo padrão, entendem a diferença? Quando lemos sobre o assunto tudo parece lindo e perfeito, mas colocar em prática esses princípios é mais difícil do que esperamos.

Com a Nicole tendi a ser mais rigorosa com os horários e evitei a todo custo fugir da rotina - fruto da insegurança normal de uma mamãe inexperiente, ficava tensa, ansiosa e frustrada quando as coisas fugiam do meu controle. Esta segunda experiência com a Alícia está sendo diferente por isso, mas há sempre o perigo de cair do outro lado do cavalo. É preciso equilibrar a equação! Este mês foi bem assim pra mim, me vi em situações de armadilha, entre intencionalmente planejar e priorizar a rotina da Alícia e "ficar de boa", agindo no improviso e saindo muito da rotina. O problema de ficar tranquila demais, sempre "deixando rolar" e improvisando frente aos desafios me trouxeram alguns problemas. A Tracy Hogg chama isso de paternidade acidental.

De maneira bem simples, paternidade acidental é quando reagimos em vez de agir. O resultado é a formação de hábitos hoje que precisarão ser eliminados amanhã. Para nós foi assim com o sleep training. Como a Alícia andava chorando muito por causa das cólicas, acabamos acostumando-a a dormir no colo. Foi sem querer querendo, como dizia nosso velho amigo Chaves. Às vezes era nas manhãs em que íamos para o trabalho (o Douglas ficava com ela no colo para que o choro dela não atrapalhasse a minha gravação), mas o mais comum era de noite porque não queríamos que o choro dela acordasse a Nicole. Em ambos os casos, segurar no colo era a "solução" mais simples e fácil para o problema em questão. Porém, atalhos normalmente são ilusão, pois o preço tem de ser pago mais cedo ou mais tarde: agora com custo x ou no futuro com custo x ao quadrado!

Experimentei os primeiros frutos ruins deste hábito esta semana e já estou trabalhando para desacostumá-la! O choro de resistência e protesto é inevitável. Ela chora brava e é só pegá-la no colo que ela para de chorar quase que imediatamente. Antes o dormir ou não no colo não causava tanto problema, pois todo recém-nascido dorme muito. Aliás, quanto mais novo mais ele dorme. A Alícia dormia em praticamente qualquer lugar, com barulho ou sem barulho, com luz ou sem luz - quase não fazia diferença, ela não se aguentava e já caía no sono!

Mas a minha "pitchuquinha" cresceu e agora já consegue passar muito mais tempo acordada. Adormecer naturalmente já não acontece com a facilidade de antes e é aí que o treinamento começa, pois dormir é uma habilidade aprendida. É essencial que ela aprenda a dormir sozinha, tanto de dia quanto de noite, para continuar sendo uma bebê calminha e acordando feliz e bem disposta. Reparei que havíamos estabelecido um hábito ruim esta semana quando ela começou repetidas vezes acordar no meio da soneca e aparentemente "não querer" dormir de novo.

Os autores do Nana Nenê alertam para o 45-minute intruder e explicam que o bebê acordar chorando de uma soneca curta é sinal de que ele não dormiu o suficiente. Bebês descansados acordam espertos e felizes, não irritados ou mal-humorados. O que acontece é que o PST (padrão de sono tranquilo) e PSA (padrão de sono ativo) alternam-se a cada 30-45 minutos e parece que nesta fase o bebê acorda justamente nesta transição. Muitas vezes basta esperar uns minutinhos e ele volta a dormir por conta, mas outras vezes não.

Aí é hora de entrar no quarto pra investigar antes de reagir. Eu costumo olhar a fralda, verificar a temperatura do corpo, observo a expressão do rosto e também fico atenta ao tipo de choro antes de tomar alguma decisão. Ah sim, e também vejo o relógio para saber em que ponto estamos na rotina. Se ficar evidente que ela só dormiu os primeiros 30-45 min da soneca, então sei que é hora de ensinar minha bebê a habilidade de voltar a dormir sozinha!

E isso envolve deixar chorar um pouco (CIO = cry it out). Veja bem, há muita polêmica sobre fazer isto ou não e a respeito das consequências negativas que esta prática pode ou não acarretar. Sou a favor de CIO, mas não estou defendendo que você abandone seu bebê aos prantos. Se decidir fazer CIO, o faça com discernimento e responsabilidade. E acho que se decidirem ir por esse caminho, o casal precisa estar plenamente de acordo e trabalhar em equipe. Também não vou tentar maquiar a realidade - é preciso sim muita determinação e força, os pais juntos precisam preparar os ouvidos e ficar calmos para poder passar essa tranquilidade ao bebê.

Vou fazer um breve relato sobre como foi para nós nos últimos dias.

Na última soneca de certa tarde a Alícia acordou chorando por volta das 16:20. Investiguei e verifiquei que a causa era o 45-minute intruder. Fiz o CIO, entrando de tempo em tempo para colocar a chupeta e tentar ajudá-la a voltar a dormir. Não funcionou, deu a hora da próxima mamada e ela ainda não tinha dormido. Então amamentei-a por volta das 17:40, troquei a fralda e a coloquei pra dormir em seguida, às 18:10. Ela adormeceu sozinha desta vez, mas dormiu por apenas 40-45 minutos, ou seja, novamente acordou na transição e começou a chorar, irritada.

Nesta hora meu marido estava em casa e a Nicole na cama deitada prontinha pra dormir, então decidimos levar a Alícia para o closet pra dormir no moisés. Ela continuou chorando. Era choro de resistência mesmo, se a pegássemos no colo ela parava de chorar na hora. Eu estava muito cansada nesta noite; pretendia dormir bem cedo e já tinha colocado o despertador para tocar às 21:30 (horário da mamada dos sonhos). Só que fiquei fazendo CIO até 20:30. Quando percebi que ela poderia estar com fome novamente, pois já haviam passado 2 horas desde a última mamada (e chorar é um baita esforço físico), adiantei o horário da mamada dos sonhos para 20:30. Eu estava exausta física e emocionalmente (a manhã e noite do dia anterior eu tinha feito CIO sozinha), então meu marido continuou com o CIO por mais uma hora até que às 21:30 ela finalmente cedeu e dormiu. Ufa, um verdadeiro alívio. Ela dormiu das 21:30 direto até 5:30.

Antes que você me pergunte se valeu a pena, deixe eu apresentar os resultados: o dia seguinte foi perfeito! Ela conseguiu adormecer sozinha em todas as sonecas, tirou sonecas longas de praticamente 2 horas cada (eu tive de acordá-la para todas as mamadas), acordou feliz depois de todas as sonecas e conseguiu dormir sozinha também à noite (sem dar um pio!). O melhor de tudo: dormiu direto das 18:30 às 5:45, com a mamada dos sonhos às 20:30. Delícia!

Confesso que no meio do processo, depois de muitas horas (ou mesmo minutos!) ouvindo seu bebê chorar passam várias dúvidas na nossa cabeça, a principal delas é: Será que estou fazendo certo? Meu marido chegou a me perguntar isso naquela noite. Confirmei que sim e ele foi fundo. Tinha certeza de que todas as necessidades dela haviam sido satisfeitas e que naquele momento era crucial que ela aprendesse a habilidade de dormir sozinha. Não estava abandonando-a, aliás, amava-a tanto a ponto de fazer algo que, apesar de doloroso, era o melhor para ela.

A minha convicção está baseada no tipo de amor que Deus, como Pai, tem por nós: Ele disciplina seus filhos movido por amor. Seu compromisso não é com a nossa felicidade momentânea. Sim, Ele nos quer ver felizes, mas acho que Ele se preocupa muito mais com o nosso caráter, por exemplo, e por isso nos ensina e nos corrige (Hebreus 12). Ele sabe que há certas lições que precisamos aprender para alcançarmos verdadeira paz e alegria no futuro. Enxergando sob essa perspectiva reter a disciplina seria o mesmo que desprezar seu filho ou não amá-lo de verdade.

Bem, por hoje é só. Para aqueles que ainda estão pesquisando e orando a respeito do assunto de CIO ou não, deixo uma palavra de direcionamento da Bíblia.

Tiago 1:15 - Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.

Um abraço, Talita

sábado, 17 de setembro de 2011

Relato de parto natural!

Olá! Conheci a Luciana na sala de espera enquanto aguardava a médica chamar para o que seria minha última consulta de pré-natal antes da Alícia nascer. Naquele dia fiquei impressionada com como ela estava bem informada a respeito do assunto. Como eu, ela também estava no último trimestre da gestação e teve um parto natural incrível.

Para mim a história dela é uma prova viva de como a informação adequada é fundamental para o preparo, sobretudo psicológico, de mamães (e papais) nessa experiência emocionante e única que é o nascimento de um filho! Infelizmente pela desinformação e, na maioria das vezes, pelo MEDO DA DOR muitas mulheres deixam de viver a emoção de dar à luz da maneira natural, como Deus planejou que fosse, e por isso o parto normal (ainda que com anestesia) é cada vez mais incomum nos dias de hoje, principalmente para quem tem plano de saúde.

Fiquei emocionada ao ler o relato da Luciana e, com a sua autorização, desejo hoje compartilhá-lo com vocês! Acredito que a maternidade proativa não é para somente depois que o bebê nasce. Começa muito antes. Se você ainda está grávida ou mesmo se nem se casou ainda, saiba que você já pode ir se preparando! Espero que as informações que ela compartilha despertem sua curiosidade de aprender e também o desejo de ser e fazer tudo o que Deus tem pra você.

Um abraço, Talita

Segue abaixo a versão resumida.
Relato de Parto Natural – Mamãe Luciana e Bebê João Gabriel
Sempre quis ter um parto normal e por isso, quando cheguei em São Paulo de Curitiba em 2009, já procurei uma ginecologista que tivesse bastante experiência. Não sabia ainda da dificuldade em encontrar tal profissional através do convênio de saúde, nem das armadilhas de médicos cesaristas por conveniência. Procurei na guia do convênio uma médica com consultório na minha rua, bem próximo de onde moro. Mesmo sem estar grávida na época e sem previsão de engravidar, logo perguntei à secretária quais hospitais ela atendia e se fazia parto normal. Eu não conhecia muitos hospitais em São Paulo, mas havia recebido boas referências do Hospital São Luiz, o mais próximo de onde moro. Enfim, aguardei bastante para a primeira consulta e tive boa impressão da médica, pois fui bem atendida.
Durante a gestação, a médica estava sempre disponível pelo celular e era muito atenciosa nas consultas, que duravam uns 45 minutos. Sempre deixei claro para ela que se tudo corresse bem com meu corpo e com o bebê, teria um parto normal, sem intervenções desnecessárias. Ela concordava, mas parecia bastante cautelosa, sem radicalismos. Avisei que se ela não pudesse participar do meu parto, eu teria assistência do médico de plantão, sem problemas, pois sabia que os protagonistas do parto seriam eu e o bebê. No início eu cogitava a “ajuda” da anestesia, porém ao me informar melhor, decidi por tentar o parto natural e acreditar na fisiologia do meu corpo, na perfeição com que Deus me criou. Orava sempre a Deus, pedindo para que tudo transcorresse de forma natural e perfeita.
Preparei muito meu marido, com informações sobre o parto, vídeos, textos, relatos, etc. Expliquei a ele que provavelmente eu ficaria quietinha durante o trabalho de parto, pois este é meu padrão de comportamento quando estou com dor. Gosto de ficar concentrada para amenizar a dor. Também expliquei que eu poderia pedir ou implorar por anestesia e que quando eu o fizesse, provavelmente seria no finalzinho do trabalho de parto. Meu marido era triatleta, então ilustrei para ele que o trabalho de parto seria como se fosse um maratona de 42km. Quando o atleta chega nos 40km, dá muita vontade de desistir por exaustão. Mas que era pra ele me incentivar, pois faltariam somente 2km e eu já teria percorrido grande parte do trabalho de parto. Sinceramente, eu achava que não estaria lúcida o suficiente neste momento, e por isso, deleguei a ele a responsabilidade por defender o meu parto natural, sem episiotomia, soros, anestésicos, etc. Tive o apoio integral dele, mesmo receoso em como saberia identificar se eu realmente não queria a anestesia, por exemplo.
Na sala de espera do consultório da médica conheci outra paciente, que teve uma filhinha de parto normal assistido pela minha médica e estava de 38 semanas da segunda filha, que provavelmente também chegaria por parto normal (e assim foi!). Isso me animou em ter minha médica acompanhando meu parto (e não o plantonista do hospital).
Com 37 semanas comecei a perder o tampão. Estava bastante ativa, caminhando bastante e preparando os detalhes finais (lembrancinhas, roupinhas, mala da maternidade, enfeite de porta, etc...). Fui à consulta semanal 3 dias depois, e foi constatado que era mesmo o tampão mucoso que estava sendo eliminado, o colo do útero já estava esvaecido e havia 2cm de dilatação. Tudo estava evoluindo bem. A família ficou na expectativa, mas eu não estava apreensiva. Era meados de julho e eu preferia que JG nascesse em agosto, pois não seria férias escolares e ele teria festinha de aniversário com os coleguinhas da escola hehehe Mas deixei rolar! Meus pais são de Curitiba e combinamos que aos primeiros sinais de TP, eles pegariam um avião ou ônibus para acompanhar o nascimento do primeiro netinho.
Com 38 semanas fizemos US e estava tudo perfeito com JG. Na consulta, estava com 2,5cm de dilatação e continuava perdendo o tampão. Com 39 semanas, fizemos outro US e foi constatada uma circular de cordão. Fiquei um pouco apreensiva com a reação da médica, pois sabia que circular de cordão (isoladamente) não é motivo para indicar cesárea, mas como ouvi muitas histórias de que médicos de convênio arrumam os mais diversos motivos para tal, torci para que minha medica fosse exceção à regra! Na consulta, ela não percebeu que o JG estava com circular, pois a foto estava na última página da US e não havia nada escrito no laudo. Fiquei em dúvida: comento ou não comento com ela? Hehehe Mas achei mais honesto comentar e fiquei surpresa com a afirmação dela que não havia problema algum, pois a circular é facilmente removida durante o parto. De qualquer forma, conversei com o João Gabriel para que ele se comportasse e tirasse aquele colar horroroso do pescoço hehehe assim mamãe ficaria mais tranquila.
A médica havia combinado comigo que eu ligaria para ela assim que os primeiros sinais de TP aparecessem. Ela explicou que eu sentiria contrações vindo das costas para o abdômen e que seriam ritmadas. Quando estivessem vindo a cada 10min era para eu me preparar para ir ao hospital e ela me encontraria lá. Eu completaria 40 semanas no dia 07/agosto (segundo a primeira US) ou no dia 09/agosto (segundo minha provável DUM, pois eu chutei uma data hehehe). Meus pais então decidiram comprar passagem aérea para o dia 08/agosto, chegariam ao meio-dia! Fiquei com receio de entrar em TP antes deles chegarem, mas eles garantiram que viriam de qualquer jeito.
Minha mãe é muito importante para mim, ela é muito doentinha e ficou cega há uns 8 anos. Meu pai estava vibrando muito com o primeiro netinho a caminho e por isso, queria muito que eles vivenciassem meu parto de perto. Como eles não poderiam ficar muito tempo em São Paulo, cogitei induzir meu parto caso JG não desse sinais até o dia 10/agosto. Comecei a ler sobre indução e não fiquei em paz, não era isso que eu queria para mim.
Resolvi “ajudar” JG a nascer naturalmente. Fui caminhar no parque com meu marido no dia 06/agosto, tiramos muitas fotos lindas, estávamos já em tom de despedida da barrigona. Fomos ao Outback comer coisinhas apimentadas. No dia 07/agosto fomos ao Shopping e caminhei muuuito. Já estava sentindo pressão na região pélvica e sentia cólicas fortes de vez em quando, mas eram passageiras. Resolvemos descansar quando chegamos em casa, pois era domingo a noite e no dia seguinte buscaríamos meus pais no aeroporto.
O grande dia chegou!
Acordei dia 08/agosto às 7h e de repente, senti uma cólica forte. Uns 15 minutos depois, outra. Uns 12 minutos depois, outra. Meu marido acordou, perguntou se eu estava bem, respondi que sim, mas que estava com cólica. Falei para ele voltar a dormir mais um pouco, pois JG poderia nascer naquele dia. Ele ficou um pouco preocupado, mas seguiu meu conselho e deitou mais um pouquinho. Monitorei as contrações por mais alguns minutos, mas como elas estavam irregulares, resolvi desencanar e deitei um pouco também.
10h levantei novamente, sentindo que as contrações estavam um pouco mais fortes. Resolvi ir para o chuveiro quente para aliviar as dores. Meu marido logo levantou também. 10h30 liguei para minha mãe para saber se já estavam no avião. Ela disse que sim, que chegariam 12h. Não falei para ela que estava com contrações, pois não queria que ficassem preocupados, porém ela sentiu no meu tom de voz que o netinho chegaria logo logo!
Eu não sabia se estava em TP ou eram pródromos, pois eu não sentia dores nas costas, somente fortes “cólicas menstruais” e para agravar, não estava monitorando o tempo em que elas vinham. Meu marido se arrumou, deu uma arrumadinha na casa pois meus pais ficariam hospedados aqui. Minhas dores estavam mais agudas e pedi para que ele fosse sozinho buscar meus pais no aeroporto, pois a cada dor, eu precisava me agachar, rebolar, etc. Então, percebi que devia estar sim em trabalho de parto! Hehehe
Moro bem perto do aeroporto de congonhas. João foi e voltou com meus pais em uns 30 minutos. Neste tempo, me arrumei (coloquei uma roupa confortável) e achei melhor não me maquiar, pois pensei que poderia ficar toda borrada hehehe (depois me arrependi, pois podia estar linda e ajeitada para a grande festa que foi o nascimento do meu filho!). Meu pai chegou super animado, conversando, e eu bem quietinha, concentrada. Quando ele entrou no meu quarto e me viu agachada, apoiada na cama, ele percebeu que o negócio era sério hehehe Minha mãe ficou o tempo todo com a bolsa no ombro, pronta para ir ao hospital.
Tentei ligar para médica e deixei recado na caixa postal. Era segunda-feira, dia em que ela fazia plantão em outro hospital. Ficamos mais 1h em casa, terminando de arrumar as malas e João explicando aos meus pais como usar a cafeteira, como ligar a máquina de lavar roupa, o chuveiro, etc... E eu doida pra ir pro hospital hehehe Mas estava calma e paciente. Enfim, esperei passar uma contração forte e partimos!
No carro, peguei meu celular para monitorar as contrações e fiquei surpresa de constatar que vinham a cada 3 minutos! Minha mãe, sentadinha do meu lado no banco de trás, sabia que eu estava prestes a parir e ficou bem quietinha, mas nervosa e preocupada, respeitou o meu momento (ela me conhece bem, sabe que não gosto de palpites hehehe).
Chegando no hospital São Luiz, às 14h, João foi estacionar, meu pai ficou com minha mãe e bagagens e eu fui dar entrada na emergência. Assinei a papelada tremendo de dor (aff!). No cardiotoco as enfermeiras logo viram que minhas contrações estava fortíssimas, a cada 2 minutos. João chegou e ficou comigo. Não senti dor nenhuma no exame de toque e logo percebi que estava bem dilatada. A primeira enfermeira chamou uma segunda para confirmar: estava com 7 para 8 de dilatação. O hospital conseguiu falar com minha médica e ela informou que sairia do plantão no outro hospital e viria me acompanhar.
Meus pais fizeram minha internação, enquanto eu e João subimos para a Labor Delivery Room. Enquanto João foi avisar a equipe de filmagem e vestir uma roupinha hospitalar laranja, eu perguntei umas 3 vezes para a enfermeira se já podia entrar na banheira hehehe Neste momento, comecei a gemer de dor, mas sem escândalo! Hehehe Quando encheu a banheira de hidromassagem, entrei e foi um alivio. João chegou e pedi a ele que telefonasse para todo mundo avisando que nosso pequeno João Gabriel estava chegando! Nos intervalos das contrações, conseguimos tirar algumas fotos e eu até esboçava sorrisos.
Na correria de ir para o hospital, não achei o pendrive com as músicas que eu havia separado para o parto e não deu tempo de gravar um CD. Então a enfermeira colocou numa rádio com músicas calmas, mas confesso que eu nem prestei atenção nas músicas. Estava muito concentrada! João orava, agradecendo o Senhor por tudo estar correndo bem, pela minha vida e do João Gabriel. Fiquei a maior parte do tempo de joelhos na banheira, apoiada numa barra e durante as contrações, eu balançava, rebolava, relaxava meu corpo. João jogava água nas minhas costas. Eu não queria massagem, apenas queria ele ali comigo, me apoiando.
Por 2 vezes, falei para o João que achava melhor tomar a anestesia. Estava receosa da dor que sentiria no expulsivo, já que as contrações eram bem intensas. Ele então, repetiu o que aprendeu durante meu “treinamento”: que eu iria me arrepender, que eu já estava nos 40km da maratona, faltava muito pouco. Dizia que eu era guerreira e iria conseguir, que ele estava orgulhoso de mim, que eu estava muuuito bem! Então eu dizia a ele: Tá certo, deixa rolar, vamos ver até quando eu aguento!
Eu estava 100% lúcida e achava engraçadinho vê-lo tão bem preparado e calmo naquele momento. Era tudo o que eu precisava! Não chamamos a enfermagem em nenhum momento, ficamos quase 2h ali, sozinhos, chamando o João Gabriel. Às 16h a enfermeira obstetra veio com um monitor cardíaco para escutar os batimentos do JG. Ainda na banheira, ela constatou que os batimentos haviam diminuído, mas falou para eu não me preocupar, pois isso era normal no expulsivo. Naquele momento, comecei a sentir vontade de fazer força. Ela disse que minha médica estava chegando. Então, minha bolsa estourou na banheira. Senti um ploc! Percebi que teria o parto que tanto pedi a Deus: natural!
Saí da banheira com a ajuda do João e fui caminhando até a cama. A equipe de enfermagem foi logo preparando a sala e a assistente da minha medica chegou, se apresentou, disse que minha medica já estava no hospital. Informei que estava sentindo uma vontade incontrolável de empurrar. Ela me examinou, estava totalmente dilatada e JG coroando. Minha médica chegou e ficou surpresa com minha tranquilidade. Conversamos enquanto ela preparava os materiais, ela disse que correu para chegar a tempo e chegou! Uns 10min antes do JG nascer hehehe
Não fizeram a episio, conforme solicitei nas consultas. Na hora, nem eu nem João lembramos de reforçar isso. Ainda bem que minha medica lembrou e me respeitou. Incrivelmente, nesta hora eu não sentia mais as contrações. Estava mergulhada em endorfina. Precisei que me avisassem quando as contrações estavam vindo. Fiz umas 3 forças (2 eu soltei o ar errado). Estava de olhos fechados, tentando controlar a euforia para me concentrar nas forças. Nisto, ouvi a enfermeira informando baixinho para a médica da bradicardia do bebê. Fiz então uma força enorme e saiu a cabecinha.
Falaram pra eu abrir os olhos e então 16h35 JG nasceu e veio logo para meus braços. Chorou fraquinho, assustado, com os olhos arregalados. O ergui, dei a ele as boas vindas, muito emocionada, eu repetia: “Bem-vindo, filho! Você está bem, meu amor? Tava gostoso na barriga da mamãe? Eu te amo, meu filho! Olha o papai, filho!” E meu marido se debulhando em lágrimas, mal conseguia fotografar o momento. A sorte é que contratamos a filmagem e o rapaz se prontificou a tirar algumas fotos com nossa câmera. Coloquei ele no meu peito, mas ele não quis mamar.
Levaram JG ao lado (na mesma sala) para examinar e João foi acompanhá-lo, ficou fazendo carinho no filhote, enquanto as médicas suturavam minha laceração de segundo grau (a episiotomia daria na mesma, porém não tive dor e incômodo algum na recuperação). Perguntei se teria que expulsar a placenta, elas riram e disseram que já havia saído. Nem senti, pois estava realmente anestesiada pela endorfina enquanto “admirava” meu filhotinho no colo.
Então, o trouxeram novamente para meu colinho, a pediatra informou que o APGAR foi 9/10, ele nasceu com 3,030kg, muito saudável. Ela disse que JG ficaria conosco ali por mais 1 horinha e depois iria para o berçário tomar banho. Eu e meu marido então aproveitamos essa 1horinha para agradecer a Deus pelo nosso grande presentinho, no apresentamos ao JG, vimos todo o corpinho dele e então, ele resolveu mamar, minutinhos depois do nascimento. Foi um momento mágico, muito especial.
João ligou para todos comunicando a chegada do nosso filhinho tão amado! Meus pais puderam subir para a sala de parto, conheceram o netinho e fizeram uma oração agradecendo nosso Deus. Minha sogra e meus tios estava aguardando JG no berçário. O levaram, eu almocei uma sopa bem gostosinha e João comeu a comidinha do hospital, pois eu estava com pouco apetite. Fui para o quarto às 18h e pedi que João não desgrudasse do nosso filhotinho.
Minha mãe ficou comigo no quarto enquanto todos babavam no berçário assistindo JG tomar o primeiro banho, que também foi filmado para que eu pudesse ver depois. 19h30 o trouxeram para o quarto e foi uma grande festa!!! Eu estava ótima, nova em folha.
Por tudo isso, recomendo muito a experiência do parto natural.
Luciana Magaldi, mãe de João Gabriel - Clique aqui para ver vídeo com mais fotos!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Rotina típica - um dia como o nosso!

Alguém já ouviu falar que sair de casa com filhos pequenos dá trabalho? Estou nessa fase da minha vida e agora finalmente posso dizer que sei como é!! Aliás, tenho aprendido ultimamente que há certas situações na vida que só entendemos de verdade quando "sentimos na pele" o que é passar por aquela experiência. E confesso que já julguei muito a vida alheia com base na minha própria e limitada experiência de vida.

Saber de ouvir falar não é o mesmo que saber de viver a situação!

Quero compartilhar um pouco sobre como tenho feito para conciliar a rotina das meninas - a Nicole estando com 2 anos e a Alícia com quase 3 meses de vida. Essa informação pode ser útil a você, não porque o meu modo de fazer as coisas é o melhor do mundo mas porque, como mamães proativas que desejam o melhor para as suas famílias, pesquisar e ler a respeito das experiências de outras mulheres pode ser um bom referencial. Eu faço muito isso, até hoje. A Alícia está em sua 13a semana de vida e, além de "trocar figurinha" com amigas que têm filho em idade próxima da dela, consulto sites e blogs pela internet. O meu predileto é o de uma mamãe que segue os mesmos princípios que eu e que, acredite se quiser, registrou semana a semana o desenvolvimento da filha mais nova! Então eu normalmente vou lá e leio três ou quatro semanas para frente como forma de me "preparar" para o que está por vir. Apesar dessa ser minha segunda experiência como mãe, aprender nunca é demais!

Os nossos dias começam bem cedo, às 6:00. Isso porque conciliar todos os afazeres matinais pra poder sair de casa requer uma verdadeira operação de logística! Agora já estamos ficando craques, mas nos primeiros meses foi barra. Quando estava quase tudo pronto, meu marido e eu olhávamos um para a cara do outro e dizíamos: "Já está na hora de voltar pra cama?" de tão cansados que ficávamos; quase não dava coragem de sair de casa. Ao fim do 1º mês de vida da Alícia, quando a Nicole voltou para a escola, o Douglas voltou para o trabalho e disse "Ufa, acabaram as férias"!

Mas vamos lá à rotina.

Não preciso colocar o despertador para tocar, uma das meninas sempre acorda no horário certinho, rs! Ou então, a menos que tenhamos ido dormir muito tarde na noite anterior e eu estiver pra lá de exausta, eu mesma acordo no horário de levantar. Sempre fui assim. Aliás, essa é uma das vantagens de se manter uma rotina, o nosso metabolismo se acostuma com os horários.

O dia começa com um de nós buscando as meninas e as trazendo para o nosso quarto. A Alícia mama enquanto a Nicole toma o leite no copo e depois vamos os quatro para o banho! Colocamos o trocador dentro do banheiro e, quando está muito frio, ligamos o aquecedor. Às vezes a gente inverte, mas normalmente é o Douglas quem dá banho de chuveiro nas meninas, uma de cada vez, enquanto eu fico com a parte de escolher a roupa, pegar as toalhas e trocá-las (tudo lá dentro do banheiro mesmo). Nunca gostamos de dar banho nas meninas de banheira; usamos a banheira pouquíssimas vezes, normalmente só nos primeiros dias mesmo. Acho mais complicado tentar segurar a bebê com um braço enquanto tento lavar o corpo dela com o outro do que entrar logo no chuveiro de uma vez! É mais prático e também não acho muito higiênico lavá-las com água parada. Parece que o corpinho fica meio oleoso por causa do shampoo ou sabonete líquido que ficou na água. No chuveiro é bom também porque a Nicole já escova os dentes.

A ordem é geralmente esta: A Nicole é a primeira a tomar banho; enquanto eu a visto, o Douglas dá banho na Alícia. Quando terminamos, eu levo a Nicole para ficar assistindo a algum DVD dos Veggie Tales enquanto o Douglas termina o banho dele e eu visto a Alícia. Terminada esta parte, eu coloco a Alícia para o "independent playtime" no cercadinho e vou tomar o meu banho enquanto o Douglas se veste. Eu sou o tipo de pessoa que não gosta de começar uma tarefa sem ter concluído a anterior, por isso tento não entrar no chuveiro enquanto as toalhas não estiverem penduradas no varal, as roupas sujas no cesto e a bolsa com trocas de roupa limpa para a Nicole levar para escola estiver arrumada. Nem sempre dá, mas eu tento.

Bem, isso tudo já levou praticamente uma hora! Como já é por volta das 7:00, o tempo acordada da Alícia chega ao fim e, então, o Douglas a coloca pra dormir enquanto eu me visto e vou terminando de arrumar as coisas no quarto, no banheiro ou na cozinha (por exemplo, lavar a louça da janta do dia anterior!). Ou então a gente troca: eu coloco a Alícia pra tirar a primeira soneca do dia enquanto ele começa a fazer o café, às vezes pica alguma fruta, põe a mesa e já sai para comprar o pão na padaria. Enquanto isso a Nicole ainda está assistindo desenho, ou não... às vezes ela também já desceu da cama e está "zanzando" pela casa. Se eu já não tiver colocado-a para fazer xixi logo após o banho, essa é uma boa hora para fazê-lo! Antes que aconteçam acidentes, como já aconteceu dela molhar a roupa quando estávamos com tudo pronto para sair de casa!

Como você pôde acompanhar, não paramos um minuto! E é quando meu marido volta da padaria que, finalmente, nos sentamos à mesa pra comer. A Nicole ainda usa o cadeirão; ela gosta e eu acho super prático. O café da manhã dura uns 15 a 20 min, então é hora de escovar os dentes e sair. Não sem antes colocar as meninas na cadeirinha do carro e prender o cinto de segurança. A Nicole entra oficialmente na escola às 8:00, mas podemos deixá-la até 30-40 min antes se precisar (raramente conseguimos); o Douglas a deixa lá no caminho para o trabalho.

Algumas vezes por semana, não mais que três, eu vou junto e levo a Alícia comigo. Nos outros dias eu fico em casa com a Alícia e desenvolvo minhas atividades de trabalho pela internet. Nas janelas que sobram, é claro, pois às 9:00 é hora de acordar a Alícia da soneca pra mamar. Em seguida, tem a troca de fralda e o momento dela acordada. O horário de saída da Nicole é logo após o almoço que é às 11 horas, então meu marido também almoça mais cedo e sai da empresa por volta do meio-dia para pegá-la e deixá-la em casa. Mesmo assim, só consegue buscá-la às 12:30, quase uma hora depois do horário oficial. Nos dias em que eu vou junto, ainda amamento a Alícia antes de sair da empresa, às 12:00.

Chegamos em casa perto das 13:00. A rotina da Nicole quando chega em casa é fazer xixi, escovar os dentes, tomar o leitinho e ir direto pra cama. A soneca dela dura de 2 a 3 horas, ou seja, até por volta das 15:00 ou 16:00. A Alícia também - assim que chegamos eu troco sua fralda novamente e a coloco para tirar a soneca (a terceira do dia), só que a dela dura menos, de 1,5 a 2 horas. Às 15:00 ela acorda novamente para mamar (ou eu a acordo quando dá o horário). Já a Nicole, quando acorda, toma um lanche leve - alguma fruta, pedaço de bolo ou então biscoito - pra não "estragar a janta", que é por volta das 18:00, e depois tem um tempinho de interação com a irmã (antes dela ir para a quarta soneca do dia que tem a menor duração de todas, aprox. 40 min).

Enquanto a Alícia dorme, eu normalmente tenho o meu tempinho de interação com a Nicole - fazemos alguma atividade juntas. Às vezes dou um banho, ou brincamos de alguma coisa de que ela goste no chão da sala. A partir das 17:00 a Alícia já está acordada novamente mas não é hora de mamar ainda. Então, alguns dias por semana, descemos as três até a casa da minha avó pra visitá-la. Quando os dias estiverem mais quentes, pretendo levá-las para passear na pracinha ou brincar no quintal.

Nesta hora a Beth sobe pra me ajudar e preparar a janta porque não dá pra dar conta das duas e ainda ficar na cozinha. Eu teria de ser três! Com a Alícia até que é fácil - "tiro de letra" - mas a Nicole é móvel e precisa de supervisão constante. Ainda por cima, está no processo de desfraldamento então tem de sempre levá-la ao banheiro pra fazer xixi (mesmo que ela não queira). Diferente da bebê, ela interage muito mais, fica chamando, quer atenção e, vez ou outra, precisa ser disciplinada porque desobedece ou está manhosa. Não dá pra largá-la e deixá-la fazer o que quiser pela casa. Enquanto a Beth faz a janta, deixo a Nicole ficar na minha cama assistindo desenho enquanto eu amamento a Alícia na poltrona do lado da cama.

Ufa! É nessa hora mais ou menos que o meu marido chega, entre 18:30 e 19:00, quando a Alícia já mamou, está trocada deitada no carrinho "vendo" eu dar a janta para a Nicole (algo que sempre demora 30 minutos pelo menos!!). Ele geralmente assume daí em diante pra me ajudar, ou então janta primeiro porque já está faminto. = )

Então ele fica na cozinha jantando com a Nicole enquanto eu coloco a Alícia no berço, pra depois eu também poder comer. Em seguida, ele leva a Nicole pra fazer xixi, escovar os dentes, colocar o pijama, a fralda e, se der tempo, ele também lê uma historinha pra ela e a coloca pra dormir por volta das 19:30.

Nos melhores dias, o nosso fim de noite é assim, com a casa em silêncio e as duas princesas dormindo em paz. Ah, eu amo o silêncio! Que bênção ter noites como essas! A minha esperança é que com persistência em seguir os princípios de implementar uma rotina previsível e ensinar a Alícia a dormir sozinha, os dias vão ficando cada vez mais tranquilos. Em dias assim, aproveito para tomar banho, relaxar, curtir o meu marido, ler um livro e, raramente, assistir a alguma coisa na TV antes de dar a última mamada do dia para a Alícia (a mamada dos sonhos, geralmente às 22:00, mas que com o tempo devo adiantar até poder eliminar de vez).

Nas piores noites, não. Tem dias que parece que dá tudo errado! Principalmente nesse início de implementação da rotina com a Alícia - nem tudo sai perfeito. A Nicole chega dormindo da escola e não consegue pegar no sono de novo (fica agitada, chorona), a Alícia chora e chora sem parar e inconsolavelmente por causa de alguma dor ou porque quer colo, o choro de uma acorda a outra, a Nicole faz xixi na calça, dentre muitas outras possibilidades que já aconteceram. Não é fácil, tem dias que dá vontade de chorar! Nos dias em que parece que tudo foge do controle, preciso parar, respirar fundo e buscar em Deus força e paciência pra continuar. Preciso fixar os meus olhos no alvo e vislumbrar aquilo que me traz esperança.

Isso é fé segundo Hebreus 11:1, "Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos".

Bem, por hoje é só.
Um grande abraço!