Bem-vinda!!

Bem-vinda ao nosso blog!
Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

6 meses de Alícia!


Faz quase uma semana que a minha caçula completou 6 meses de vida. Como o tempo tem voado! Tenho a impressão de que com o segundo filho tudo passa muito mais rápido. É difícil acreditar que a minha bebezinha que parece que acabou de nascer já está comendo papinha!

Estou de "férias" com a família em Angra há mais ou menos 10 dias. Coloquei férias entre aspas pois estou cada vez mais convencida de que pais de crianças pequenas não entram de férias nunca! Saímos de SP, viajamos para um lugar lindo e tranquilo e nos desligamos um pouco dos negócios (na verdade eu que trabalho pela internet e sem horário fixo apenas diminuí o ritmo), mas continuamos trabalhando muito. Muito mesmo! E ainda bem que posso escrever isso na primeira pessoa do plural - sim, meu marido e eu somos uma equipe. Preparar as refeições, dar comida, estruturar os momentos de brincadeira e aprendizado, dar banho, levar para fazer xixi, trocar a fralda, escovar os dentes, fazer o leitinho, colocar pra dormir, cuidar da roupa e, além de tudo, limpar e ajeitar as coisas pela casa é um trabalho que não tem fim, por isso dividimos todas as tarefas. Quer dizer, nem todas porque é evidente que não pode amamentar no meu lugar, né! Mas de todas as outras ele participa ativamente.

Vamos a um update de como foi o último mês da Alícia:

Amamentação
Posso dizer que superamos completamente a dificuldade decorrente do baixo suprimento de leite que enfrentamos no último mês, ufa! Como a principal causa que levou a esse problema foi fadiga, a solução não podia ser outra: aumentar o tempo de descanso. E não posso deixar de enfatizar que isso só foi possível porque as meninas estão numa rotina estruturada e também porque pude contar com o apoio do meu marido. Após colocar as meninas pra dormir à noite por volta das 19:00/19:30, eu também já me preparava para deitar e descansar. O objetivo era tirar um cochilo de 2-3 horas antes da mamada dos sonhos, por isso eu colocava o despertador para tocar às 23:00. Com isso meu corpo reagiu e a produção de leite aumentou! Em pouco tempo, já estabelecemos uma rotina de mamadas a cada 3,5h a 4h, totalizando 4-5 refeições por dia.

Meus objetivos nessa área para o próximo mês são:
1) eliminar a mamada dos sonhos para que ela possa ter 10-12 hs de sono ininterrupto à noite;
2) treiná-la para usar o copinho infantil já que ela voltou a recusar a mamadeira e acho importante que outra pessoa possa alimentá-la na minha ausência.

Alimentação e Sólidos
Assim como fiz com a Nicole, quando a Alícia estava com aprox. 5 meses e meio, comecei a introduzir sólidos às refeições. Por uma questão de conveniência, o primeiro alimento que dei às duas foi banana. Achei que pudesse ser interessante mostrar a filmagem que fiz das meninas!

Nicole comendo pela primeira vez
Alícia comendo pela primeira vez

Durante esse período de transição, ou seja, até a Alícia completar 6 meses, fiz a introdução de maneira lenta e sem eliminar a mamada (na mesma refeição). Isso significa que eu dava sólidos um dia, ficava dois dias sem dar, depois dava mais uma vez e ficava outro dia sem dar, e assim por diante. Não segui uma regra rígida, apenas fui dançando conforme a música, ou seja, esse intervalo de dois dias me permitia observar se ela teria ou não alguma reação aos novos alimentos ingeridos e, com base nisso, eu decidia como prosseguir. Essa transição gradual também possibilitou que tanto o organismo dela como o meu se acostumassem com as mudanças naturalmente (menos leite por mamada até poder substituí-la de vez por uma refeição sólida).

Nesse período ela comeu cenoura, feijão, beterraba e batata. Eu preparava as papinhas com pouco ou nenhum sal e nunca com mais de dois alimentos por vez (para que ela possa distinguir sabores distintos). Aqui preciso fazer uma confissão: nessa fase com a Nicole eu batia os legumes no liquidificador e os coava de modo que a papinha virava um líquido cremoso. Com a Alícia eu pulei essa fase completamente, comecei direto com os legumes amassados com garfo mesmo! Dá bem menos trabalho e ela aceitou bem. Acho que o maior risco é ela se engasgar com pedacinhos de legumes, mas acredito que se a comida estiver bem amassadinha não há problema.

Rotina
Acredito que possa ser útil a quem está interessada em entender o que é a alimentação orientada pelos pais (AOP) compartilhar com mais detalhe como é o dia da Alícia agora aos 6 meses. Os horários abaixo são aproximados, podendo variar em 30 min pra mais ou pra menos.

Horários de comer (sempre ao acordar)
6:00, 10:00, 14:00, 18:00 e mamada dos sonhos

Horário de dormir (até 2 horas após a refeição/mamada)
8:00, 12:00, 16:00 e 19:00

Os períodos de dormir (sonecas) são idealmente de 2 horas cada, mas às vezes podem ser um pouco mais curtos como um pouco mais longos - depende de como foi a soneca anterior. As palavras-chave aqui são "às vezes" e "um pouco". Vou explicar com um exemplo. Se na soneca anterior ela acordou na transição do sono e não conseguiu voltar a dormir porque estávamos fora de casa, ela quase sempre compensa o sono perdido dormindo mais na soneca seguinte. Via de regra, eu insisto para que ela volte a dormir se acordar após 30-40 min apenas, mas me dou por satisfeita se ela dormiu por pelo menos 1h e 20-30 min. Mesmo quando acorda meia hora antes do horário previsto para comer, quando possível acho prudente deixá-la no berço até o final do período designado para o descanso. Digo quando possível, pois isso não acontece quando estamos fora de casa, por exemplo. A flexibilidade faz parte do programa de AOP!

Os horários acordada são sempre entre uma refeição e o horário de dormir. Um dos benefícios da rotina de AOP é que ela não diz respeito somente ao momento de se alimentar, mas é um programa estruturado que engloba todo o dia da criança. Assim, os pais podem planejar atividades para este período de ficar acordado, mesclando momentos do bebê brincar sozinho e também com outras crianças. Eu acredito (e estudos mostram) que um ambiente com estrutura otimiza o desenvolvimento da crianças, especialmente a capacidade de concentração!

Sono
No último post eu contei como estava exausta e frustrada por voltar a acordar de madrugada para amamentar. Eu não sei como algumas mães conseguem fazer isso por tanto tempo! A Alícia acordava chorando e, por todos os problemas das semanas anteriores, eu ficava com receio de que fosse fome e por isso a acalmava dando de mamar. Mas depois que o meu peito voltou a encher de leite (e e eu tive certeza de que a produção era suficiente para ela mamar durante o dia) chegou o momento de cortar defintivamente qualquer mamada noturna. Alguns hábitos são difíceis de serem quebrados e a amamentação noturna é um deles - tanto para a mãe como para o filho. Como já era de se esperar, a Alícia continuou acordando de madrugada e queria mamar. Eu sabia que a solução rápida - dar o peito - não era uma alternativa sábia. Cada vez que eu cedia (por cansaço físico e emocional mesmo porque é muito difícil ouvir seu bebê chorar bravo!) eu sabia que estava andando em direção oposta ao meu objetivo, objetivo este que eu sabia que era o melhor para toda a família. Os resultados de continuar com esta prática seriam caóticos: nem eu e nem ela teríamos pelo menos 7-8 horas de sono ininterrupto. E o que é pior, ao encher a barriguinha de noite ela começaria a mamar menos de dia, o que sem sombra de dúvidas estaria perpetuando esta prática ao condicionar nosso metabolismo (o meu produzindo leite e o dela querendo mamar).

Analisando friamente, eu sabia que continuar oferecendo o peito para acalmá-la à noite era um caminho tortuoso e provavelmente sem volta, ou pelo menos sem uma volta fácil. Conversei a respeito disso com uma amiga recentemente e falei como sempre há um preço a ser pago, não importa qual a abordagem ou método que se tenha escolhido para criar os filhos. Se alguém prometer uma saída ou fórmula mágica que vá resolver todos os problemas, não acredite! Ela não existe!! Estava refletindo como fui muito mais rígida com a rotina da Nicole. O zelo e a cautela que eu tinha em fazer "tudo certo" eram, até certo ponto, exagerados e isso, é claro, gerava um alto nível de estresse. Isso porque qualquer meta na vida em que se empenhe muito esforço há risco de frustração quando se alimenta expectativas altas demais. Foi bem estressante por um lado, confesso, mas por outro vejo como os frutos positivos vieram mais cedo. Não estou aqui reclamando ou arrependida do que fiz dessa segunda vez, até porque tenho consciência de que mudar a postura para adaptar-se às novas circunstâncias de vida é saudável e necessário.

Bem, tudo isso pra dizer que, de certa forma, o preço que paguei para eliminar essa mamada noturna foi com juros e correção (um choro mais alto, bravo e persistente), se é que podemos fazer esta comparação. Ou seja, de uma forma ou de outra - não tem como fugir - há um preço a ser pago. E esse preço pode ser pago à vista ou a prazo, você é quem decide - fazer um esforço maior no início ou arcar com as consequências de adiar o pagamento, pois é ingenuidade pensar que com o tempo as coisas vão melhorar sozinhas! Eu imagino que chega um ponto que a mãe fica emocionalmente abalada, vê que não aguenta mais e acaba tomando uma providência mais drástica de qualquer forma (que realmente pode ser traumatizante, principalmente para as mães que, depois do primeiro filho, reconsideram se querem mesmo ter mais!).

Por isso, depois dessas últimas semanas voltando a amamentar de madrugada, eu pensei: "Meu Deus, até quando vou ter de continuar amamentando à noite? A minha filha já é mais do que capaz de dormir a noite inteira! Por que ela continua acordando?". Eu sabia a resposta. Lembrei que com 12 semanas a Nicole já dormia por pelo menos 10 horas direto! Admiti que mamar de madrugada tinha se tornado um hábito terrível! Eu precisava fazer alguma coisa, mas sabia que seria muuuuito difícil, então pedi ajuda ao meu marido (achei que o meu cansaço emocional e físico não me permitiriam fazer CIO de madrugada). Teve uma noite que ele ficou 1h30 min com ela chorando brava dentro do closet (para não acordar a Nicole) enquanto eu tentava dormir no quarto do lado. Demorei 40 min pra pegar no sono ouvindo-a chorar e depois só vi quando ele voltou para cama já com a casa em silêncio. Pesadelo, né? Parece filme de terror! Mas quer saber? Funcionou! Ela voltou a dormir a noite inteira, um alívio!! E se acorda (no horário habitual em que antes eu dava mamar), é um resmungo e colocar a chupeta quase sempre resolve.

Por hoje é só, até o próximo update!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

5 meses de Alícia!



A Alícia completou 5 meses no último sábado. Esse mês foi conturbado e cheio de desafios!

Dificuldade com a amamentação
O principal deles foi a dificuldade com a amamentação, um gigante e tanto para derrubar. Vou pintar abaixo o cenário para vocês entenderem como foi que tudo aconteceu.

Para começar, tivemos dias bem agitados com algumas programações atípicas fora de casa... um velório, dois casamentos, uma visita à maternidade, uma festa de aniversário de criança, alguns eventos, um encontro de mulheres e duas viagens de fim de semana para o interior - fora as minhas idas semanais à empresa e as visitas rotineiras ao médico que, por si só, já envolvem muito trabalho de preparação para sair de casa! Meu marido está encabeçando um projeto importante da empresa e, por isso, além da jornada diária que ele passa lá, ele tem dedicado muitas madrugradas em casa para acompanhar e orientar o programador! Isso acarretou alguns problemas à sua saúde (primeiro pensamos que fosse o coração, mas graças a Deus era apenas uma gastrite no estômago!) que ele agora está tendo de tratar. Isso também envolveu uma ida ao laboratório para acompanhá-lo na realização de uma endoscopia. O clima seco do último mês também trouxe dificuldades para a saúde das meninas, principalmente a da Alícia que ficou com o peito carregado de catarro e uma forte tosse com pigarra - ainda está sendo preciso fazer inalação algumas vezes por dia. Para completar, além de todas essas atividades e episódios intensos, outros conflitos estressantes relacionados à igreja e à escola da Nicole aconteceram e contribuíram para aumentar a tensão emocional. Tudo na mesma época, incrível! Até a saída mensal que meu marido e eu sempre fazemos (sem as meninas) pra relaxar e focar um no outro precisou ser cancelada.

Por tudo o que aconteceu, fiquei cansada, MUITO cansada! Para ser mais exata, acho que dá pra dizer que fiquei exausta e, com isso, vi nitidamente a minha produção de leite diminuir!! O que gerou OUTRO grande problema! Conseguiu imaginar a situação?

Sim, é uma bola de neve! E o ciclo fica difícil de ser quebrado, veja só:

seu leite diminui > a bebê não mama direito e com fome acorda mais cedo do que o habitual para as mamadas > a rotina vira uma bagunça > a produção de leite não acompanha o ritmo > a bebê impaciente chora muito pra mamar e volta a acordar durante a noite, o que por sua vez resulta em dias longos e noites mal dormidas > você não dorme/descansa o suficiente e o seu corpo não consegue dar conta de se recuperar para que a produção aumente!

De imediato tentei resolver a situação oferecendo o outro lado, mas logo vi que não estava sendo suficiente para saciar a fome dela. Depois comecei usar a bombinha para tirar leite após a mamada para mandar ao meu corpo a mensagem de que a demanda tinha aumentado e de que era preciso produzir mais. Claro que a sucção da bombinha elétrica é bem menos eficiente do que a sucção do bebê, principalmente a Alícia que sempre sugou muito forte, porém após curtos minutinhos mamando (apenas 2-3 de cada lado) ela se irritava muito e não queria mais continuar, só chorava. Preocupada porque, mesmo depois ficar um tempão tentando tirar leite com a bombinha elétrica, somente algumas míseras gotas saíam, resolvi tirar o leite antes da mamada para verificar quantos ml eu estava produzindo. Essa é uma das dificuldades de se amamentar, não se pode precisar de fato quanto de leite foi ingerido. Para meu desespero, só consegui tirar 60 ml, o que é muito pouco!! Imagine, eu já tinha tirado chegado a tirar 120-150 ml de excesso (dos dois lados) em outras ocasiões (após ela mamar). Não é à toa que a minha filha estava tão brava e chorona!

Cheguei a achar que não conseguiria mais amamentá-la. Até comprei uma lata grande de Aptamil. Nenhuma mãe quer ver seu bebê passando fome! Cheguei a oferecer o leite industrializado algumas vezes para complementar a mamada, mas ela só aceitou uma vez e mamou 50 ml. Das outras vezes não sei se ela recusou porque estranhou o gosto ou se foi mesmo porque ela não estava mais com fome, vai saber!! Eu sei que continuei monitorando de perto cada fralda e elas estavam sempre molhadas (algumas vezes encharcadas) apesar de na maioria das mamadas, principalmente nas da tarde e noite, o meu peito quase não encher como antes. A bem da verdade, olhando pra trás agora e analisando a situação, eu acho que se ela tivesse aceitado de pronto o leite industrializado todas as vezes que eu ofereci, eu teria pegado o atalho! Eu só pensava em desistir. Pelo meu cansaço físico e mental, pensei inúmeras vezes em largar mão, colocando na balança se realmente valeria a pena o esforço necessário para conseguir reverter a situação.

Eu sabia que precisava ingerir mais líquidos e descansar, mas não estava conseguindo. Meu marido fez o que pôde pra me ajudar, vinha sempre com um copão de água pra eu beber mesmo eu não estando com sede e, quando podia, fazia o que dava para eu poder dormir um pouco mais. Minha amiga Tine sugeriu que eu largasse mão da rotina estruturada por alguns dias e amamentasse a cada 2 horas, se ela aceitasse. Foi sacrificante porque eu já estava super preparada para fazer a transição para a rotina de 4 horas (em que o bebê mama, fica acordado por 2 hs e depois tira uma soneca de mais 2 hs). Mal sabia eu o que ainda teria de enfrentar! No início do mês, fui ver minhas anotações sobre quando fizemos a transição de rotina com a Nicole, minha primeira filha, e vi que por vacilo meu já estávamos atrasadas em algumas semanas para fazer a mudança!! Cheguei até a fazer a mudança por um ou dois dias, mas daí os problemas de produção vieram. Na verdade, a semana que eu escolhi pra fazer a mudança calhou de ser bem quando ela passou por um pico de crescimento (growth spurt) e precisou aumentar o consumo de leite!

Como já disse uma outra amiga (Luciana) quando uma situação inesperada e turbulenta aconteceu na vida dela: "tudo isso para eu depender ainda mais do Senhor!". Faço minhas as palavras dela. Ainda mais porque foram raras as noites neste mês que a Alícia não acordou pra mamar também de madrugada, algumas vezes mais de uma vez! Beeeem diferente do planejado.

O desfecho (se é que ele já aconteceu) é que continuamos na luta. A rotina está mais ou menos estruturada novamente, a Alícia mama a cada 2h30 min a 3 horas (às vezes dos dois lados e às vezes de um só) e está começando a esticar as noites novamente (porém ainda acorda 1x e eu a amamento), enfim... pelo menos parece que a fase pior já passou... e sobrevivemos! Graças ao bondoso Deus que nos fortaleceu nos momentos difíceis.

Os pontos altos do mês
Não estaria sendo justa se omitisse que também houve vitórias esse mês. A primeira delas é que o intestino da Alícia regularizou! Ela tem evacuado praticamente todos os dias agora (e em alguns até mais de uma ou duas vezes, como a irmã fazia), o que é um grande alívio. Outra novidade é que o tempo acordada dela se estendeu para 1-2 horas e senti que ela deu um grande salto em desenvolvimento esse mês! Com a minha ajuda segurando-a pelas mãos ela firma as perninhas pra ficar em pé (por alguns segundos), quando está deitada em inclinação faz força com o tronco para se sentar, já descobriu as mãozinhas (e as fica observando com muita atenção) e está cada vez mais risonha e esperta, emitindo diferentes sons com a boca como quem quer conversar. Apesar do mês turbulento, a Alícia continua sendo uma bebê serena que alegra e encanta as pessoas com sua simpatia.



Comentário sobre os diferentes bicos de mamadeira
Antes de concluir, queria só fazer um rápido comentário sobre a experiência de recusa de minha filha em aceitar o leite materno oferecido na mamadeira no mês passado. Duas semanas após esse episódio decidi tirar leite de novo e o ofereci . E advinhem?! Dessa vez ela o aceitou! Inclusive, mamou sozinha segurando a mamadeira com as mãozinhas!

Achei tão lindo que registrei, vejam:



A moral da história é a importância de não se desesperar e insistir com algo. Não é porque o seu bebê recusou a mamadeira (a chupeta, um alimento ou o que for) uma vez que você deve se dar por vencida. Espere alguns dias, tente outras vezes, de outras formas e, acima de tudo, faça as coisas com calma e paciência para superar os obstáculos!

Um abraço!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Pastoreando o coração - Parte 4 - Vara e Consciência


Olá, hoje vim postar a parte 4 do resumo do livro "Pastoreando o coração da criança". Para ler os posts anteriores sobre essa série de resumos, basta seguir os links a seguir: Fundamentos, Objetivos e Métodos e Comunicação. O tema desta parte envolve um assunto bem polêmico: o uso da vara. Eu achei o posicionamento do autor bem equilibrado (e bíblico). Vale a pena abrir-se para essa reflexão!

Capítulo 11 - Adotando métodos bíblicos: a vara

PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Jeremias 17:9 –
Ensina que o coração é “enganoso e deseperadamente corrupto”.
Provérbios 29:15 e 17
– A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe. (...) Corrige o teu filho e te dará descanso, dará delícias à tua alma.
Hebreus 12:11
– Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.
Efésios 6 –
Avisa contra o perigo de provocar os filhos à ira.
Hebreus 12:5
Deixa claro que a vara é uma expressão de amor; a disciplina é uma “exortação a filhos”, ou seja, um sinal de filiação (pai/mãe que disciplina demonstra que ama).
Hebreus 12:5 e 6
Estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe.

Ao discorrer sobre o raciocínio por detrás do uso da vara, Tripp diz que as questões de correção transcendem o presente e nos lembra que as crianças não nascem moral e eticamente neutras. De acordo com Prov. 22:15, a loucura e a insensatez estão atreladas ao coração do mais doce bebezinho. E como diz o texto, se permitirmos que essa estultícia cresça na criança, ela acarretará sua eventual destruição!

De acordo com o sentido das palavras loucura e insensatez (ou estultícia, dependendo da versão usada) conforme aparecem em todo o livro de Provérbios, Tripp esclarece que elas transmitem os seguintes significados: não ter temor de Deus, não se submeter à autoridade, não ouvir a repreensão, carecer de sabedoria e zombar dos caminhos de Deus.

Nesse contexto, a vida do insensato é movida por seus desejos e medos; ele vive do imediatismo de sua paixão, cobiça, expectativas, esperanças e medos. Tripp nos lembra que, em seu estado natural, nossos filhos têm corações de insensatez! Eles resistem à correção, às nossas tentativas de governá-los. Ao educá-los, precisamos lembrar que a criança que se recusa a estar debaixo de autoridade está em posição de grave perigo.

É aí que entra a vara. Ela é dada para uso neste caso extremo! Tripp deixa bem claro que não é seu direito bater nos filhos quando bem desejar. Para resgatar os filhos da morte (doença), a vara é o remédio dado por Deus (o meio de resgate). Para o autor, recusar o caminho proposto por Deus significa escolher seu próprio caminho, que leva à morte e é o cúmulo da insensatez.

Tripp afirma que, propriamente administrada, a disciplina torna humilde o coração da criança, deixando-a sujeita à instrução dos pais. A vara causa dor, mas traz colheita de justiça e paz, exatamente como promete Heb. 12:11. A vara não é a única medida, mas ela precisa ser usada.

O que é a vara?
- O uso oportuno, comedido e controlado de punição física.
- O exercício de pais, não de todos os adultos.
- Um ato de fé (confiança na sabedoria de Deus e na excelência do Seu conselho).
- Um ato de fidelidade para com a criança (expressão de amor e compromisso).

Usar a vara é uma responsabilidade dos pais como representantes de Deus. Não é o externar a ira ou frustração dos pais. É uma missão de resgate: a vara enfatiza a importância de obedecer a Deus (pois Ele é quem determina que os filhos obedeçam os pais).

DISTORÇÕES DA VARA
O conceito bíblico da vara não dá aos pais o direito de ter crises de temperamento diante dos filhos, de bater nos filhos quando desejarem (e assim provocá-los à ira conforme lemos em Efésios 6), de extravasarem sua ira e frustração reprimidos (mágoas) ou de exigirem retribuição pelo erro cometido. Nada disso! Tripp acredita que essa mentalidade punitiva associada ao uso da vara não é bíblica. Disciplinar com a vara deve produzir aproximação e não distanciamento. Ele explica que quando tem-se a mentalidade punitiva, a correção deixa de ter o objetivo de restauração para ter o objetivo negativo de pagamento.

OBJEÇÕES COMUNS À VARA
- Amo demais meus filhos para bater neles.
Para Tripp esse é um pensamento enganoso. Afinal, pergunta ele, quem se beneficia se você não disciplinar seu filho com a vara? Com certeza não é a criança! Ele reitera que o fracasso em aplicar a vara põe a criança em risco. O autor também nos lembra de Prov 13:24; de acordo com esta passagem, o ódio me impedirá de bater em meu filho, o amor me forçará a fazê-lo.

- Tenho medo de machucá-lo.
O autor argumenta que, de acordo com Prov. 23:13-14, a disciplina biblicamente equilibrada nunca põe seu filho em risco, nem mesmo fisicamente.

- Tenho medo de que essa prática o torne rebelde e irado.
Prov. 29:17 diz exatamente o oposto! Diz que a disciplina não produz filhos irados e irritados, produz filhos que estão em paz com você, em quem você pode se deleitar.

- Esse método não funciona.
O autor admite que aplicar a vara pode não funcionar, e os motivos comuns são uso inconsistente da vara, falha em persistir, fracasso em ser eficaz e, principalmente, fazer com ira.

- Tenho medo de ser processado por abuso infantil.
Taí um argumento válido, por isso Tripp nos lembra que a aplicação da disciplina não deve ser em público! Acima de tudo, disciplinar ou não com a vara é uma questão de fé: obedecerei a Deus mesmo quando há riscos ligados à obediência? Os riscos existem, seja prudente.

O FRUTO DA VARA
A vara ensina:
- Que há resultados inevitáveis do comportamento (o princípio de semear e colher),
- A estar debaixo de autoridade,
- E que as estruturas de autoridade são uma bênção.

A vara produz uma colheita de paz e justiça (fruto pacífico) e filhos felizes e bem-sucedidos.
A vara traz a criança de volta ao lugar da bênção.

"Deixada entregue a si mesma, ela continuaria a viver movida pela paixão. Continuaria a buscar conforto na escravidão de seus desejos e temores. A vara de correção faz a criança voltar à submissão aos pais, à posição em que Deus lhe prometeu a bênção" (página 131).

Quando a criança tem permissão para ser irritadiça e desobediente, uma distância se desenvolve entre os pais e a criança. Tripp lembra que seus filhos precisam ser conhecidos e entendidos (comunicação), mas que também precisam que os limites estejam claros e a correção previsível (autoridade e vara). A comunicação e a vara não são métodos isolados, são feitos para funcionarem juntos!!

Em suma, a ênfase na comunicação rica e multiforme anula a disciplina fria e tirânica. De acordo com Tripp, pais autoritários tendem a carecer de amabilidade e pais permissivos tendem a carecer de firmeza. A primazia de um ou outro desses métodos dependerá da idade do seu filho.

Capítulo 12 - Adotando métodos bíblicos: apelo à consciência

PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Romanos 2:12-16
Diz que Deus outorgou capacidade de raciocínio que discerne questões de certo ou errado; mesmo as pessoas que não têm a lei de Deus mostram que esses requisitos estão escritos em seus corações ao obedecerem à lei (consciência).
Provérbios 23
A consciência dada por Deus é sua aliada na disciplina e correção (essa consciência deve ser despertada).
Mateus 21:28-32 e 33-46
Exemplos do apelo à consciência: 1) parábola dos dois filhos, Jesus interage com os fariseus e 2) parábola dos lavradores e do dono da vinha, Jesus apela ao senso de certo e errado dos fariseus e pede que eles façam o julgamento.

Neste capítulo, Tripp sugere que, assimi como Jesus fazia ao usar parábolas, a verdade dos caminhos de Deus deve ser plantada e cultivada na consciência. O foco central na criação de filhos é conduzi-los a uma sóbria avaliação de si mesmos como pecadores, sua total incapacidade de fazer as coisas que Deus requer a menos que conheçam a ajuda e força de Deus. Os pecadores que vêm a Jesus, em arrependimento e fé, são revestidos de poder para viverem novas vidas.

Como já expôs antes, o autor reforça que a dependência dos filhos em seus próprios recursos os conduz para longe da cruz; afasta-os de qualquer auto-avaliação que os forçaria a concluir que estão desesperadamente necessitados de perdão e do poder de Jesus. A hipocrisia e a justiça própria é o resultado de dar aos filhos a lei que pode ser cumprida e dizer-lhes que sejam bons!

Por quê? Porque à medida em que vão sendo bem-sucedidos tornam-se como os fariseus, pessoas cujo exterior está limpo enquanto por dentro há todo tipo de sujeira e imundície. Ao apelar para suas consciências, os filhos são estimulados a buscarem em Deus compreensão de si mesmos.

Até mais, Talita

Confira a parte 5 do resumo clicando em Da infância à pré-escola

domingo, 6 de novembro de 2011

Pastoreando o coração - Parte 3 - Comunicação


Olá, hoje vim postar a parte 3 do resumo do livro "Pastoreando o Coração da Criança". Se você ainda não leu os resumos anteriores, recomendo que comece por eles para ter uma compreensão mais completa do livro. Para lê-los, clique em Fundamentos e Objetivos e Métodos. (A divisão de cada parte foi invenção minha para facilitar o estudo que estou fazendo com um grupo de amigas).

Comunicação, o tema dos capítulos que vim resumir hoje, é de extrema importância. Aprendi muito com os insights do autor e espero que você também aprenda!

Capítulo 8 - Adotando métodos bíblicos: comunicação

PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Efésios 6:1
– Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo.
Provérbios 23:13-19
– Não retires da criança a disciplina, pois se a fustigares com a vara, não morrerá. Tua a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno. Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á também o meu; exultará o meu íntimo, quando os teus lábios falarem cousas retas. Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, no temor do Senhor perseverarás todo dia. Porque deveras haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança. Ouve, filho meu, e sê sábio; guia retamente no caminho o teu coração.
Provérbios 23:22, 26
– Ouve a teu pai, que te gerou, e não despreze a tua mãe, quando vier a envelhecer. (…) Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos.
Provérbios 18:2, 13
– O insensato não tem prazer no entendimento, senão em externar o seu interior. (…) Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha.
Provérbios 20:5
– Como águas profundas são os propósitos do coração do homem, mas o homem de inteligência sabe descobri-los.
Provérbios 4:23 – Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração porque dele procedem as fontes da vida.
Marcos 7:21-22
– Porque de dentro do coração dos homens é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.
Lucas 6:45
– O homem do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.

Tripp inicia esse capítulo dizendo que uma abordagem bíblica de criar filhos envolve dois elementos igualmente importantes: a comunicação e a vara. E diz ainda que a ênfase na comunicação abundante anula a disciplina fria e tirânica. O que ele percebe, porém, é que para a maioria das famílias, a comunicação se resume aos pais dizerem aos filhos o que fazer e as crianças falarem aos pais a respeito de seus desejos e sonhos. Ou seja, não há diálogo, é um monólogo - é o falar PARA em vez de falar COM.

Tripp nos lembra que o nosso 1º. objetivo, na correção, não deve ser expressar os nossos sentimentos, ira ou mágoa, pois o intuito não é dizer aos filhos como nos sentimos acerca do que fizeram ou disseram, mas levá-los a entender o que está acontecendo dentro deles. Para o autor, a mais sublime arte na comunicação não é aprender como expressar seus pensamentos, mas aprender a extrair os pensamentos do outro de modo que o objetivo na comunicação seja entender seu filho, seus conflitos interiores, olhar para o mundo através dos olhos dele e com isso saber quais aspectos da mensagem de vida do evangelho se fazem adequados a esta conversa.

Em outras palavras, o foco da comunicação deve ser a compreensão. Procure entender a natureza do conflito que seu filho está vivendo. Lembre-se de que ele também luta com sentimentos já experimentados por você. O princípio aqui é os pais estão acima e ao lado do filho. Como agentes de Deus temos a obrigação de censurar o mal com humildade de coração.

Ajude seus filhos a se expressarem, facilite a conversa. Você, assim como eles, é um pecador. Cuidado para não fazer questionamentos sobre os quais seu filho ainda não tem entendimento para conseguir responder. Faça perguntas produtivas, que ajude-o a entender a si mesmo e incentive-o a falar com clareza e honestidade sobre seus conflitos internos com o pecado.

Capítulo 9 - Tipos de comunicação

PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
1 Tessalonicenses 5:14
Mostra que as diferentes condições do ouvinte exigem formas de falar diferenciadas.
2 Timóteo 3:16-17
Afirma que a correção é uma das funções da Palavra de Deus.
Salmo 119:98-100, 104
– Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque aqueles eu os tenho sempre comigo. Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais prudente que os idosos porque guardo os teus preceitos. (…) Por meio dos teus preceitos consigo entendimento; por isso detesto todo caminho de falsidade.
Provérbios 12:24 – A mão diligente dominará, mas a remissa será sujeita a trabalhos forçados.
Provérbios 13:18
– Pobreza e afronta sobrevêm ao que rejeita a instrução, mas o que guarda a repreensão será honrado.
Provérbios 14:23
– Em todo trabalho há proveito; meras palavras, porém, levam à penúria.
Provérbios 15:1
– A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
Provérbios 16:18
– A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda.
Provérbios 17:19
– O que ama a contenda ama o pecado; o que faz alta a sua porta facilita a própria queda.
Provérbios 19:15
– A preguiça faz cair em profundo sono e o ocioso vem a padecer fome.

Tripp defende que a comunicação precisa ser multiforme, abundante e rica!

Ele aponta que de acordo com 1 Tess 5:14, as diferentes condições do ouvinte exigem formas de falar diferenciadas. Comunicar-se envolve: encorajamento, correção, repreensão, apelo, instrução, aviso, compreensão, ensino e oração.

Todos esses fatores precisam fazer parte da sua interação com seus filhos!

Encorajamento: comunicação que inspira e torna os filhos cheios de esperança e de coragem; quando passarem pela dor do fracasso, ajude-os a avaliarem as razões do desapontamento.

Correção: comunicação que ajuda os filhos a entenderem os padrões de Deus; a Bíblia contrasta a maneira como um zombador e uma pessoa sábia recebem a correção (resistência).

Repreensão: censura, sentimento de alarme; por exemplo, é preciso ensinar que há alguns limites necessários à liberdade de falar.

Apelo: comunicação séria e intensa, expõe a alma e roga que aja com sabedoria e fé; por exemplo, quando que se trata de pecado sexual que degrada a imagem de Deus no homem.

Instrução: uma lição que ajuda o filho a entender seu mundo, a realidade espiritual e os privilégios do reino de Deus, ou seja, um referencial para que desenvolva discernimento sobre a vida através da sabedoria bíblica.

Aviso: um alerta do perigo enquanto ainda é tempo de escapar sem dano; o aviso preserva; encha suas mentes com avisos da Bíblia, como por exemplo a aplicação do princípio do semear e colher (atitude A conduz à consequência B); a internalização dessas verdades (sistema de valores) são base para a sábia discriminação ao formar amizades.

Ensino: processo de partilhar conhecimento; o ideal é fazê-lo ativamente com seus filhos, antes que ele se faça necessário, e não somente após um fracasso ou problema.

Oração: comunicação com Deus que permite uma perspectiva penetrante a respeito do filho (quando oram juntos); entender o que oram e como oram é sempre uma janela para suas almas; além disso, ao ouvir sua oração, seu filho receberá a comunicação da sua fé em Deus.

Capítulo 10 - Uma vida de comunicação

BASE BÍBLICA APRESENTADA:
Provérbios 14:7, 12:16 e 10:18
Avisos que capacitam a formar boas amizades: devemos nos afastar dos tolos (pessoas que mostram sua tolice imediatamente e espalham difamação).

Comunicar-se custa caro e exige tempo! Pois, como foi dito anteriormente, é necessário tornar-se um bom ouvinte. O autor afirma que uma conversa investigativa consome energia física e espiritual e nos lembra que ninguém disse que ser pai / mãe seria uma tarefa fácil!!

Jamais ganharemos os corações de nossos filhos se conversarmos com eles somente quando algo deu errado e defende que pais sábios começam uma conversa quando as crianças se demonstram dispostas a falar. Noutras palavras, eles largam tudo e aproveitam aquele momento estratégico.

Os pais sábios falam quando os filhos estão prontos para conversar!

Algumas pessoas pensam que ouvir é o que se faz entre as oportunidades de dizer alguma coisa. Durante o tempo de ouvir não ouvem de modo algum, estão pensando no que vão dizer. Tripp fala para não sermos pais desse tipo e nos lembra que comunicação requer resistência mental!

Reconheça seu próprio pecado e fraqueza, admita quando estiver errado, esteja preparado a buscar perdão ao pecar contra seus filhos. O direito de fazer uma avaliação inquisitiva e honesta repousa na disposição de fazer o mesmo consigo. Enquanto não estiver disposto a humilhar-se e a reconhecer seu próprio pecado, a tentativa de falar das coisas de Deus é uma falsidade!

Qual o custo-benefício para uma vida de comunicação?
- A comunicação é o vínculo que mantém pai e filho unidos. As pressões dos anos de adolescência os levam pra longe de casa e esta é a hora quando desenvolvem companheirismo com aqueles que os compreendem, os amam e os conhecem. Seus filhos não deveriam ter de sair de casa para isso! VOCÊ pode oferecer relacionamentos familiares nos quais seus filhos sintam-se compreendidos e aceitos. Lembre-se de que a atração de "más companhias" é o companheirismo.

Qual a diferença entre autoridade e influência dos pais?
AUTORIDADE: é baseada na força física (poder sobre o outro) e diminui com o avanço dos anos
INFLUÊNCIA: disposição do filho de se colocar debaixo de autoridade por causa da confiança

Quais são os benefícios de uma boa comunicação dentro do lar?
- Preparação para outros relacionamentos: aprender a arte de se expressar de forma santa o que se tem no coração, ouvir completamente e entender o que o outro pensa e sente.

- Compreensão plena da vida: desenvolvimento do caráter como mais importante do que gratificação de curto prazo.

- Redenção integrada com a vida: compreensão bíblica da humanidade (pecado) e referencial para filtrar os eventos da vida quando o pai não estiver lá para oferecer ensino e direção.

Sim, o custo é grande! Significa estar disponível e completamente engajado na arte de ser pai/mãe. Tripp escreve que é preciso considerar a paternidade/maternidade uma das tarefas mais importantes enquanto se tem filhos em casa. Lembre-se: este é o seu chamado!

Não se pode criar filhos no temor e admoestação do Senhor sem investir a si mesmo numa vida de comunicação sensível, através da qual se ajuda os filhos a entenderem a vida e o mundo de Deus. O autor nos lembra de que só temos uma breve parte da vida para empenhar-nos nisso, somente uma oportunidade, não podemos voltar atrás e refazer!

Educar nossos filhos é a tarefa prioritária, é o chamado principal de todo pai e mãe. Significa que quando se tem filhos, não se pode mais estar disponível para TODO tipo de interesse que surge. Os custos são altos, sem dúvidas. Porém, o autor nos lembra, o caminho da obediência é sempre o caminho da bênção! Assim, os benefícios em muito excedem os custos.

Bem, por hoje é só!

Até a próxima, Talita

Confira a parte 4 do resumo clicando em Vara e Consciência

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Pastoreando o coração - Parte 2 - Objetivos e Métodos


Para quem não acompanhou a parte 1 do resumo (para lê-lo clique em Fundamentos), esta é a continuação da série de estudos que estou fazendo com amigas sobre o livro "Pastoreando o Coração da Criança", de Tedd Tripp. Essa segunda parte do estudo fala sobre objetivos e métodos para a educação de filhos.

Capítulo 5 - Examinando seus propósitos

PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Salmo 73:25
– Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra.
Romanos 12:19
– A mim me pertence a vingança, eu é que retribuirei.
Romanos 12:20
– Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer.
Mateus 7:21-23
A Bíblia alerta para os perigos do auto-engano e exorta a testarmos a nós mesmos para ver se estamos na fé, pois mesmo a fé não-genuína pode levar alguém a praticar boas ações.
Salmo 36
Afirma que é somente na luz de Deus que vemos a luz.

Tripp afirma que todos os pais têm objetivos para a educação de seus filhos, embora muitos não consigam articulá-los objetivamente. Esses objetivos se baseiam em valores implícitos que podem ser inferidos pelas escolhas que cada pai ou mãe faz. É evidente que todos desejam criar filhos bem sucedidos, porém a grande questão é: Qual a definição bíblica para o sucesso?

Neste capítulo Tripp faz uma relação de diferentes modos de preparar o filho para a tão desejada vida de sucesso; esses modos, por si só, podem refletir objetivos não-bíblicos para a criação dos filhos e transmitir mensagens duvidosas às crianças. Os tópicos abordados por ele são: desenvolvimento de habilidades especiais, ajustamento psicológico, salvação dos filhos, culto doméstico, filhos bem comportados, boa educação e filhos controláveis.

Faço abaixo menção das observações do autor que mais me impactaram.
- Psicologia popular: elaborada para mamães e papais inseguros, você já notou que nenhum livro promete ajudar a produzir filhos que estimem os outros?
- Filhos bem comportados: comportar-se bem é um grande benefício da criação bíblica de filhos, porém é um objetivo secundário, pois a questão crítica não é o que os outros pensam, mas o que Deus pensa. Quando ser bem comportado está desvinculado das raízes bíblicas do servir, as boas maneiras tornam-se um clássico instrumento de manipulação.
- Boa educação: prêmios acadêmicos e reconhecimento escolar bastam? Não. É possível ser bem educado e ainda não entender a vida.

Tripp nos desafia a rejeitar as coisas da cultura que são abomináveis a Jeová, nosso Deus, o que, inevitavelmente, significa descartar os objetivos não-bíblicos para a criação dos nossos filhos. Precisamos nos lembrar de que eles só encontrarão a si mesmos se encontrarem Deus, pois esta é a finalidade principal do homem. Quando nos esquecemos disso e nos focamos somente em ajudá-los a se adaptarem à cultura que não conhece a Deus, estamos estabelecendo objetivos e modos de resolver os problemas da vida que não são bíblicos!!

Alguns exemplos que o autor dá para ilustrar as mensagens duvidosas que passamos aos nossos filhos são: ensinar a obedecer para ser aprovado por você e pelos outros, retribuir o mal com o mal ou ignorar o ofensor em vez de ser sensível às necessidades dele - lembrando que abençoar o que nos amaldiçoam nos dirige a Deus e não aos nossos próprios recursos.

Capítulo 6 - Modificando seus objetivos

PRINCIPAIS BASES BÍBLICAS APRESENTADAS:
Romanos 12:17-21
Ensina que a única arma suficientemente forte para vencer o mal é o bem.
Lucas 6:27-36
Ajuda-nos a entender como amar nossos inimigos e fazer o bem àqueles que nos odeiam; Deus promete que seremos filhos daquEle que é gentil com os ingratos e maus.
1 Pedro 2:23
Diz que devemos encarar a injustiça sem retaliação, confiando-nos a Deus.
Isaías 1
Explicita de forma clara o que Deus pensa sobre rituais vazios!
Provérbios 15:1
Ensine seus filhos a promover a paz, pois uma palavra branda acalma o furor.
Filipenses 2
Ensine seus filhos a imitar o Senhor Jesus e Seu altruísmo.
Filipenses 2:20 e 22
Bom comportamento deve estar enraizado naquelas raras qualidades que o apóstolo Paulo viu em Timóteo, que era cuidar dos interesses alheios e ter um caráter aprovado.

Neste capítulo o autor leva-nos a repensar os objetivos não-bíblicos apresentados no capítulo anterior, modificando-os à luz das Escrituras. Não será possível reproduzir a totalidade do pensamento do autor neste resumo, mas apenas os pontos que mais me chamaram a atenção:

- Desenvolvimento de habilidades especiais: há muitas atividades físicas que ensinam os filhos a confiarem em si mesmos, enquanto a Bíblia ensina que a pessoa confiante em si mesmo é um tolo, cujo coração se afasta de Deus. Em uma visão bíblica, deveríamos ensinar os filhos a exercitarem e cuidarem de seus corpos como uma expressão de mordomia pelos dons de Deus e incentivar atividades que possam torná-los mais capazes de servir, abram canais de ministério em favor de outros e, claro, desenvolvam força, resistência, flexibilidade e saúde para o corpo.
- Ajustamento psicológico: a Bíblia ensina a encarar a injustiça sem retaliação, por isso conhecer a Deus fará toda a diferença quando estiverem com medo, irados, magoados, ofendidos ou ofendendo. Situações com essas requerem arrependimento e fé, confiar nEle para o viver diário.
- Culto doméstico: é fácil trocar o meio pelo fim; e a prática do culto doméstico é um meio, não um fim. É um meio com a finalidade de conhecer a Deus. Serve para pastorear e alimentar espiritiualmente a família. Quando perde-se de vista esse objetivo, o culto familiar torna-se um ritual vazio.
- Objetivos acadêmicos: será que boas notas são um objetivo bíblico? Notas têm importância se o filho aprender com isso a esforçar-se diligentemente para Deus.

Tripp finaliza o capítulo defendendo que o padrão de Deus é aplicável a todos. Diante da situação em que deveriam ser amáveis com quem os insulta, não há onde buscar ajuda senão em Deus, o único que pode capacitar uma pessoa a responder em amor. Quando o coração de seu filho deseja vingança, quando precisa de força para amar um inimigo, quando sua fé exige que deixe espaço para a justiça de Deus, não há para onde ir senão à Cruz de Cristo!

Capítulo 7 - Descartando métodos não-bíblicos

BASE BÍBLICA APRESENTADA:
1 Samuel 2:30
Deus honra os que O honram.

Tripp enfatiza logo no início do capítulo que, biblicamente falando, o método é tão importante quanto os objetivos e ilustra esse princípio com uma cena que presenciou enquanto aguardava um vôo. Segue a transcrição do trecho que exemplifica este ponto:

Uma pequena menina atriu minha atenção. Era uma criança bonita. Cada detalhe de sua roupa e maneiras de enfeitar-se falava de riqueza. A beleza desta criança era exterior, pois ela mostrava-se exigente e petulante. Era evidente que sua mãe, cansada de viajar, estava a ponto de impor sua autoridade. Então, aconteceu. A criança resmungou, exigindo isso e aquilo, recusando-se a ser acalmada. Sua mãe tentou aquietá-la. A criança estava implacável. Finalmente, a exasperada mãe virou-se para ela e disse: "Estou cheia de você; eu a odeio. Vá embora; encontre outra pessoa e grite com ela. Não quero você; não aguento mais você. Suma da minha vista", ela gesticulou. Após dizer isso, pegou suas coisas e afastou-se de sua filha. Em circunstâncias normais, talvez a garotinha pudesse suportar esta explosão de poder, mas ali, em um aeroporto estranho, sentiu-se assustada. Foi em direção a sua mãe e disse: "Desculpe, mamãe. Eu amo você, mamãe". "Vá embora, eu não conheço você...". "Desculpe, mamãe". Desta vez, ela estava desesperada. "Vá embora, eu odeio você...". A companhia aérea chamou meu vôo. Quando as vi pela última vez, a garotinha ainda estava implorando, e a mãe dava-lhe um sermão corretivo.

Muito embora a mãe da história acima tenha conseguido o resultado que almejava (uma mudança no comportamento da filha), ela o fez a um custo muito alto. Tripp nos lembra que Deus se importa com O QUE fazemos e COMO o fazemos; e nos alerta a tomar cuidado para que a "cura" para o mal comportamento do nosso filho não seja pior do que a própria enfermidade.

Com base nesse princípio, ele analisa as diversas abordagens não-bíblicas que têm nos alcançado e afirma que a mente humana ser o padrão é o ponto em comum a todas elas, conforme segue:

- Não acabei tão mal:
pais confrontam, abusam ou são permissivos assim como foram seus próprios pais, repetindo seu tom e suas palavras
- Psicologia popular: suborno, negociação, contrato, são abordagens superficiais que resultam na clássica manifestação de interesse próprio e de manipulação através do comportamento exemplar
- Mudança de comportamento: método que treina o coração na cobiça e no egoísmo, ensina a criança a trabalhar por recompensas, a realizar tarefas por motivos impróprios (nota: incentivos e recompensas bíblicas não são um fim em si mesmo, mas apenas o resultado da obediência a Deus, como está escrito em 1 Samuel 2:30)
- Emocionalismo: consiste em envergonhar uma criança; a privação emocional provoca um medo paralisador
- Correção punitiva: ameaças, levar uma surra, ouvir um grito e privação de algo que a criança deseja são tentativas de manter a criança sob controle; a confinação não intenciona fazer algo por ela, faz algo contra ela; castigar não é corrigir, pois as falhas do caráter não são abordadas

Que tipo de fruto a metodologia não-bíblica que você usou até agora produziu na vida do seu filho? Precisamos de uma metodologia bíblica, conclui o autor. A educação superficial de filhos tem produzido filhos superficiais que não entendem o que se passa com eles mesmos!

Tripp defende que a criança precisa ser treinada em como entender e interpretar seu comportamento em termos da motivação do coração, mas lembra que para os pais é mais cômodo lidar somente com o comportamento em vez de lidar com o coração, e ilustra:

Você não pode reagir à Susane que gritou com Tiago, simplesmente dizendo-lhe que pare de gritar. O problema não é que ela está gritando com o irmão. o problema é a ira e a amargura em seu coração, que ela expressa ao gritar.

Segue outro trecho digno de ser reproduzido:

Se a direção do método é a recompensa, o coração é treinado a querer a recompensa. Se é aprovação, o coração é treinado a lutar por aprovação ou a temer a desaprovação. Quando os especialistas lhe dizem que deve descobrir o que funciona com cada criança estão dizendo que descubra os ídolos do coração que motivam esta criança. (...) Abordar o coração de forma não-bíblica agita a corrupção do coração da criança e fornece-lhe ídolos funcionais em redor dos quais a criança organizará sua vida.
A conclusão do autor é que abordagens não-bíblicas treinam o coração para afastar-se de Cristo, pois ensinam a criança a tomar decisões baseadas na conveniência em vez de fundamentar-se no princípio. Outro resultado devastador é que elas produzem distanciamento entre pai e filho.

Bem, por hoje é só. Minha esperança é que o resumo acima apresentado lhe proporcione um momento de profunda reflexão (como proporcionou e continua proporcionando pra mim). Lembre-se de que a mensagem central do livro é que o evangelho fala às pessoas como pecadores imperfeitos que precisam de um novo coração.

Um abraço, Talita

Confira a parte 3 do resumo clicando em Comunicação

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Você ainda existe, mesmo após a maternidade!

Olá queridos do blog!

Estou aqui pela segunda vez, mas acho que agora nos encontraremos com mais frequência! Para mim é uma alegria, pois esse blog é muito útil e interessante! E também pratico os métodos dos livros citados aqui e os ensinamentos do melhor manual de vida já existente: a Bíblia!

Um dia após chegar da ginástica o tema que me veio à mente foi este, por isso logo comecei a escrever. Fiquei um tempão escrevendo essa mensagem e quando fui postar, ela sumiu. Perdi tudo... coisa de iniciante... rsrsrs , mas aqui estou para começar de novo!

Sou mãe da Sofia de 1 ano e 5 meses. Ao término da minha licença-maternidade decidi me desligar da empresa em que trabalhava, então fui agraciada por Deus com o privilégio de poder cuidar da minha princesa em tempo integral. Trabalho fora desde os 16 anos (já tenho 30) - o dia inteiro - e por um bom tempo também estudei à noite, mas confesso a vocês que nunca trabalhei tanto como nesses últimos 1 ano e 5 meses. O tempo não passa, ele voa!!!!!!!!!!! Quando vejo a semana já se foi! Por isso, tento com todas as minhas forças não me esquecer do tão importante Y (YOU – do EASY do livro da “Encantadora”) e é sobre ele que quero comentar um pouquinho!

Vou escrever como normalmente é a rotina da minha família:

- 7h – todos acordamos, meu esposo vai para o banho para logo ir trabalhar, enquanto isso, preparo o leite da Sofia e nosso café da manhã, tomamos café juntos.

- 9h-10h – até esse período tenho um tempo com a Sofia, assistimos a desenhos, ou brincamos no quintal, ou lemos; depois ela come uma fruta e vai para a primeira soneca.

- 11h-12h – até esse horário eu faço alguma tarefa da casa, ou tenho um tempo para mim: vejo um filme, ou leio, ou oro, ou uso a internet, ou não faço nada... mas, na maioria das vezes, faço uma tarefa da casa mesmo!rs

- 12h-15h – almoçamos, depois arrumo a cozinha enquanto a Sofia fica andando e brincando pelo quintal e pela cozinha, depois temos mais um tempo juntas. Próximo das 15h dou o banho e o leite e ela vai para segunda soneca. E eu vou para os mesmos programas: vejo um filme, ou leio, ou oro, ou uso a internet, ou não faço nada, ou faço alguma tarefa da casa.

- 17h – a Sofia acorda, por volta das 18h ela janta, meu esposo chega e jantamos juntos, brincamos com a Sofia e por volta das 21h ela dorme e meu esposo e eu temos mais um tempo juntos até as 22h-23h. Ah... e 3x por semana vou à ginástica e ele fica sozinho com ela por +/- 1h ! E 1 ou 2x por semana ele vai ao futebol e chega mais tarde.

Lembrando que cada soneca da Sofia é de aproximadamente 2 horas e ela dorme entre 10 e 12 horas por noite!

Claro que isso é o que acontece normalmente, mas há dias que vamos ao médico, outros ao shopping, ao mercado, ao parque, ou há dias em que a Sofia está doente então a rotina fica um pouco comprometida, e também os finais de semana quando vamos passear, à igreja ou recebemos visitas. O que quero ressaltar é o fato da aplicação da rotina proporcionar esses tempos para nós!

É difícil e trabalhoso aplicar uma rotina, cozinhar, lavar, manter a casa em ordem (no meu caso só tenho uma ajudante 1x a cada 15 dias para a faxina pesada) e ainda estar bem humorada, feliz e com o sentimento de dever cumprido, sem estar fora do planeta, podendo assistir a um noticiário ou ler uma revista ou um artigo na internet. O mais importante é que esse esforço em manter uma organização no nosso dia nos proporciona o tão sonhado e fundamental tempo para nós!

Precisamos pensar, planejar, organizar algo que ainda não está muito bom em casa, descobrir uma maneira de economizar mais para reduzir despesas, ou o que faremos nas próximas férias, ou, no meu caso, como farei quando decidir voltar a trabalhar, ou me auto-avaliar, ou estudar para reciclar meus conhecimentos ou adquirir outros que ainda não tenho, ou como farei para emagrecer um pouco ou que corte de cabelo vai me deixar mais bonita... enfim, a questão é que precisamos desse tempo no qual EXISTIMOS!

Isso faz com que nos sintamos vivas e possamos ser boas esposas, boas mães, não mães frustradas que se sentem escravizadas pelo trabalho da casa e da criação dos filhos. Além disso, ainda precisamos ser esposas cheirosas, alegres, com tempo para ouvir e contar ao esposo sobre como foi o dia. Também somos as intercessoras do lar, nosso trabalho principal é orar pela família e ainda precisamos de um tempo para nos dedicar à obra do Senhor e também bater um papo com as amigas! Para que tudo isso aconteça nós precisamos trabalhar arduamente, pois esse não é um processo natural. A casa não vai ficar arrumada sozinha, nem o seu filho vai se criar por si só e você não vai ficar bonita e cheirosa se não se cuidar!

Enfim, o que quero dizer é que ser esposa, mãe, profissional, amiga, intercessora, ministra na casa de Deus etc etc etc não é fácil, mas eu posso afirmar que se não nos esforçarmos para termos o nosso lugar bem definido e executado em cada uma dessas áreas não seremos tão felizes como poderíamos. Creio que muitas mulheres estão chateadas com suas vidas porque não estão conseguindo ser quem elas precisam ser segundo o padrão de Deus.

Ninguém falou que a vida da mulher seria fácil. Em Prov. 31 podemos ter certeza disso: a mulher virtuosa tem muuuiiitttooo trabalho! :-)

E tem mais! Nós somos o coração da casa. Se nos anularmos, nossa casa começará a ter problemas, começará a morrer aos poucos... Por isso vale a pena lutar para que esse coração (que somos nós) continue batendo com força e alegria! Certamente nós e todos ao nosso redor seremos beneficiados por isso!!

Foi um prazer escrever um pouco e graças à bondade e misericórdia de Deus dividir com vocês coisas que considero tão importantes!

4 meses de Alícia!


Ontem a Alícia completou 4 meses, ou seja, ela já está com 18 semanas de vida!
E hoje vim postar um update de como foi o último mês!

Hora de Ma
mar
A Alícia continua sendo "fera" em mamar rápido; continuamos com a rotina de 3 em 3 horas em média e ela faz a refeição completa (esvazia o meu seio) em apenas 4 a 8 minutos, raras vezes mais do que isso. Quando demora mais é porque ela não acordou direito e está mamando lentamente. Se eu tento insistir pra ela mamar um pouquinho mais, ela fica brava e começa a chorar. Sinceramente eu acho isso incrível. Como ela pode mamar tão rápido eu não sei! O fato é que eu ouço-a engolindo (o barulho é bem alto, aliás dá até pra ouvir o líquido batendo no estômago dela!) e a cada troca as fraldas estão sempre cheias de xixi (algumas bem encharcadas) então só posso concluir que a ingestão está sendo satisfatória. Além disso, ela está bem bochechuda, com as coxas grossas, ganhando peso etc., não há com o que me preocupar.

Uma ou duas vezes por mês ofereço a ela leite materno expresso na mamadeira. Temos uma bombinha elétrica da Evenflo que o meu marido trouxe do exterior que é prática e muito útil. Em 15 a 20 minutos eu consigo tirar 100 a 120 ml de leite (de um lado só). Com a Nicole eu cheguei a usar a bomba manual e não gostei - além de demorar, é muito dolorido fazer a ordenha manual. Doi as mamas e também as costas por causa da posição que você tem de ficar pra conseguir que míseras gotinhas de leite saiam. Ai, muito sofrido! Na ocasião minha amiga me emprestou a bombinha dela e eu amei, tanto que dessa vez fizemos questão de comprar a nossa. Como disse, não uso-a com frequência mas costumo deixar uma "porção" congelada para eventualidades.

Na última semana meu marido e eu saímos para o nosso monthly date (passeio a sós mensal) e deixamos as meninas com a minha sogra que estava visitando do interior. Deixei 120 ml de leite expresso para ela dar a mamada das 15:00, mas ela disse que a Alícia recusou o bico da mamadeira (daqueles tradicionais que vem com a própria bomba elétrica) e chorava muito quando ela tentava, então ela teve de dar o leite com uma colher. Isso nunca aconteceu antes, das outras vezes ela usou o mesmo bico e mamou sem problemas. Compramos outra mamadeira com bico ortodôntico (o mesmo da chupeta) para a próxima vez, no caso de acontecer novamente.

Em seu livro A Encantadora de Bebês Resolve Todos os Seus Problemas, a autora Tracy Hogg dá uma dica interessante. Ela diz que mamães que pretendem voltar a trabalhar devem acostumar o bebê ao bico da mamadeira um tempo antes de acabar o período de licença-maternidade. Isso faz parte de ser uma mamãe proativa. Por isso ela sugere que ocasionalmente se dê o leite numa mamadeira para evitar "greves de fome" durante o dia quando o bebê estiver sob os cuidados de outra pessoa. Ela alerta, contudo, que essa adaptação seja gradual e só inicie depois que a lactação já estiver estabelecida (se não me engano, isso só acontece a partir da 5a ou 6a semana de vida, meu livro está emprestado então não deu pra consultar). Apesar de trabalhar de casa, eu segui a recomendação dela com as minhas duas meninas.

Por fim, ainda dentro do tema alimentação, a Alícia continua evacuando poucas vezes por semana. Esse ainda é um problema sem solução aqui em casa. Ela passa dias sem evacuar e normalmente do 3º. em diante fica muito chorona, até no colo. É bem difícil. Eu tenho feito uso do supositório de glicerina infantil, mas confesso que estou receosa. Andei pesquisando na internet e li algumas matérias que dizem que é normal bebês que mamam no peito evacuarem com menor frequência porque o leite materno tem menos resíduo do que o leite em pó e, por isso, o corpo absorve quase tudo e não há o que eliminar todo dia. Mesmo assim fico insegura e "com o pé atrás", pois a Nicole não teve esse problema. Ela evacuava no mínimo todo dia, quando não 2x ou 3x por dia. O metabolismo dela sempre foi rápido, de repente por isso também ela é sempre foi magra. Bem, temos consulta com o pediatra das meninas na próxima semana e pretendo conversar melhor com ele sobre esse assunto. Não quero que minha filha fique dependente do supositório para evacuar, mas também não quero vê-la sofrendo desse jeito! Quem sabe quando ela começar a comer sólidos, esse problema desapareça?

Hora de Brincar
O tempo acordada da Alícia continua limitado a 1 hora, às vezes um pouquinho mais. Quando ela está acordada fica bem disposta, é atenta a tudo o que acontece ao redor e distribui alegres sorrisos a quem conversa com ela. Eu faço questão de deixá-la "brincar" sozinha também, pois sei da importância dela desenvolver a habilidade de entreter-se sozinha. São inúmeros benefícios, dentre eles o da capacidade de concentração e criatividade. Tem um post de 2010 em que eu falo exclusivamente sobre isso (procure clicando no marcador "cercadinho" na relação de temas à direita). Para vocês entenderem melhor do que estou falando, compartilho alguns vídeos recentes da Alícia brincando com o "gym" dela e também no cercadinho. Ela está na fase de começar a pegar os objetos e tentar levá-los à boca, hehe! Uma delícia!

Vídeo 1 - Brincando com o peixão colorido.
Vídeo 2 - Brincando com o móbile no cercadinho.
Vídeo 3 - Brincando com o "gym - ocean wonders".

Hora de Dormir
Salvo raras exceções, as sonecas durante o dia estão ótimas, principalmente as duas pela manhã. Ela já aprendeu a adormecer sozinha no próprio berço e, se/quando chora, é raro e dura poucos segundos. Faço uso da chupeta, apesar dos livros que li e que recomendamos neste blog alertarem para o perigo dela tornar-se um acessório para o bebê adormecer. Eu concordo que não é o ideal, mas sinceramente não era uma briga que eu quis comprar. Eu acho a chupeta uma bênção para acalmar o bebê e admito que permiti que minhas duas filhas dependessem dela para adormecer. Pretendo, no entanto, começar o processo de eliminá-la da vida da Alícia (assim como fiz com a Nicole que encontrou no dedão da mão esquerda o substituto para ela) por volta dos 6 meses. Vamos ver como vai ser dessa vez.

A última soneca do dia e também a hora de ir dormir à noite são os meus maiores desafios atualmente. Ela tem dificuldade de dormir e, por causa disso, temos tido episódios de muito choro no fim do dia. É estressante porque é o período do dia em que a casa fica agitada, a Nicole precisando de atenção, fazendo muito barulho (você já percebeu que nessa idade as crianças falam tudo gritando?!), correndo pela casa etc. Não tive muito sucesso ainda em fazer com que as duas vão pra cama à noite juntas (no mesmo quarto e no mesmo horário), mas à tarde (logo após o almoço quando a Nicole chega da escola) graças a Deus sim. Elas vão dormir bonitinhas, e 70 a 80% dos dias sem nem um "pio"!

O que normalmente acontece é a Alícia ir dormir entre 18:30 e 19:00 (como a Nicole fazia quando tinha a sua idade), mas depois de 30 a 45 minutos, justamente no horário da Nicole ir pra cama (provavelmente por causa do movimento dentro do quarto), ela acorda e não quer mais dormir. E chora por muuuuito tempo depois disso. Não consigo lembrar direito se tivemos esse problema com a Nicole, mas eu sei que é o 45-minute intruder. Se bem também que às vezes fico na dúvida se não é alguma dor (por causa do problema citado acima) ou mesmo o "witching hour" como já falei num dos posts. O fato é que ela chora bem brava.

O que acaba acontecendo é que ela só adormece novamente depois da mamada dos sonhos, ou seja, ela faz esta última mamada acordada e é colocada no berço bem sonolenta. Com a Nicole era diferente, ela dormia direto das 18:30/19:00 até 6:00/7:00 da manhã do dia seguinte (10 a 12 horas consecutivas), o que significa que ela fazia a mamada dos sonhos dormindo, exatamente como a Tracy Hogg fala que é pra acontecer. Com a Alícia consegui isso poucas vezes.

Por hoje é só, até o próximo post!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pais responsáveis educam juntos!

Minha sogra esteve na Expo Cristã deste ano e comprou o mais recente livro da Cris Poli - a Supernanny do SBT - publicado pela Editora Mundo Cristão. Chama-se Pais responsáveis educam juntos. Li o livro em apenas três dias. Nunca havia lido nenhum livro da Cris Poli, mas confesso que sempre gostei de assistir ao seu programa de TV. São raros os programas de TV hoje em dia que realmente acrescentam algo de positivo para as nossas vidas. E este era um deles.

O livro é de fácil leitura, escrito com uma linguagem bem simples e abrange variados temas relacionados à criação de filhos sem, contudo, se aprofundar em nenhum deles. Eu diria que o livro é um ponto de partida, como um pontapé inicial para estimular pais a mães a refletirem e se conscientizarem do seu papel na educação dos filhos.

Ao fim do livro ela faz uma pequena lista de livros que ela recomenda. E advinhem?? O Nana Nenê (de Robert Buckman e Gary Ezzo) está na relação. Fiquei feliz, hehe! Mas o que mais me chamou a atenção e o motivo de eu escrever esse post é a reflexão que ela faz sobre maturidade, ou seja, entre a importância de se preparar para a maternidade e permitir que, com a prática, todo esse conhecimento se transforme em sabedoria.

Reproduzo abaixo o trecho do livro em que ela fala sobre isso, espero que gostem!

A maturidade do casal

É preciso entender primeiro o que significa maturidade. Uma pessoa madura é alguém que, ao longo da vida, adquiriu experiência e atingiu certo nível de desenvolvimento em diferentes áreas. Tornou-se prudente, sensata, ponderada. Reflete antes de tomar decisões, e não age por impulso. A consequência desse processo é a transformação do conhecimento em sabedoria.

Precisamos alcançar maturidade em todas as áreas da vida, e quando falamos de educação de filhos isso adquire um peso especial, porque nos referimos à formação da personalidade de uma criança que Deus nos confiou para o trabalho de moldar e formar.

É fato que tanto o homem quanto a mulher devem se preparar ao máximo para a grande missão de se tornarem pais. Responsabilidade e informação podem ser estimuladas por meio de boa literatura, troca de experiências, palestras e conversas. Entretanto, por mais que estejamos teoricamente preparados, a paternidade envolve vivências e sentimentos absolutamente novos e subjetivos, e a maturidade para lidar com isso depende de diversos fatores. Um deles, e fundamental, claro, é a prática. Sem desmerecer todo o processo de tomada de consciência anterior e a informação, é no momento que tomamos nosso filho nos braços que devemos aplicar todo esse conhecimento. Aí as coisas se complicam devido ao envolvimento emocional durante esse longo processo de aprendizado, de corrigir o que dá errado e celebrar o que dá certo. Sem culpa, mas com a firme intenção de aprender e amadurecer.

Eu sempre trabalhei como educadora e já tinha larga experiência quando tive meu primeiro filho, e ainda assim fui pega de surpresa pela maternidade. O lado bom do sobressalto é que ele permitiu-me acumular experiências valiosas quando chegaram o segundo e o terceiro filho - eis a maravilha da prática. Não importa se você é pedagoga, psicóloga, médica, economista ou dona de casa, quando se trata de seu filho, a prática é diferente da teoria.

Aprendi muitas coisas com todos os meus filhos mas, com certeza, muito mais com o primeiro. Lembro-me de que houve um momento, quando Federico era bebê, em que ele não queria mais dormir no berço. Só aceitava o colo ou o carrinho. Eu, inocentemente, o colocava no carrinho e o balançava até que dormisse. Que erro! Agora ninguém conseguia dormri até que ele embalasse no carrinho. Cansados daquilo, por instinto, eu e meu marido decidimos colocá-lo no berço mesmo contra sua vontade e deixá-lo chorar até que se cansasse e pegasse no sono, sozinho. Foi uma medida radical, mas necessária. Foi assim que aprendemos que a criança precisa aprender a pegar no sono sozinha, no berço, desde bebê. A experiência adquirida nos ensinou a não cometer o mesmo erro com os outros dois filhos.

A maturidade vem quando o casal entende sua responsabilidade e se sente naturalmente comprometido com a educação dos filhos, consciente dos valores morais e espirituais que devem transmitir à criança. Esse deve ser o objetivo de todo casal.

(Extraído de Pais responsáveis educam juntos, Cris Poli, julho de 2011, p. 139 e 140)

Um abraço e até o próximo post!
Talita

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Relatos de parto normal - Tiago e Larissa

Olá Mamães! Faz muito tempo que não escrevo aqui e depois explicarei os motivos (veja aqui). Mas por enquanto vim escrever o relato dos meus partos também, para acrescentar à lista de relatos no blog e ajudar futuras mamães que estejam planejando o grande dia!

Relato de Parto do Tiago

Faz 3 anos e 9 meses que meu primogênito nasceu! Como o tempo passou rápido!
O Tiago foi planejado com muito carinho e durante toda gravidez já planejava ser uma mamãe proativa. Queria muito ter um parto normal porque não concordava com o fato dos médicos brasileiros fazerem partos por cesária simplesmente por comodidade, inventando razões falsas para fazê-los. Queria que tudo fosse o mais normal possível, mas não era radical em relação à anestesia e também não me importaria em ter uma cesária se REALMENTE fosse necessário. O importante era o Tiago nascer saudável.

A gravidez toda foi muito tranquila, sem sintomas desagradáveis e desconfortos. Desde o começo a minha médica havia concordado em respeitar a minha vontade de ter um parto normal e deixei bem claro que ficava preocupada com as estatísticas brasileiras de parto cesarianos (que na época era de 80% em hospitais particulares, sendo que a Organização Mundial da Saúde recomendava uma porcentagem de no máximo 15% - para casos de emergência). Ela entendeu bem que não queria desculpas esfarrapadas, apenas faria cesária se precisasse. Ela me explicou em quais situações precisaríamos fazer cesária e concordei.

Com quase 39 semanas ainda não sentia nadica de nada e na consulta vimos que ainda não tinha dilatação... apenas um dedinho. Com 40 semanas e 1 dia voltei para outra consulta e ainda não tinha mais do que 1 dedo, minha médica então descolou a minha bolsa para ver se acelerava o processo. Me avisou que talvez à noite começaria a ter contrações. Foi exatamente assim, às 4 da manhã comecei a sentir cólicas. Monitorei e vi que elas estavam espaçadas e irregulares. Mesmo assim, às 7 liguei para minha médica e a avisei.

Se fosse hoje, não teria feito nada, apenas esperado, porque hoje sei que eu não estava em trabalho de parto. Mas como eu tinha um cardiotoco marcado para às 10 da manhã, ela pediu para eu ir pra maternidade antes e de mala pronta.

Quando cheguei fiz o exame e este relatou que eu estava tendo contrações. Fui examinada por uma obstetra que falou que eu estava com 2 para 3 cm de dilatação. Minha médica, por telefone, então pediu para me internarem e me colocarem na ocitocina. Porém, até me internarem já não estava sentindo contração alguma, era tudo apenas uma preparação para o trabalho de parto. Meu corpo estava apenas se preparando.

A obstetra do centro obstétrico me examinou novamente e falou que eu estava com apenas 1 cm e meio e falou que eu não deveria estar lá. Agora, porém, já estava na ocitocina
e comecei a ter contrações induzidas. No começo fiquei animada porque não queria ter de voltar pra casa, e gostei do fato das contrações terem voltado. Fiquei um tempo tendo contrações moderadas e suportáveis, com visitas dos meus pais e sogros, fotos e tudo mais.

Minha médica chegou e me examinou de novo e eu estava com 3 cm. Depois disso as contrações começaram a ficar muito fortes e comecei a implorar para ir para a sala de parto Delivery Room. Fui transferida pra lá e entrei na hidromassagem com esperanças de que fosse aliviar um pouco a dor. Pra mim, não aliviou nada, eu estava desesperada de dor e comecei a falar com meu marido que queria uma cesária, que não ia aguentar. Ele falou que não queria não, que eu queria muito o parto normal e que eu ia conseguir. Me incentivou a continuar. Saí da banheira e a enfermeira ensinou o meu marido a fazer massagens nas minhas costas. Elas ajudavam um pouco.


Minha médica veio depois de 1 hora e eu estava com apenas 3 cm e meio. Falou então que ia aumentar a ocitocina porque as contrações não estavam fortes o suficiente. Achei que ela estava maluca e que eu ia morrer se ela aumentasse minha dor. Estava entrando em desespero. Falei pro meu marido que se ela voltasse depois de 1 hora de novo e me falasse que eu estava com apenas 4 eu ia pedir uma cesária. Depois de 1 hora ela voltou e eu estava apenas com 4 cm. Estava prestes a desistir quando ela falou que ia estourar minha bolsa e ver o que acontecia.

Assim que ela estourou dilatei para 5 cm e então olhei pra ela e implorei pela anestesia (que ela havia falado que só daria quando eu estivesse com 6 cm). Ela olhou para minha cara de sofrimento e concordou. Achei que não fosse aguentar esperar a anestesista chegar, estava insuportável.

Quando ela finalmente chegou tentou aplicar a pelidural e na primeira tentativa não conseguiu. Teve de tentar de novo. Mal dava tempo dela tentar porque minhas contrações vinham muito rápido e ela tinha que parar durante a contração, enquanto eu me segurava na minha médica tentando não enlouquecer! Finalmente conseguiu e dormi de tão exausta.

Quando acordei minha médica havia chegado para me examinar novamente e eu estava com 9 cm! Que alegria! Nestas alturas eu já estava extasiada de alegria, sem dor! Meu marido foi se trocar e minha médica deixou tudo pronto. Com a ajuda da anestesista, empurrei algumas vezes e, 8 horas após ter sido internada, meu lindo nasceu com 2.780 kilos! Todos da família entraram na sala para vê-lo, foi muito lindo! Ficamos um tempo com ele no quarto e pude amamentá-lo. Ele conseguiu mamar com muita facilidade!

Lembro de olhar para minha médica e falar pra ela que não conseguia imaginar como uma mulher conseguia chegar até o final sem anestesia. Perguntei para a anestesista se ela tinha noção do quão maravilhoso era o trabalho dela. Eu tinha vontade de beijá-la e abraçá-la e agradecer sem parar. rsrs.

Lição que eu aprendi com este parto:
Contrações não são sinal de trabalho de parto! Às vezes elas podem vir e de repente parar... é apenas o corpo se preparando. INDUÇÃO de parto é MUITO mais doloroso do que o trabalho de parto que vem naturalmente (pelo menos pra mim foi!)

Relato de Parto da Larissa (2 anos e 4 meses depois)

A gravidez da Larissa também foi sem muitos sintomas a não ser o cansaço e um pouquinho de enjôo (um pouco mais do que a do Tiago). Tive descolamento da bolsa com 7 semanas, o que formou uma hematoma muito grande que só foi totalmente absorvido pelo meu corpo com 15 semanas. Tive de ficar 2 semanas de repouso e isso foi muito ruim (já que tinha o Tiago para cuidar). Graças a Deus, minha sogra pôde me ajudar neste tempo.

Durante o final da gravidez já sentia contrações, acho que de tanto fazer esforço por ter que cuidar do Tiago. Sentia que a Larissa provavelmente iria nascer antes do que o Tiago (que só nasceu com 40 semanas e 2 dias por indução). Quando estava com 38 semanas a médica me examinou e eu estava com 2 para 3 cm de dilatação e como eu estava morando no interior, ela me avisou para sair correndo quando começasse a ter contrações porque ela provavelmente nasceria rápido (eu ia tê-la em São Paulo com outra médica). Achei melhor já ficarmos em São Paulo então e fui para a casa da minha sogra (com 38 semanas e 3 dias).

Com 38 e 6 dias tive consulta e estava com 3 cm. Minha médica descolou minha bolsa para acelerar o trabalho de parto. Na mesma noite (igual com o Tiago!) comecei a ter contrações. Começaram à meia-noite. Ela vinham com intensidade mas eram toleráveis. Comecei a monitorar o tempo entre elas com um aplicativo do iPod e vi que estavam vindo de 13 em 13 minutos. Logo começaram a vir de 8 em 8. Minha médica havia pedido para eu ir para a maternidade se estivesse tendo contrações cada 5 minutos, então fiquei esperando, mas logo comecei a achar que elas estavam intensas demais, que deveria ir!

Tentei ligar para a médica mas ela não atendeu (era umas 3 da manhã). Na segunda tentativa caiu na caixa postal. Tomei banho e acordei meu marido para irmos. Ele avisou seus pais que estávamos indo pra maternidade e fomos. Ainda estava tendo contrações a cada 8 minutos, mas eram bem intensas (e suportáveis). Entramos e fiz o cardiotoco. Tive 2 contrações nos 20 minutos de exame e fiquei com medo de ser mandada de volta pra casa!

Uma obstetra veio me examinar e ficou com cara de espanto! Falou, "Nossa, você está com 9 cm!! Temos de correr senão vai nascer aqui!" Olhei para meu marido chocada e comecei a rir! Não podia ser verdade que eu já estava com 9 cm! As contrações estavam suportáveis e espaçadas demais! Fiquei radiante! Meu marido foi correndo fazer a internação enquanto me preparavam. Quase não deu tempo para pegar a senha para assistir ao parto ao vivo pela internet e passar para meus pais nos EUA.

Me levaram para a sala de parto e minha médica chegou em 10 minutos (o hospital conseguiu falar com ela). O anestesista chegou junto e eu olhei pra eles e falei, "Será que preciso de anestesia? Estou tão bem!". Minha médica ficou chocada e me convenceu de que seria bom pelo menos um pouco, para a episio e o pós-parto (costurar e tudo mais). Deram um pouco de anestesia e eu ainda sentia as contrações, diferente do parto do Tiago. Enquanto isso minha médica foi ficar pronta e o anestesista falou para eu empurrar um pouco. Empurrei e ele rapidamente falou, "Não empurre mais não! Espere aí!".

Minha médica voltou e então empurrei umas 2 vezes e a Larissa nasceu! Foi tudo muito rápido e maravilhoso!! Mal podia acreditar!

A Larissa nasceu com 2.560 kilos, chorando MUITO (muito mais do que o Tiago), ao ponto de nem conseguir mamar de tanto que chorava. A pediatra que a examinou já nos preparou para o que depois iríamos confirmar: esta menina sabia o que queria!! rsrs. Depois de muito choro, eu finalmente consegui amamentá-la ela um pouco antes dela ser levada para o berçário.

Lições que aprendi com este parto: Esperar o trabalho de parto começar naturalmente é muito melhor! Também acho que se fosse hoje, teria insistido em não ter episio e nem anestesia, já que eu estava tão bem e tão próxima de ter a Larissa! Como não havia conversado com minha médica sobre isso antes, não pude defender muito minha vontade. Tive um pouco de desconforto com a episio depois deste parto por causa do esforço físico (exagerei). Alguns pontos inflamaram.

Espero ajudar algumas mamães com estes relatos! Lembro que adorava ler relatos de parto durante a gravidez e ficava animada em tentar ter parto normal. Hoje digo que vale à pena! Mas defendo muito deixar esperar o corpo entrar em trabalho de parto sozinho. Durante o trabalho de parto do Tiago, a dor era tão intensa que eu cheguei a me arrepender de ter engravidado! O que a dor faz com a gente! Mas tudo valeu muito à pena! Acho que depois do desconforto e da dor nos sentimos preparadas para qualquer coisa com nossos bebês! :)